Acusação de 'bomba suja' é novo capítulo de guerra de versões entre Rússia e Ucrânia – UOL
Acesse seus artigos salvos em
Minha Folha, sua área personalizada
Acesse os artigos do assunto seguido na
Minha Folha, sua área personalizada
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Gostaria de receber as principais notícias
do Brasil e do mundo?
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
A alegação da Rússia de que a Ucrânia está construindo uma suposta “bomba suja” para uso na guerra no Leste Europeu se tornou alvo de críticas de países do Ocidente, que afirmam que Moscou pretende usar a questão como pretexto para intensificar o conflito com o vizinho.
O episódio, mais um na guerra de informações que tem caracterizado a Guerra da Ucrânia, antecede o que parece ser uma iminente batalha pelo controle de Kherson —capital homônima de um dos territórios ucranianos recém-anexados por Vladimir Putin por meio de referendos considerados ilegítimos pela comunidade internacional.
Segundo chefes das Forças Armadas russas, Kiev estaria planejando detonar uma “bomba suja” no próprio território para responsabilizar Moscou pela contaminação resultante. Esse tipo de artefato é um míssil convencional aditivado com materiais radioativos. Também chamado de dispositivo de dispersão radiológica (RDD na sigla em inglês), quando detonado ele espalha produtos química ou biologicamente tóxicos.
Elas não são consideradas armas nucleares, e sua produção é mais simples até que de um artefato tático. O objetivo é contaminar uma determinada área —e quem estiver no local— com radiação, por meio de exposição direta ou da ingestão ou respiração de material radioativo. A Comissão Reguladora Nuclear dos EUA classifica as “bombas sujas” de arma de perturbação —não destruição— em massa, que tem como objetivo amedrontar e contaminar.
A suspeita de que Kiev poderia adotar esse tipo de artefato foi compartilhada por representantes do Kremlin com ministros das Relações Exteriores de EUA, Reino Unido e França —todos membros da Otan, a aliança militar liderada por Washington.
Depois de se posicionarem individualmente no fim de semana, os três países ocidentais rejeitaram as alegações da Rússia e reafirmaram seu apoio à Ucrânia em comunicado conjunto nesta segunda (24). “O mundo enxergaria o que há por trás de qualquer tentativa de usar essa alegação como um pretexto para uma escalada”, diz a nota.
A declaração foi ecoada pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg. O norueguês rejeitou a acusação sobre o uso da “bomba suja” e a descreveu como mais uma falsa alegação de Moscou.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, desdenhou do ceticismo ocidental, enquanto o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que “a incredulidade deles não significa que não haja uma ameaça”. Pouco depois, o Ministério da Defesa anunciou que prepara suas forças para atuar em condições que envolvam contaminação radioativa.
No fim da tarde desta segunda Moscou ainda enviou uma carta ao Conselho de Segurança da ONU avisando que levará o tema à reunião desta terça-feira (25) do órgão. “Consideraremos o uso da ‘bomba suja’ por Kiev um ato de terrorismo nuclear”, escreveu o embaixador Vassili Nebenzia.
“Instamos os países ocidentais a que exercerem sua influência sobre Kiev para que a Ucrânia abandone seus planos, que colocam em perigo a paz e a segurança internacionais, e pedimos ao secretário-geral [António Guterres] para fazer tudo que possa para evitar esse crime hediondo aconteça.”
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, havia dito que apenas a Rússia é capaz de usar armas nucleares na Europa e que o “carrossel de telefonemas” realizados pelo país deixou a situação clara. “Todos entenderam muito bem quem é a fonte de todas as coisas sujas imagináveis nesta guerra.”
Um militar dos EUA afirmou que não há indícios de que Kiev esteja construindo uma “bomba suja”, assim como não há nenhum elemento concreto que aponte que Moscou tenha decidido enfim usar armas nucleares, biológicas ou químicas —a despeito de suas reiteradas ameaças nesse sentido.
