Bolsonaro colhe mais uma derrota por dar ouvidos a Donald Trump – Metrópoles

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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por Ricardo Noblat e equipe
25/11/2022 6:00, atualizado 25/11/2022 15:22
É tal a falta de imaginação de Bolsonaro e dos seus filhos que eles continuam tendo como referência Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, derrotado há dois anos ao tentar se reeleger.
Bolsonaro considera-se amigo de Trump, embora não fale inglês, nem Trump português. Bolsonaro não fala “portunhol”, e não entende o português de Portugal, como ele mesmo já admitiu.
Nas eleições de 2018, Bolsonaro valeu-se de técnicas de campanha adotadas por Trump dois anos antes e sopradas por Steve Bannon, o estrategista da Casa Branca e líder da extrema direita.
No enfrentamento da Covid-19, Bolsonaro copiou Trump, que de início negou a gravidade da pandemia, afirmou que o vírus fora uma invenção da China, e receitou cloroquina.
Só que Trump logo se deu conta de que não era por aí e mudou de assunto. Infectado, foi internado. Bolsonaro contraiu o vírus, nega que tenha se vacinado e defende a cloroquina até hoje.
Agora, segundo o jornal The Washington Post, o segundo mais importante dos Estados Unidos (o primeiro é o The New York Times), Trump aconselhou os Bolsonaros a questionar sua derrota.
O conselho foi dado em encontro recente entre Trump e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na Flórida. E foi reforçado por Bannon, que também se reuniu com Eduardo.
Dos três filhos Zero de Bolsonaro, Eduardo é o que cuida do departamento de ideologia da família. Flávio, senador, cuida das finanças, e Carlos, vereador, das redes sociais.
Conselho dado, conselho acatado. E, uma vez que a auditoria militar nas urnas eletrônicas não deu em nada, Bolsonaro, o chefe do clã, acionou Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Obrigado a contestar o resultado das eleições, Costa Neto meteu-se na fria de pedir a anulação dos votos de 250 mil urnas, mas apenas no segundo turno. No primeiro, prejudicaria o próprio PL.
Então, deu no quê? Na multa de quase R$ 23 milhões aplicada ao partido pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, por “litigância de má-fé”.
E deu também no isolamento do PL, que perdeu a companhia do PP e do Republicanos, que não concordaram com a iniciativa de Valdemar. Dentro do PL, a barra de Valdemar pesou.
Melhor teria feito Bolsonaro se ficasse recluso no Palácio da Alvorada até 31 de dezembro, lambendo suas feridas e se preparando para responder depois a um monte de processos.
“Há algumas semanas, eu estava chorando, na dúvida ainda de vir [para a Copa]. Então, eu acho que valeu todo o esforço da minha recuperação. Deus viu meu esforço, viu o tanto de vontade que eu estava de vir para a Copa do Mundo”. (Richarlison, o camisa 9 do Brasil)
Tanto as eleições presidenciais no Brasil e as Midterms nos Estados Unidos têm um ponto em comum: o voto pela democracia
O jornal Financial Times assim comentou o evento: “A COP27 teve sucesso em decepcionar ainda mais que o previsto”!
Foi a defesa da democracia que elegeu Lula. A grande tarefa da defesa da democracia é fortalecer o seu caráter consensual e negociado
Quase metade dos deputados que integram esse colegiado não se reelegeram e nem comparecem, o que favorece Eduardo Bolsonaro e outros
Jornalismo chapa branca só serve aos governantes, à sociedade, não
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