Brasil é o país que menos gasta em política industrial – Monitor Mercantil

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O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) analisou estudo em que são comparados os montantes de gastos envolvidos em certos instrumentos de política industrial na China, Coreia do Sul, Taiwan, Estados Unidos, Alemanha, França e no Brasil.
A China vem bem à frente deste grupo de países. Em dólares, em paridade de poder de compra (PPC), foram gastos US$ 406,5 bilhões nos instrumentos de política industrial analisados em 2019, o que equivale a quatro vezes o montante gasto pelos EUA e quase 11 vezes os valores de França e Alemanha somados.
Os instrumentos usados pela China equivaleram a 1,73% do PIB, mais do que o dobro do segundo colocado no grupo de países selecionados, a Coreia do Sul, com 0,67%, e muito à frente dos EUA, com 0,39% do PIB.
Os dados do Brasil são de 2017 e ajudam a compreender por que a indústria vem perdendo espaço na economia nacional e nas exportações. Foi o segundo que menos gastou em termos absolutos entre os países da amostra: US$ 10,7 bilhões (em PPP), à frente apenas de Taiwan, com US$ 4,98 bilhões. Apesar isso, em termos relativos, Taiwan dispendeu 0,41% de seu PIB com os instrumentos considerados ante 0,33% no caso do Brasil. “Fomos o país que menos gastou em relação ao PIB”, contata o Iedi.
O estudo “Estimating Chinese Industrial Policy Spending in Comparative Perspective” foi divulgado recentemente pelo Center for Strategic & International Studies (CSIS).
Os autores – Gerard DiPippo, Matthew Goodman, Scott Kennedy e Ilaria Mazzocco – empregam uma definição ampla de política industrial, que consistiria em “qualquer intervenção estatal – explícita ou implícita – que visa realocar recursos para apoiar determinadas empresas ou setores a alcançar um ou mais objetivos”.
“Os instrumentos de política considerados incluem subsídios e isenções fiscais, apoio público à pesquisa e desenvolvimento (P&D), crédito subsidiado e investimentos estatais”, salienta o Iedi. No caso chinês, há ainda instrumentos específicos, como vendas de terrenos a preços abaixo do mercado, passivos das estatais junto ao governo e debt-equity swaps.
“É preciso encarar o exercício como uma aproximação, ainda assim válida, dada a dificuldade de acesso a informações detalhadas”, ressalva o Instituto.
A entidade assinala também que volume de recursos monetários dispendido não tem uma relação direta com resultados. “Políticas mais bem desenhadas, coordenadas ou com grande sinergia com outras ações estatais podem ser mais eficazes mesmo contando com menos recursos. De todo modo, a magnitude do dispêndio sinaliza o comprometimento governamental com a agenda de desenvolvimento industrial”, finaliza o Iedi.

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