Apoio ao Lula no Quarto Turno (por Cristovam Buarque) – Metrópoles

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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por Ricardo Noblat e equipe
12/11/2022 11:00, atualizado 12/11/2022 1:25
Lula chegou ao segundo turno contra a Direita e o Centro, bolsonaristas e terceira via. Com apoio mais amplo, venceu o segundo turno por diferença mínima. Teria perdido se apenas 1% dos eleitores mudassem o voto. Além de Bolsonaro receber quase 50% dos votos, seus partidários ganharam força no parlamento e em governos estaduais. O Brasil elegeu Lula graças a uma frente ampla de democratas-progressistas que tem o mesmo tamanho da frente ampla de bolsonaristas e seus aliados conservadores. Por pouco não houve o temido Terceiro Turno do golpe, mas o Brasil está em um Quarto Turno por ideias para o futuro.
Por anos, os democratas-progressistas ficaram preocupados com votos, não com as mentes, e deixaram que o conservadorismo crescesse. O Brasil ingressou em um quarto e longo turno entre forças conservadoras e forças progressistas, não mais pelos votos, mas pela mente dos brasileiros. Uma disputa entre os que desejam o Brasil atrasado, desigual, negacionista, preconceituoso, insustentável fiscal e ecologicamente, e aqueles que desejam um país com eficiência econômica, sem pobreza, nem concentração de renda, com sustentabilidade fiscal e ecológica, liberdade nos costumes, respeito à democracia e suas instituições.
Nos próximos anos, a política vai estar dividida entre os progressistas e os conservadores, que nunca foram tão fortes, graças aos 58 milhões de votos do Bolsonaro, e bancada no Congresso. Neste momento da disputa, não há Centro. No Quarto Turno, o governo Lula representa o progresso contra os conservadores, os reacionários e até mesmo grupos fascistas. Por isto, os democratas-progressistas devem apoiar a difícil luta que o governo Lula enfrentará para ganhar o Quarto Turno da eleição de 2022, a mente do Brasil, para não perderem a eleição de votos em 2026. Recuperar eleitores que votaram em candidatos da direita conservadora por não se sentirem representados pela imagem, discurso e comportamento dos progressistas nas últimas décadas. Ganhar os praticantes de religiões, especialmente evangélicos, que não aceitam a liberalidade nos costumes contrários a suas crenças; retomar aqueles incomodados com a ênfase na cor vermelha de correligionários, no lugar do verde-amarelo de todos; reconquistar aliados que se sentem recusados pela arrogância isolacionista de militantes que se sentem donos da verdade; trazer de volta aqueles que esperam explicações para erros cometidos.
O governo Lula e seus aliados precisam enfrentar o Longo Quarto Turno, ganhando não apenas o voto, mas também a imaginação e a cultura política da sociedade. Não se trata mais de ser anti Bolsonaro, mas de ser a favor de um Brasil melhor e mais belo, rico, justo, sustentável, responsável, pacífico, racional, tolerante, com um sonho a ser construído: uma sociedade democrática e livre, onde todos vivam acima de um piso social e abaixo de um teto ecológico, dispondo de educação e saúde com a máxima qualidade para todos.
Estes são os desafios do Longo Quarto Turno: não mais apenas por votos, mas pela mente, a ética e os valores brasileiros em direção ao futuro que desejamos.
Cristovam Buarque foi senador, ministro e governador
“O Brasil não está condicionando a proteção à Amazônia a recursos internacionais, como fez o governo anterior, que fez chantagem, disse que só protegeria a Amazônia se pagassem. Queremos cooperação e abertura para nossos produtos.” (Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente)
Vitoriosos e derrotados têm de entender que a música que toca já é outra
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