Após as eleições, é possível reatar relações rompidas por política? – UOL
Acesse seus artigos salvos em
Minha Folha, sua área personalizada
Acesse os artigos do assunto seguido na
Minha Folha, sua área personalizada
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Gostaria de receber as principais notícias
do Brasil e do mundo?
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
É possível retomar relações rompidas por motivos políticos após as eleições? Para especialistas, isso depende da maneira como o vencedor e o perdedor do pleito de domingo (30) vão lidar com os resultados das urnas.
Ou seja, o que deve ajudar a acalmar ou atiçar os ânimos é o comportamento de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por exemplo, quem for derrotado vai aceitar o resultado ou vai atacar o processo eleitoral?
Vera Iaconelli, psicanalista e colunista da Folha, lembra que diferenças partidárias não são novidades. Ela considera, porém, que o país viu uma queda no pacto civilizatório desde 2018 —isso sim uma mudança importante. Nessa visão, as diferenças políticas ultrapassaram os limites estabelecidos e invadiram o ambiente doméstico.
Enquanto parte das pessoas preferiram manter suas relações com quem defende o outro lado, muita gente preferiu romper essa ligação. “Toda relação tem questões, mas o grande desafio humano é superar as diferenças e respeitá-las e é isso que tem sido atacado”, diz ela.
Por isso, depois de domingo, a retomada das relações dependem da recuperação ou não desse pacto civilizatório. “O futuro depende da história quanto sociedade sobre qual discurso vai prevalecer: o que prega a não violência ou a eliminação do oposto. A partir daí, cada família vai ver o que nessas relações sobrou para que valha a pena reatar.”
Para o psicanalista Christian Dunker, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, a expectativa comum é que o derrotado cumprimente o vencedor. “É um gesto muito importante porque tatua que além de quem ganhou e quem perdeu existe um processo comum, existe uma democracia, existe um futuro”, afirma ele.
Dunker diz ainda que, independente do resultado, deve haver comemoração nas ruas. E isso pode ser recebido como uma afronta por quem perder a disputa, como em um campeonato em que alguns perdem e outros ganham.
Para ele, desde 2018, as relações “melhoraram, mas ao mesmo tempo pioraram”. Isso porque algumas pessoas se tornaram uma espécie de mediadores de debates familiares a fim de apaziguar situações e evitar distanciamentos. Mas quem não passou por esse processo, agora se encontra em uma situação difícil.
“A pessoa fica mais valente, fica mais sem limite e perde ainda mais a noção porque está isolada”, diz ele.
Para o professor de vôlei de praia Felipe Domingos Martinelli, 26, discussões políticas passaram a motivar o fim de relacionamentos com familiares, amigos e conhecidos desde 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Apesar de discordar do governo de Jair Bolsonaro (PL) e de todos os ideais, ele afirma que acha que algumas relações têm possibilidade de retornar desde que a pessoa “não faça apologia ao nazifascismo”.
Martinelli brigou virtualmente com alguns e de forma presencial com outros, incluindo seu pai —com quem diz já ter feito as pazes.
Ele afirma que tentou dialogar e explicar o porquê o pai não deveria votar em Bolsonaro, mas quando viu que não seria compreendido, preferiu se afastar para demonstrar que não “permitiria que alguém ferisse meus princípios nem mesmo meu próprio pai”.
Agora, diz acreditar que o pai vai anular o voto no domingo. Afirma também que, apesar do amor entre eles, a relação não é tão natural quanto antigamente “nem sei se novamente será um dia”, diz. Mas destaca que ambos se esforçam para manter uma boa convivência.
A psicóloga Liliany Souza afirma que relações são construídas com base em interesses mútuos de convivência, similaridade e sentimentos de pertencimento.
Por isso, diz ela, quando alguém rompe uma relação por motivos políticos, isso é um sinal de que não existia mais aspectos em comum que justificassem a convivência. “A retomada é possível se houver outros vínculos que justifiquem essas relações”, diz.
Depois do domingo, certos estímulos externos que estimulam o confronto —como campanhas na TV e discussões em grupos de WhatsApp— devem diminuir. Isso poderia tornar o cenário favorável para a retomada de relações. Porém, muita gente ainda deve seguir discutindo política e levando o tema para o âmbito pessoal, o que dificulta as reconciliações.
Soares destaca que famílias não são perfeitas e que atritos são comuns, mas a maioria reata porque entende que os laços são maiores que um problema. “Tem como criar a possibilidade de vínculos retornarem, talvez não como antes, mas podendo ainda existir.”
É o caso da personal trainer Pamela Rodrigues de Aguiar, 32. Segundo ela, a decisão da sua mãe de votar em Bolsonaro foi uma das maiores decepções de sua vida. A matriarca da família também discorda das escolhas políticas da filha. Porém, diz que apesar das discordâncias e constantes discussões em grupos de WhatsApp, uma racha definitiva está fora de cogitação.
“É um terror quando alguém toca nesse assunto, mas temos nossas diferenças. Não ficamos sem nos falar por conta disso”, diz ela. “Discutimos, temos nossas diferenças, me decepciona, mas tendo a mandar uma piada.
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Leia tudo sobre o tema e siga:
Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha? Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui). Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia. A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado!
Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir esse conteúdo?
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Carregando…
Carregando…
Mastercard apoia inclusão digital de empreendedores das favelas
Mackenzie é uma das universidades privadas mais reconhecidas pelas empresas
Lalamove oferece soluções seguras e econômicas para entrega rápida e descomplicada
DNA ajuda a identificar tratamento mais eficaz contra o câncer de mama
CIDADE DE SÃO PAULO AMPLIA VACINAÇÃO CONTRA POLIOMIELITE
Brasil pode ser protagonista da alimentação do futuro
Cidadania global: formação para além do bilinguismo
Brilho eterno: Tiffany cresce e planeja dobrar vendas no Brasil
Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
Rastreamento pode reduzir mortes por câncer de pulmão
Clara facilita vida das empresas na gestão de gastos corporativos
Abertura do mercado de energia vai modernizar setor no Brasil
Chegada do 5G traz revolução para o dia a dia dos negócios
Tecnologia com inclusão e diversidade gera inovação
Prevenção ao suicídio exige engajamento de toda a sociedade
Inteligência artificial e automação moldam o futuro das empresas
Tecnologia permite que pessoas recebam pela comercialização de seus dados
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
São candidatos muito diferentes; Folha reafirma jornalismo crítico e apartidário
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Presidente voltou a repetir notícia falsa de que Lula foi se encontrar com chefes do tráfico
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
PL, de Bolsonaro, aparece em segundo lugar em preferência e em rejeição, de acordo com o instituto
O jornal Folha de S.Paulo é publicado pela Empresa Folha da Manhã S.A.
Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.
Cadastro realizado com sucesso!
Por favor, tente mais tarde!