A medida esperada pelo mercado para saber se Lula quer intervir … – VEJA
Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter, em entrevista, minimizado a importância da autonomia do Banco Central e até dado pitaco na meta de inflação estabelecida, o mercado passou a considerar com mais força a possibilidade de atritos entre as duas esferas. No limite, o governo poderia trabalhar para minar a gestão do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que tem mandato até 2024, com independência de ação frente à Presidência da República – algo que se tornou possível após a aprovação da autonomia do BC, pelo Congresso, em 2021.
Para ter uma visão clara do que esperar dessa relação, o mercado aguarda uma decisão importante a ser tomada até março deste ano, para o BC. No dia 28 de fevereiro, terminam os mandatos do diretor de política monetária, Bruno Serra, e do diretor de fiscalização, Paulo Souza. Haverá, então, pelo menos uma troca na diretoria. O primeiro deverá deixar o BC e o segundo havia indicado que também estaria de saída, mas acenou que deve ficar. A escolha do substituto de Serra será cheia de significados. “Vai ser possível entender se Lula vai pressionar o BC e até prever o perfil do substituto que vai escolher para Campos Neto, para assumir em 2025, já que ele indicou que não deve permanecer para um novo mandato”, comenta o economista-chefe de um banco.
A escolha dos diretores do BC deve ser tomada em conjunto entre Campos Neto e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e existe o interesse de que aconteça em consenso. Mas o mercado não descarta uma pressão do governo para eleger alguém mais afinado com o discurso adotado de baixa dos juros por Haddad e Lula.
Se houver esse atropelamento, pode-se esperar o aumento das expectativas de inflação por parte do mercado, que vai entender que o governo vai prejudicar o combate ao controle de preços por meio da Selic, ao mesmo tempo que amplia os gastos. No momento, a política monetária e a fiscal estão trabalhando de forma contrastante. Enquanto o BC mantém juros altos, segurando a economia, o governo aprovou a PEC da Transição, prevendo mais recursos fora do teto de gastos. Se as duas ações forem no sentido de estimular a economia, as expectativas do mercado podem se desancorar e a inflação voltar a explodir.
No meio do ano, o Conselho Monetário Nacional se reúne para definir a meta de inflação a partir de 2025, decisão que deve incluir os ministros da Fazenda, do Planejamento e o presidente do BC. O mercado até considera que a meta de 3,25% pode estar muito baixa para a economia brasileira, mas se o processo se mostrar mais político do que técnico a mensagem de descontrole inflacionário vai se acentuar.
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