Bolsonaro, o pirracento, surpreendeu até aliados em veto a emendas secretas – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Thaís Oyama é comentarista política. Foi repórter, editora e redatora-chefe da revista VEJA, com passagens pela sucursal de Brasília da TV Globo, pelos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S Paulo, entre outros veículos. É autora de “Tormenta – O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos” (Companhia das Letras, 2020) e de “A arte de entrevistar bem” (Contexto, 2008).
Colunista do UOL
01/12/2022 12h09
A decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de mandar suspender o pagamento das emendas do orçamento secreto, depois de o até há pouco tempo camarada Arthur Lira (PP) entrar em acordo com seus inimigos do PT, pegou de surpresa, inclusive, aliados próximos.
O presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto, por exemplo, até ontem à noite de nada sabia — e, se soubesse, certamente teria agido para demover o ex-capitão de suas intenções.

O represamento das emendas, moeda corrente do Congresso, não afeta apenas a capacidade de o presidente da Câmara azeitar sua reeleição ao comando da Casa, mas também os planos de Valdemar, que depende do sucesso dos acordos de Lira para montar o seu jogo no xadrez que antecede a eleição das mesas da Câmara e do Senado.
Ao fechar as torneiras daquilo que, em campanha, Lula chamou de “o maior esquema de corrupção da história do Brasil”, Bolsonaro fez pirraça, e não um gesto político visando a preservar recursos para “outras áreas”, como cinicamente justificou nos atos que assinou ontem para manter bloqueados R$ 7,8 bilhões de recursos públicos que seriam repassados a políticos por meio das obscuras emendas de relator.
Bolsonaro não pensa no país nem nos brasileiros, incluindo os que votaram nele.
No jantar da bancada do PL, anteontem, repeliu aos coices tanto os apelos da deputada Carla Zambelli para que falasse aos seus apoiadores golpistas como a sugestão de um amigo que se dispôs a solicitar aos presentes que fechassem as câmeras de seus celulares caso o presidente desejasse fazer um discurso. À sugestão do amigo, Bolsonaro respondeu com uma curta frase impublicável.
O ressentimento sempre foi a marca registrada do ex-capitão que, por quatro anos, envergou de forma imerecida a faixa de presidente da República e agora não quer devolvê-la.
Esse mesmo ressentimento, que está nos alicerces do bolsonarismo, contribuiu para que, ao longo de sua desastrosa presidência, Bolsonaro apequenasse o cargo e a si mesmo. Chegou ao Palácio com a estatura de um deputado do baixo clero e agora sai dele com o tamanho de uma criança birrenta.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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