A suposta operação sossega-leão contra Bolsonaro no PL – CartaCapital

0
57

Menu
Faltam para nos livrarmos do Jair

O convite para o ex-capitão ocupar a presidência de honra do partido, indica um deputado, teria a intenção de não deixá-lo abandonado
O convite para Jair Bolsonaro ocupar a presidência de honra do PL, após ser derrotado por Lula (PT), faria parte de uma “operação sossega-leão” costurada pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto. É o que acredita um deputado que conhece bem o cacique do partido.
Reservadamente, o parlamentar classificou a iniciativa como um paliativo para que Bolsonaro não se sinta ‘completamente abandonado’.
Dias após a confirmação da derrota do candidato à reeleição, Valdemar fez o anúncio e reforçou que o PL fará oposição ao governo de Lula. “Queremos que ele [Bolsonaro] comande nosso partido, queremos ele à frente dessa luta que construiu para levar nosso partido a um patamar mais importante.”

A tese do deputado leva em conta a contrariedade de Valdemar a vários temas caros ao bolsonarismo. Antes do ex-capitão se filiar ao PL, por exemplo, o partido votou contra a proposta que tornava obrigatório o voto impresso.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais da legenda em 2021, o mandatário da sigla disse que “ninguém tem o que reclamar da urna eletrônica” e lembrou que “Bolsonaro foi eleito com mais 53 deputados”.

Com Bolsonaro já filiado, Valdemar esteve no Tribunal Superior Eleitoral e confirmou que na Corte não há nenhuma sala secreta como alegava o ex-capitão.
“Eu não posso descartar que ele esteja em uma operação de sossega leão”, reforçou o parlamentar sob anonimato à reportagem. “Ele não se identifica com esse pensamento, com certeza”.
A avaliação leva em conta ainda que, com o crescimento da bancada do PL no Congresso a partir da eleição de bolsonaristas pelo partido, Valdemar tem adotado uma postura mais ligada ao presidente para não perder o controle da legenda, como ocorreu com o PSL em 2018.
Desde de que foi confirmada a vitória de Lula, Bolsonaro apareceu poucas vezes publicamente. Ele autorizou o início da transição de governo e disse que respeitará a Constituição, mas não afirmou abertamente que reconhece o resultado das urnas.
“ Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”, chegou a declarar  no dia 1 de novembro. “As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir”.
Nas redes sociais, a ausência tem sido a marca do ex-capitão desde o fim do segundo turno. No Twitter, por exemplo, o presidente fez apenas três publicações desde a derrota. Nem as tradicionais lives de quinta-feira foram mantidas.
Bolsonaro também deixou de conceder entrevistas ou participar de outras transmissões ao vivo, como podcasts. O cercadinho em frente ao Palácio do Alvorada, onde marcava presença constante para conversar com apoiadores, foi abandonado pelo presidente.
Alisson Matos
Editor do site de CartaCapital. Twitter: Alisson_Matos
Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.
Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.

source

Leave a reply