As tropas de Vladimir Putin passaram os últimos dias preparando a retirada de civis de Kherson, capital de um dos territórios ocupados no sul da Ucrânia desde as primeiras semanas de guerra. A movimentação, segundo analistas militares, seria a preparação para uma batalha pelo controle da região homônima à medida que as forças de Kiev têm reconquistado posições.
Segundo a inteligência ucraniana, ao mesmo tempo que retiram equipamentos, moradores vulneráveis e feridos, o Exército russo também reforça suas defesas com o objetivo de frear a contraofensiva.
Uma derrota russa no local representaria um dos piores reveses para Putin, desgastado internamente desde a mobilização anunciada para reforçar as frentes de batalha na Ucrânia. Embora já tenha encerrado as convocações —com 222 mil homens, de um total estimado inicialmente em 300 mil—, o que seria uma demonstração de força de Moscou acabou ofuscado por imagens e relatos de russos deixando ou tentando sair do país às pressas.
Kherson foi a única grande cidade capturada pela Rússia cujo controle Moscou manteve intacto desde o início da guerra. Ela ainda representa seu único acesso à margem oeste do rio Dnieper e abriga a passagem para a Crimeia, península que a Rússia tomou em 2014.
As autoridades russas que atuam localmente em Kherson afirmaram que os homens que decidissem não deixar a região teriam a opção de se juntar à unidade de autodefesa militar. A alternativa insólita foi apontada por Kiev como mais uma das maneiras utilizadas por Moscou para pressionar cidadãos em áreas ocupadas —o que configuraria um crime de guerra, de acordo com as convenções de Genebra.
Desde setembro, quando a Rússia sofreu grandes derrotas militares, as ações de Putin têm agravado o conflito. Além da convocação dos reservistas, o russo formalizou a anexação de quatro regiões ocupadas que ele nem sequer domina completamente, tem reiterado, ainda que veladamente, a ameaça nuclear e, mais recentemente, decretou lei marcial nas áreas invadidas e levou a guerra para dentro da Rússia ao proclamar alerta máximo em oito regiões de seu país.
Com Reuters
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Leia tudo sobre o tema e siga:
Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha? Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui). Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia. A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado!
Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir esse conteúdo?
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Semanalmente, os principais fatos do globo, explicados de forma leve e interessante
Carregando…
Semanalmente, os principais fatos do globo, explicados de forma leve e interessante
Carregando…
Mastercard apoia inclusão digital de empreendedores das favelas
Mackenzie é uma das universidades privadas mais reconhecidas pelas empresas
Lalamove oferece soluções seguras e econômicas para entrega rápida e descomplicada
DNA ajuda a identificar tratamento mais eficaz contra o câncer de mama
CIDADE DE SÃO PAULO AMPLIA VACINAÇÃO CONTRA POLIOMIELITE
Brasil pode ser protagonista da alimentação do futuro
Cidadania global: formação para além do bilinguismo
Brilho eterno: Tiffany cresce e planeja dobrar vendas no Brasil
Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
Rastreamento pode reduzir mortes por câncer de pulmão
Clara facilita vida das empresas na gestão de gastos corporativos
Abertura do mercado de energia vai modernizar setor no Brasil
Chegada do 5G traz revolução para o dia a dia dos negócios
Tecnologia com inclusão e diversidade gera inovação
Prevenção ao suicídio exige engajamento de toda a sociedade
Inteligência artificial e automação moldam o futuro das empresas
Tecnologia permite que pessoas recebam pela comercialização de seus dados
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Presidente eleito pediu respeito à Constituição e disse ser a hora de baixar as armas
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Bolsonaro se torna o primeiro mandatário a não conseguir a reeleição desde que ela passou a valer no país
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Petista diz que trabalhará pela conciliação do país dividido sob governo Jair Bolsonaro (PL)
O jornal Folha de S.Paulo é publicado pela Empresa Folha da Manhã S.A.
Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.
Cadastro realizado com sucesso!
Por favor, tente mais tarde!