Bolsonaro repete que não tem controle do orçamento secreto e envolve Rodrigo Maia – UOL Confere
Iander Porcella
Brasília
28/10/2022 13h19Atualizada em 28/10/2022 13h40
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer nesta sexta-feira, 28, que não tem controle sobre o orçamento secreto. Em entrevista ao canal “O Primo Rico”, de Thiago Nigro, o chefe do Executivo afirmou que, se tivesse “nas mãos” os R$ 19 bilhões previstos para as emendas de relator-geral no ano que vem, seria o “presidente mais feliz do mundo”.
No começo desta semana, o chefe do Executivo chegou a dizer que, se reeleito, poderia negociar o fim do orçamento secreto. Por meio do esquema, revelado pelo Estadão, o Palácio do Planalto negocia apoio no Congresso com a destinação de emendas, sem critérios e transparência, a parlamentares principalmente da base governista.
“Se eu tivesse R$ 19 bilhões nas mãos, eu seria o presidente mais feliz do mundo e saberia onde melhor aplicar esses recursos. Não quero generalizar”, afirmou o presidente, ao dizer que a decisão sobre a alocação das verbas do orçamento secreto é do relator-geral. “Nós não temos controle disso”, emendou.
Adversário de Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já prometeu acabar com o esquema, se eleito. Na entrevista, contudo, o presidente afirmou que os petistas foram favoráveis ao orçamento secreto.
O chefe do Executivo ainda sugeriu que as emendas de relator-geral foram uma reação ao fato de ele ter supostamente negado em 2019 ao então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a recriação do Ministério das Cidades. Segundo Bolsonaro, Maia queria “acomodar seu pessoal” na pasta.
O presidente disse também que vetou o orçamento secreto, sem mencionar que, depois disso, recuou e enviou um projeto próprio ao Congresso para criar o esquema, gestado no gabinete do então ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, no Palácio do Planalto.
Na segunda-feira, 24, em entrevista ao site Metrópoles, Bolsonaro disse que pretende negociar o fim do orçamento secreto em um eventual segundo mandato. “O novo Parlamento ficou muito mais para a centro-direita e pretendo negociar no ano que vem, se eu for reeleito, obviamente, a extinção desse dito orçamento secreto”, declarou o presidente.
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