Bolsonaro é alvo de nova investigação, agora da Polícia Federal – Revista Fórum

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O cerco a Jair Bolsonaro (PL) continua se fechando. A Polícia Federal (PF) vai investigar, internamente, se houve, como tudo indica, pressão do ex-presidente para brecar investigações de integrantes da sua família e amigos.
Serão instaurados procedimentos internos para analisar se ocorreram, da parte de policiais, omissões ou ações deliberadas para mudar investigações consideradas “sensíveis” ao Executivo nos últimos quatro anos, de acordo com reportagem de Julia Affonso, no Estadão.
Bolsonaro chegou a trocar por quatro vezes o diretor-geral da PF durante seu mandato, um procedimento incomum e suspeito. Estiveram no comando da corporação os delegados federais Maurício Valeixo, Rolando de Souza, Paulo Maiurino e Márcio Nunes.
O ex-presidente também foi impedido por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de nomear Alexandre Ramagem para a direção da PF por suspeitas de que ele seria colocado no cargo para interferir em investigações.
O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), quando deixou o Ministério da Justiça de Bolsonaro, acusou o ex-presidente de tentar interferir no comando da PF com o objetivo e conseguir acesso a informações sigilosas.
A queda de Moro do ministério aconteceu dias depois de polêmica reunião ministerial. Na ocasião, Bolsonaro disse: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f** minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”, esbravejou em total desequilíbrio.
Ameaçou e cumpriu. O delegado Hugo de Barros Correa, que tinha sido superintendente da PF no Distrito Federal, foi removido para uma função burocrática, depois de atuar no inquérito das fake news e investigar Jair Renan, filho de Bolsonaro.
Há outros exemplos: a delegada Silvia Amelia da Fonseca, que encaminhou o processo de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, foi exonerada da diretoria do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).
E mais: o delegado Franco Perazzoni, que conduziu a operação que tinha como alvo o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não pôde assumir a chefia do combate ao crime organizado. Além disso, o ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, foi exonerado depois de acusar Salles de crime ambiental.
Com o novo governo, o presidente Lula (PT) escolheu o delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues para comandar a PF. Uma das primeiras ações do novo diretor-geral foi trocar 18 superintendentes nos estados. Entre eles, o do Rio de Janeiro, reduto político de Bolsonaro. Leandro Almada da Costa assumiu o cargo.
Em São Paulo, o novo superintendente é o delegado Rogério Giampaoli. As delegadas Larissa Freitas Carlos Perdigão, no Rio Grande do Nortes, Marcela Rodrigues de Siqueira Vicente, em Goiás, e Tatiana Alves Torres, em Minas Gerais, também tiveram seus nomes escolhidos.

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