Bolsonaro disse a Guedes que ajuste na economia passará por Arthur Lira – UOL Confere

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Tales Faria largou o curso de física para se formar em jornalismo pela UFRJ em 1983. Foi vice-presidente, publisher, editor, colunista e repórter de alguns dos mais importantes veículos de comunicação do país. Desde 1991 cobre os bastidores do poder em Brasília. É coautor do livro vencedor do Prêmio Jabuti 1993 na categoria Reportagem, ?Todos os Sócios do Presidente?, sobre o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello. Participou, na Folha de S.Paulo, da equipe que em 1986 revelou o Buraco de Serra do Cachimbo, planejado pela ditadura militar para testes nucleares.
Colunista do UOL
20/10/2022 11h11
O ministro da Economia defendeu junto ao presidente Jair Bolsonaro (PL) que, em caso de vitória nas urnas, o governo tome “medidas radicais” de ajuste da economia assim que o resultado da eleição presidencial for anunciado.
O próprio Bolsonaro revelou a articuladores políticos o argumento do ministro: em caso de vitória, o presidente terá força política para passar as medidas que precisarem de aprovação do Congresso, mas essa força dura pouco tempo.

Bolsonaro teria respondido — segundo revelou à coluna uma fonte da área política — que dificilmente o Congresso aprovará medidas polêmicas antes da eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado.
O presidente admite que, se vencer, será necessário um forte aperto econômico, especialmente depois dos gastos do governo na campanha eleitoral.
Bolsonaro instruiu o ministro da Economia a preparar medidas que não dependam do Congresso para serem tomadas logo após as eleições.
Quanto ao que precisar de aprovação dos políticos, a ideia é a área econômica negociar antes com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Só serão enviadas ao Congresso logo depois da eleição as medidas que tiverem o aval dele.
Lira já está em plena campanha pela reeleição ao comando da Câmara e precisará obter votos de deputados não alinhados com Bolsonaro. O governo não pretende atrapalhar sua reeleição obrigando-o a aprovar medidas polêmicas antes de fevereiro, que é quando são escolhidos os novos presidentes da Câmara e do Senado.
Já o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), dificilmente tentará permanecer no cargo se Bolsonaro for reeleito. Mas o candidato que tiver o apoio do governo também terá a campanha prejudicada, se tiver que aprovar medidas muito polêmicas.
De qualquer maneira, ficou para depois das eleições uma discussão mais detalhada sobre as medidas a serem tomadas. “Antes a gente precisa vencer”, disse Bolsonaro, segundo o relato dessa fonte.
A história foi contada à coluna com o objetivo de mostrar que o Planalto já vê chances reais de Bolsonaro derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira, 19, os dois estão empatados no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para cima e para baixo. Lula continua como favorito, com 49% das intenções de voto contra 45% de Bolsonaro.
O petista manteve-se estável, com os 49%, em todos os levantamentos do instituto após o primeiro turno. Já Bolsonaro, que tem oscilado positivamente, obteve um ponto a mais em relação à última pesquisa.

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