Alberto Bombig – Força de Bolsonaro nas PMs e afastamento de … – UOL Confere

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Alberto Bombig é jornalista com passagens pela Folha de S. Paulo, revista Época e O Estado de S. Paulo.
Colunista do UOL
12/01/2023 11h48Atualizada em 12/01/2023 18h26
Os atos terroristas do domingo (8) em Brasília reacenderam nos em governadores o sinal de alerta sobre a “bolsonarização” das forças de segurança estaduais, especialmente nas corporações militares. O diagnóstico comum: a “politização” das policiais correu solta nos últimos anos e contaminou as estruturas de maneira vertical, ou seja, do topo até a base da hierarquia.
Outra percepção dos governadores, entre eles, alguns reeleitos, é que o discurso corporativista de Jair Bolsonaro (PL) será difícil de ser superado no curto prazo. O ex-presidente chegou a criar um programa habitacional para profissionais da segurança, o Habite Seguro, que permite o uso de recursos de um fundo nacional para subsidiar a compra de casa própria.

Em linhas gerais, são essas duas vertentes que precisam ser neutralizadas, na visão de importantes governadores, impor mais rigor contra a as manifestações políticas dos policiais, especialmente em redes sociais, e se aproximar das corporações com programas de valorização das forças e de defesa da categoria.
O assunto foi tratado em conversas reservadas ao longo desta semana. Segundo disse à coluna um desses governadores, será preciso encontrar uma maneira de diminuir a influência de Bolsonaro e do extremismo de direita nas tropas, caso contrário, episódios como o ocorrido em Brasília, que culminaram no afastamento de Ibaneis Rocha (MDB) do governo do Distrito Federal e na prisão do ex-secretário da Segurança Anderson Torres, podem se repetir em várias cidades do país e gerar intranquilidade para os mandatários.
A avaliação é que ainda é alta a prevalência de simpatizantes de Bolsonaro entre os oficiais e soldados das Polícias Militares, mesmo após a derrota do ex-presidente nas urnas no ano passado. Os governadores também entendem que, mesmo após a prisão dos terroristas e a responsabilização criminal dos envolvidos, a desmobilização dos extremistas não ocorrerá imediatamente.
Como consequência, já existe o temor de que, uma vez instadas a reprimir eventuais atos de violência praticados pelos bolsonaristas, as forças de segurança possam fazer “corpo mole” e ser lenientes com o terrorismo e a confusão.
Outra preocupação dos governadores é com a histórica relação conflituosa do PT e da esquerda com as polícias. Se Lula também não se aproximar das forças de segurança, será difícil para os estados cumprirem sozinhos esse papel.
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