Bolsonaro em Orlando, terra do Pateta, é triste piada pronta – UOL Confere
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Thaís Oyama é comentarista política. Foi repórter, editora e redatora-chefe da revista VEJA, com passagens pela sucursal de Brasília da TV Globo, pelos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S Paulo, entre outros veículos. É autora de “Tormenta – O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos” (Companhia das Letras, 2020) e de “A arte de entrevistar bem” (Contexto, 2008).
Colunista do UOL
31/12/2022 12h01
Na live que fez antes de partir para Orlando (EUA), o em breve ex-presidente Jair Bolsonaro declarou ter dado o seu sangue ao país.
Como exemplo da afirmação, citou o fato de ter nadado em piscina sem aquecimento ao longo dos quatro anos em que viveu no Palácio da Alvorada (“desliguei o aquecedor, gastava muita energia”) e participado, se muito, de “dez churrasquinhos” no período.
Era trabalho demais, afirmou. “De domingo a domingo.”
O pronunciamento do presidente da República incluiu ainda uma lista de feitos do seu governo.
Entre eles, Bolsonaro relacionou a construção de um (01) colégio militar na cidade de São Paulo e o fato de ter atendido a um pedido do prefeito de Bagé, município do Rio Grande do Sul que, descobriu ele, tinha problemas de falta d’água (“A gente quando fala em falta de água, a gente pensa no Nordeste, né?”).
Nada disso a imprensa deu, afirmou. Nada teve destaque na mídia.
Bolsonaro, vítima de ingratidão, de perseguição e até da contingência (uma pandemia e “uma guerra lá do outro lado do mundo”), tentou mostrar em sua live que é mais coitado que todo mundo, inclusive os apoiadores que permaneceram na chuva esperando uma manifestação presidencial desde que as urnas decretaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
A esses, tudo o que Bolsonaro conseguiu dizer foi que era injusto ficarem “chateados” com ele, porque “para você conseguir fazer alguma coisa, mesmo nas quatro linhas, você tem que ter apoio”.
E confessou: “Como foi difícil ficar dois meses calado trabalhando para buscar alternativas” — “alternativas” que, a história há de mostrar, ruíram graças à firme resistência da ampla maioria dos generais do Alto Comando do Exército.
Jair Bolsonaro, o 38º presidente da República do Brasil, nunca esteve à altura do cargo e talvez nem mesmo tenha atinado para o tamanho da responsabilidade que esteve sobre os seus ombros.
O fato de ter se desvencilhado dela antes do fim do mandato para escapar da posse de seu sucessor na terra do Pateta é só mais uma triste piada pronta das muitas que Jair Bolsonaro legou aos brasileiros.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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