Aposta em traições a Lula e Bolsonaro assombra eleição no Senado – UOL Confere

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Tales Faria largou o curso de física para se formar em jornalismo pela UFRJ em 1983. Foi vice-presidente, publisher, editor, colunista e repórter de alguns dos mais importantes veículos de comunicação do país. Desde 1991 cobre os bastidores do poder em Brasília. É coautor do livro vencedor do Prêmio Jabuti 1993 na categoria Reportagem, ?Todos os Sócios do Presidente?, sobre o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello. Participou, na Folha de S.Paulo, da equipe que em 1986 revelou o Buraco de Serra do Cachimbo, planejado pela ditadura militar para testes nucleares.
Colunista do UOL
26/01/2023 04h00Atualizada em 26/01/2023 13h45
O Senado volta a funcionar, segundo a Constituição, na próxima quinta-feira, dia 2, mas reúne-se em “sessão preparatória” no dia 1º para a posse dos 27 senadores eleitos em outubro. Teoricamente, neste dia se decide a composição da Mesa Diretora e é escolhido o novo presidente da Casa.
Teoricamente, porque, na prática, dificilmente os acordos para decidir quem comandará o Congresso são fechados no primeiro dia de funcionamento do Parlamento.

Na contagem fria de apoios para a eleição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) está praticamente reconduzido ao cargo na semana que vem. Mas seu principal adversário, Rogerio Marinho (PL-RN), aposta que traições ao governo Lula lhe darão a vitória.
Pacheco, no entanto, se julga mais fortalecido ainda pelas traições ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em cujo governo Marinho figurou como ministro da Integração.
Normalmente, a essa altura da disputa, os candidatos se expõem e pedem votos abertamente, procurando a mídia na tentativa de conquistar apoios.
Mas o temor de traições está levando tanto Pacheco como Marinho a evitar expor publicamente os votos que contam receber e se dedicar mais a uma campanha de bastidores.
O terceiro candidato, Eduardo Girão (Podemos-CE), tem se apresentado mais. No entanto, Girão já admite publicamente o favoritismo de Pacheco, devido ao apoio do governo Lula. Ele se coloca como “independente” e, por isso — sem Lula, nem Bolsonaro —, é visto como o que tem menos chances.
O Podemos de Eduardo Girão tem senadores ligados a Lula e a Bolsonaro, que tendem a votar nos candidatos desses dois. Por causa disso, o partido anunciou que vai liberar a bancada para votar em quem quiser.
Rogério Marinho conseguiu, até agora, manifestação de apoio do PL, seu partido, e do Progressistas, que comandou o centrão no apoio a Bolsonaro e o Republicanos. Ou seja, parte formalmente com os votos de 23 senadores se não houver traições.
Já Rodrigo Pacheco tem o apoio explícito do seu PSD, e mais PT, MDB, PDT, PSB, Cidadania e Rede. Com isso, já parte de uma base possível de 36 senadores.
Se não houver traições, faltam apenas cinco votos para o presidente do Senado conquistar a maioria, ou seja, 41 dos 81 senadores. Os seus aliados dizem que ele já tem bem mais do que isso, contando os votos que disporia em outros partidos, como União Brasil, PSC e até no Podemos e no Progressistas.
Rogério Marinho, no entanto, acredita que esses votos prometidos a Pacheco lhes são explicitados apenas por estar no comando do Senado e, também, por causa do governo federal. Mas que, na votação secreta, a maioria do União Brasil, do MDB e de outros partidos votará com a oposição.
Isso significa que a grande questão na abertura dos trabalhos do Senado, agora em fevereiro, é saber quem sofrerá mais traições: o governo Lula e Rodrigo Pacheco, como aposta Marinho, ou é Bolsonaro que estará definitivamente abandonado por seus antigos aliados.

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