Brasileiros vão às urnas sob clima inédito de medo e violência política – UOL

0
118

Acesse seus artigos salvos em
Minha Folha, sua área personalizada
Acesse os artigos do assunto seguido na
Minha Folha, sua área personalizada

Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Gostaria de receber as principais notícias
do Brasil e do mundo?
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Brasileiros vão às urnas neste domingo (2) sob clima inédito de medo e violência em eleições presidenciais. De assassinatos de eleitores a ameaças a candidatos, a disputa reproduziu um cenário que costumava ser visto em pleitos municipais e sinalizou que a polarização política chegou a outro patamar.
“Nunca chegamos a uma eleição desse jeito. Em geral se vê mais violência em eleições municipais, candidatos a vereador. Além de violência contra postulantes, a novidade é essa onda de violência gratuita e de intolerância à divergência”, diz a diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo.
Antes mesmo do início oficial da campanha, casos de agressão já se acumulavam. Em julho, um policial bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e matou a tiros um militante petista em Foz do Iguaçu (PR).
No mesmo mês, uma caminhada com Marcelo Freixo (PSB), candidato ao Governo do RJ, foi encerrada após apoiadores armados do deputado estadual bolsonarista Rodrigo Amorim (PTB) fazerem ameaças.
O receio de violência levou a Polícia Federal a montar o maior esquema de segurança da história para a proteção dos candidatos à Presidência. A campanha de Lula chegou a cancelar viagens, rever a estrutura de comícios e a traçar um plano para evitar que apoiadores deixem de votar por medo de agressão.
“Houve casos em Foz do Iguaçu, Mato Grosso, Ceará, Santa Catarina. São pessoas que não estavam no centro do debate político”, afirma o sociólogo David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “As pessoas agora estão com medo de sair na rua com camiseta, de colar adesivo no carro, colocar broche na mochila. Elas temem sofrer ameaças ou se envolver em algum conflito.”
Um resumo com o que de mais importante a Folha destaca sobre a eleição
Carregando…
No início de setembro, um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) confessou ter matado a facadas um colega de trabalho em Mato Grosso após uma discussão política em que a vítima defendeu Lula.
Em setembro, um simpatizante do PT matou em Santa Catarina, também a facadas, um homem que vestia uma camisa com menção a Bolsonaro. A polícia investiga se houve motivação política.
Na última quinta-feira (29), o carro e a casa da ex-mulher de Bolsonaro, a candidata a deputada distrital Ana Cristina Valle (PP-DF), foram alvos de vandalismo em Brasília. Ela e o filho, Jair Renan Bolsonaro, publicaram vídeos curtos nas redes sociais sobre o ocorrido e sugeriram motivos políticos pelo ataque.
Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, encomendada ao Instituto Datafolha, indicou que 67,5% dos entrevistados sentem medo de serem agredidos fisicamente em razão de suas escolhas políticas ou partidárias.
O medo dos eleitores é compartilhado por políticos. Segundo o PSOL —sigla da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 em um crime ainda não solucionado—, cerca de 50 candidatos sofreram algum tipo de violência política recentemente e necessitaram de assistência ou de medidas de segurança especiais.

As organizações da sociedade civil Justiça Global e Terra de Direitos monitoram casos de violência política no Brasil desde 2016. A coordenadora-geral da Justiça Global, Sandra Carvalho, que diz temer que o medo de casos de violência intimide candidatos de grupos que já são minoria na política, como mulheres e negros, destaca que os números passaram a indicar tendência de alta em 2019.

“A violência política é recorrente na história do país, mas já verificávamos um incremento na campanha que elegeu o atual presidente. Desde então, há tendência de aumento”, afirma ela. “Vemos campanhas de determinados segmentos muito mais tímidas por receio de sofrerem algum tipo de ataque, um perigo ao processo democrático, porque pode implicar, cada vez mais, na subrepresentação de determinadas fatias.”

Na quinta (29), em reunião com observadores internacionais, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, disse que a Justiça vai garantir liberdade e segurança nas eleições.

