Bolsonarismo vai sobreviver à vitória progressista, diz cientista política – Diário do Centro do Mundo

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Colocar um fim nesta praga é tarefa urgente
POR JOSÉ RENATO PRADO
A recondução de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência não restringirá a atuação da extrema direita na vida pública brasileira. Segundo a cientista política Camila Rocha, doutora pela USP, a eleição de candidatos da ultradireita para o Congresso deverá manter aceso o ideário bolsonarista.
Para ela, o combate ao radicalismo virá da coalizão das frentes democráticas e de ações mais contundentes contra quem atentar contra a democracia.
A pesquisadora diz que dois fatores contribuem para a permanência do bolsonarismo no cenário político nacional: seu enraizamento social, tanto em redes digitais quanto em bases específicas, como religiosos conservadores, e pelo fato de o próprio sistema político não ter conseguido conter seu avanço.
“Teremos muitos bolsonaristas no Congresso Nacional, em legislativos estaduais e mesmo governadores alinhados ao bolsonarismo”, avalia.
“Sem contar os próprios filhos do Bolsonaro que continuarão atuando politicamente.”
O refreamento da pauta neofascista do capitão passa necessariamente pela união das lideranças políticas comprometidas com a manutenção da democracia.
Conforme Camila Rocha, independentemente de serem de esquerda ou centro-direita, há necessidade de coalizões e frentes democráticas com o objetivo de impedir a expansão da extrema direita na política.
“Isso significa, inclusive, que as lideranças partidárias têm o dever de barrar, por exemplo, candidaturas, de condenar falas, cassar mandatos de parlamentares que atentem contra a democracia”, diz.
Para além disso, segundo a cientista, será preciso restaurar pontes, dentro da sociedade civil, que foram quebradas com a dinâmica de radicalização do País, o que inclui até restaurar laços familiares e entre amigos.
A derrota de Bolsonaro nas eleições pode trazer uma reconfiguração, quebrando a hegemonia da ultradireita no campo da direta.
Mas isso, segundo Camila, dependerá de uma postura corajosa de bloquear o bolsonarismo. “É uma oportunidade, mas não sei se vai ser utilizada. Espero que sim.”
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