Após fim da política de covid-zero, indicadores de atividade econômica na China dão salto em janeiro – – Jornal O Sul

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Quarta-feira, 01 de fevereiro de 2023
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Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2023
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A atividade econômica na China em janeiro deixou para trás uma contração que durava vários meses, na esteira da suspensão da política de covid-zero de Pequim, um sinal positivo para uma economia mundial que se vê diante de uma série de desafios neste ano.
Os indicadores oficiais de atividade industrial e de serviços melhoraram significativamente neste início de ano, e os dois setores não só se recuperaram como avançaram para o terreno da expansão, informou o Departamento Nacional de Estatísticas.
Os dados mostram novos sinais de uma melhora na economia da China, que em 2022 teve uma das taxas de crescimento mais baixas das últimas décadas, uma vez que as duras restrições impostas para combater a pandemia tumultuaram as cadeias de fornecimento, praticamente interromperam as viagens e estremeceram a confiança do consumidor. Mas em meados de novembro, Pequim anunciou que sua prioridade seria reanimar o crescimento, com foco nos gastos do consumidor em particular. Dias depois, a China começou a desmantelar as restrições ligadas à covid-19 e reabriu suas fronteiras a tempo para o feriado de uma semana do Ano Novo Lunar, que terminou na sexta-feira.
As reservas de viagens para o exterior pela internet explodiram. A receita do turismo interno também deu um salto nesse período — o primeiro Ano Novo Lunar livre de restrições para viagens desde o surgimento da covid-19 — e chegou a 73% do nível pré-pandemia, em comparação com 35% no ano passado. As viagens de trem alcançaram 83% do nível de 2019.
Uma pesquisa com empresas de fornecimento de comidas prontas mostrou que suas vendas cresceram quase 25% em termos anuais e superaram as do feriado de 2019. Os consumidores também lotaram os cinemas e levaram as receitas de bilheteria para o segundo maior nível já registrado em um feriado do Ano Novo Lunar.
Uma recuperação rápida da economia da China impulsionada pelo consumo, se conseguir se sustentar, ajudaria a reforçar a demanda global por bens e serviços.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou nesta semana sua previsão para o crescimento econômico mundial em 2023, com o argumento de que a reabertura recente da China abriu caminho para uma recuperação mais rápida do que a esperada. O Fundo também citou a demanda resiliente nos EUA e na Europa e o abrandamento da crise energética.
Agora o FMI prevê que a economia mundial crescerá 2,9% neste ano e não mais os 2,7% de sua projeção de outubro. O prognóstico de crescimento da economia da China subiu de 4,4% para 5,2%.
O indicador oficial da atividade no setor de serviços da China saltou de 39,4 em dezembro para 54,0 em janeiro. A medida ficou acima de 50 — que separa contração de expansão — pela primeira vez em cinco meses. O índice mais amplo de atividade não ligado à manufatura, que também mede a atividade no setor de construção, subiu de 41,6 em dezembro para 54,4, maior número desde junho.
Em nota para clientes, a economista da Capital Economics para a China Sheana Yue escreveu que esses dados mostram “uma melhora na confiança, com as pessoas se recuperando da covid e diminuição dos novos casos da doença”. Segundo ela, a atividade no setor de construção foi estimulada pela redução da escassez de mão de obra e por novas políticas de apoio a empreiteiras endividadas.
Já o índice de atividade industrial subiu de 47,0 em dezembro para 50,1 em janeiro, o que pôs fim a três meses de contração, mas ficou abaixo da previsão média de 50,4 dos economistas. Os subíndices de produção industrial e novas encomendas de exportação continuaram no terreno da contração.
Em termos de expectativas, economistas dizem que mesmo que a covid-19 pareça estar em declínio, os riscos continuam a existir e a profundidade e a duração da recuperação da China enfrentam desafios em muitas frentes.
Apesar das declarações oficiais do início do mês, de que 80% da população já foi infectada com a covid-19, especialistas em saúde adotam um tom cauteloso sobre futuras ondas de novos casos.
A expectativa para as exportações de bens, um pilar do crescimento durante a pandemia, é de expansão bem mais lenta em 2023 com o enfraquecimento da demanda no Ocidente. Iris Pang, economista do banco ING, acha pouco provável que a recuperação do consumo alcance taxas de crescimento anteriores à pandemia antes do terceiro trimestre deste ano.
Um mercado de trabalho ainda frágil, em especial entre os trabalhadores jovens, e a continuidade da crise no setor imobiliário podem desestimular muitas pessoas a gastarem mais livremente.
“Do lado negativo, a recuperação da China pode estagnar, com efeitos no resto do mundo”, disse ontem o economista-chefe do FMI Pierre-Olivier Gourinchas. Além disso, ele citou como riscos uma escalada da guerra na Ucrânia e a volatilidade nos mercados financeiros por causa da elevação das taxas de juro. As informações são da agência Dow Jones Newswires.
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