Para diminuir os riscos de violência, o tribunal proibiu CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) de transportarem armas e munição entre sábado (1º) e segunda-feira (3) e elaborou um novo texto sobre a proibição da entrada com celular nas cabines de votação.
Não à toa chegamos aqui desse jeito. Além da facilidade completa de se comprar armas, porque mais de 40 normas facilitaram esse acesso, o discurso de acesso a armas, sobretudo presidencial, foi alimentado nos últimos anos”, diz Carolina Ricardo.
A onda de violência também levou o TSE a fazer um acordo com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Uma urna eletrônica inflável gigante foi colocada em campo durante sete jogos com a mensagem “paz nas eleições”. O lema foi compartilhado pelos principais times de futebol do país.

David Marques, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que é difícil avaliar as sequelas deixadas pela campanha de 2022 nos próximos pleitos. Para ele, a resposta pode estar no resultado das urnas.
“Em 2018, em São Paulo, você tinha [o ex-governador] João Doria dizendo que a polícia precisava atirar para matar. No Rio de Janeiro, [o ex-governador] Wilson Witzel dizia que a polícia tinha que atirar na cabecinha. A pauta da segurança pública também foi muito importante para Bolsonaro. Ele falava do excludente de ilicitude para policiais e do armamento da sociedade”, afirma o sociólogo.
“Em todos esses casos, o que está sendo dito é: a gente precisa utilizar violência para fazer política pública, controlar o crime. E isso, em alguns aspectos, vai passando também para as relações políticas, para o debate político como um todo. O que a gente vai ter que ver neste domingo é se essa onda de agressividade vai ser novamente empoderada ou se ela vai ser freada, justamente pelo voto popular.”
Para Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz, a solução depende da própria democracia. “As instituições estão respondendo. E o jeito é todo mundo comparecer, votar, eleger quem achar que tem que ser eleito para mostrar que a democracia prevalece e é mais forte do que casos pontuais de violência política.”
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Leia tudo sobre o tema e siga:
Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha? Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui). Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia. A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado!
Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir esse conteúdo?
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
As principais notícias da semana sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos
Carregando…
As principais notícias da semana sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos
Carregando…
Cursos de direito devem romper com passado e ampliar aprendizado
Mãe Paulistana acolhe gestantes desde o início da gravidez e garante creche aos bebês
Abertura do mercado de energia vai modernizar setor no Brasil
A nova era no cuidado do câncer de pulmão
Mãe Paulistana acolhe gestantes desde o início da gravidez e garante creche aos bebês
Chegada do 5G traz revolução para o dia a dia dos negócios
Tecnologia com inclusão e diversidade gera inovação
Transplantes salvam, mas pacientes precisam de cuidados redobrados
Podcast debate nova geração de testes genéticos na psiquiatria
Coleção especial celebra os 60 anos da Vivara
Evento discute caminhos para acelerar a transição energética no país
Avanço de pesquisas e mais investimentos em genômica revolucionam a medicina
Mastercard apoia inclusão digital de empreendedores das favelas
PARCERIA NA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, DE PONTA A PONTA
Soluções de cibersegurança reforçam confiança do consumidor nas empresas
Ciência comprova eficácia e aponta novos caminhos para Cannabis medicinal
Na Móbile, projeto de vida começa cedo
Alunos trilham ensino médio de olho no superior
Prevenção ao suicídio exige engajamento de toda a sociedade
Inteligência artificial e automação moldam o futuro das empresas
Tecnologia permite que pessoas recebam pela comercialização de seus dados
Especial traz exemplos de como é possível preservar a Amazônia
Tecnologia da Mastercard possibilita transferências com uso de cartão de débito
Novo Vista traz alta gastronomia e sofisticação a bordo; conheça
Consumidor já pode pagar suas contas com o rosto
Robôs aprendem, conversam e surpreendem visitantes em exposição em SP
Entenda o que é privacidade e por que precisamos falar sobre isso
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Eleições deste ano renovaram um terço das 81 cadeiras da Casa; PL, de Bolsonaro, é agora a maior bancada, com 14 senadores
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Lula venceu em Minas Gerais; Bolsonaro, em São Paulo e Rio de Janeiro
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Tarcísio venceu em municípios como Guarulhos, Osasco e Santo André; Haddad foi o mais votado em São Bernardo do Campo, Diadema e na capital

O jornal Folha de S.Paulo é publicado pela Empresa Folha da Manhã S.A.
Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.
Cadastro realizado com sucesso!
Por favor, tente mais tarde!

source

Leave a reply