Bolsonaro recebe aliados no Alvorada nesta quarta-feira (28/12) – Metrópoles

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28/12/2022 12:45, atualizado 28/12/2022 12:45
O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, na manhã desta quarta-feira (28/12), no Palácio da Alvorada, aliados do seu governo ao longo dos últimos quatro anos.
Segundo interlocutores, alguns dos auxiliares que visitaram o atual mandatário foram o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Walter Braga Netto, ex-ministro que integrou a chapa de Bolsonaro na tentativa de reeleição; e Valdemar da Costa Neto, presidente do PL. O senador eleito Magno Malta (PL-ES) foi visto chegando à residência oficial da Presidência no início da tarde desta quarta.
O encontro com auxiliares ocorre sob rumores de Bolsonaro deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos. O colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, noticiou que o presidente viajará em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para os Estados Unidos, onde pretende tirar um período sabático após deixar o Palácio do Planalto.
A expectativa é de que Bolsonaro deixe o Brasil até sexta-feira (30/12), deixando de participar da cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que retorna para o seu terceiro mandato à frente da Presidência da República em 1º de janeiro de 2023.
Após a repercussão negativa, no entanto, Bolsonaro reavalia viajar aos Estados Unidos antes da posse de Lula. Como adiantou o colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, aliados aconselharam fortemente o presidente a não viajar sem que antes se dirija a seu eleitorado.
Nessa terça-feira (27/12), o chamado “escalão avançado” do Gabinete de Segurança Institucional partiu rumo aos Estados Unidos, para preparar a chegada do presidente ao país norte-americano.
Já de acordo com a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, Bolsonaro busca um destino nos Estados Unidos em que não seja abordado por brasileiros e, assim, possa ficar longe do noticiário durante os próximos meses, dentro da estratégia de sumir do noticiário e dos olhos da Justiça.
Mais cedo, o ministro Augusto Heleno autorizou o afastamento do país de uma funcionária do órgão. Ela vai compor a equipe de segurança familiar que deve acompanhar o atual presidente durante viagem a Miami, no estado da Flórida.
Segundo despacho assinado pelo general, a segunda sargento Aline Amancio ficará afastada entre esta quarta e quinta-feira (29/12). Atualmente, ela atua na segurança pessoal da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI.
Na terça-feira (27/12), Jair Bolsonaro definiu a equipe que vai acompanhá-lo assim que ele deixar o comando do Palácio do Planalto, em 1º de janeiro de 2023. O Diário Oficial da União (DOU) trouxe o nome de oito auxiliares que vão assessorar Bolsonaro.
Pela primeira vez em 34 anos, Bolsonaro não terá um cargo político. Para além dos benefícios do cargo que ocupou e da aposentadoria a que tem direito pela Câmara dos Deputados, ele deve assumir o posto de líder da direita para as próximas eleições. O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, acertou que o partido bancará as despesas de Bolsonaro a partir de 2023, que será convidado para ser presidente de honra da sigla.
Na condição de ex-presidente da República, Bolsonaro tem direito de nomear até oito assessores, que serão remunerados com salários que podem chegar a R$ 13,6 mil e terão despesas com passagens aéreas e diárias de viagens pagas pelo governo.
Veja abaixo quem deve acompanhar Bolsonaro a partir de 2023:
Com relação de longa data com Bolsonaro, o assessor Max Guilherme Machado de Moura seguirá com Bolsonaro após o fim do mandato do presidente. Neste ano, ele chegou a deixar o governo para disputar as eleições, mas acabou derrotado nas urnas.
Outro nome definido para acompanhar o presidente a partir do ano que vem é o do advogado João Henrique de Freitas, assessor-chefe da Presidência, que conta com a confiança de Bolsonaro. O coronel Marcelo Camara, tido como o comandante do “serviço paralelo” de investigação que o atual mandatário matinha no Planalto também foi nomeado para seguir com Bolsonaro a partir do próximo ano.
O capitão reformado do Exército Sérgio Rocha Cordeiro, que trabalhou no gabinete presidencial de Bolsonaro, também deve acompanhá-lo ao fim do mandato. Foi na casa do militar que o atual presidente passou a fazer suas tradicionais lives depois que foi proibido pela Justiça Eleitoral de usar a estrutura do Palácio do Alvorada para promover candidaturas de aliados.
As portarias ainda trazem os nomes de Ricardo Dias dos Santos, suboficial da Marinha; Estácio Leite da Silva Filho, segundo sargento do Exército; e Osmar Crivelatti e Jossando da Silva, ambos segundo tenentes do Exército.
Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022Reprodução/Instagram
Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigosHugo Barreto/Metrópoles
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depoisRafaela Felicciano/Metrópoles
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de OficiaisGetty Images
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)Rafaela Felicciano/Metrópoles
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiamRafaela Felicciano/Metrópoles
A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a JairJP Rodrigues/Metrópoles
Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da RepúblicaDaniel Ferreira/Metrópoles
Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)Rafaela Felicciano/Metrópoles
É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticosInstagram/Reprodução
Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidenteIgo Estrela/Metrópoles
Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outrosAlan Santos/PR
Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidenteRafaela Felicciano/Metrópoles
De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga NettoIgo Estrela/Metrópoles
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