Bruno Lima aposta em políticas públicas para mudar consciência da … – PrimeiraFeira

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Sexto deputado federal mais votado do Brasil nas eleições de outubro, político tem milhares de seguidores nas redes sociais
 
Delegado de Polícia Civil, Bruno Lima tomou posse aos 26 anos. Na política se destaca por sua atuação frente à causa animal. Como deputado estadual, realizou diversos trabalhos não apenas ligados à proteção animal, mas também envolvendo o combate à fome, além de ser membro titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre violência doméstica. Bruno Lima foi o sexto deputado federal mais votado do país com 461.217 votos. A partir de janeiro de 2023 irá atuar, em Brasília, como deputado federal. Ele pretende ampliar sua atuação, mas sem deixar de estar presente na região. Bruno Lima também tem milhares de seguidores nas redes sociais. Nessa conversa com a reportagem do jornal PRIMEIRAFEIRA, ele falou como deve ser seu trabalho daqui pra frente.
 
O que muda no seu trabalho agora como deputado federal?
Delegado Bruno Lima: Falando de recursos, teremos muito mais oportunidades para enviar recursos. O deputado federal tem emendas parlamentares para enviar para as cidades, para investimentos nas diversas áreas e suprir a necessidade de prefeituras, além de poder trabalhar questões relacionadas à legislação no âmbito nacional. Como deputado estadual tive um projeto vetado pelo então governador João Dória e a justificativa do veto apontava que era uma questão de responsabilidade da Federação. Isso para mim foi um motivo preponderante para me candidatar ao cargo. Sou incisivo e busco ajudar as cidades, estando presente em todos os momentos, seja sábados, domingos ou feriados. E isso não vai mudar. Vou continuar morando em Indaiatuba, continuarei com a proatividade, com a possibilidade de abranger não apenas o Estado, mas o Brasil todo. O mais importante é as pessoas conhecerem e acompanharem o trabalho para ver o que realmente faço. Sempre lido com a verdade e nunca prometo nada que não posso cumprir. Quero ser um deputado presente e entregar mais resultado.
 
Como deputado e também como delegado, você tem um trabalho intenso ligado à causa animal. Como pretende atuar nessa área, no Congresso Nacional?
Delegado Bruno Lima: Enquanto delegado de polícia, trabalhei muito no movimento ‘Cadeia para maus tratos’. Durante as ocorrências que atendia, via que os autores desses crimes geralmente eram liberados, enquanto hoje não, sendo possível fazer prisões em flagrantes, por conta da Lei Fred Costa’ (nome dado informalmente ao Projeto de Lei 1.095/2019, de autoria do deputado federal Fred Costa, cuja principal bandeira política é a proteção dos animais. O nome foi dado espontaneamente por internautas que publicaram fotos e histórias a favor da aprovação da proposta no Congresso Nacional). Até por uma evolução pessoal e do mandato, estamos batendo em cima da questão de educação. Recebemos milhares de denúncias por mês, das quais conseguimos resolver um ou dois desses problemas, por dia. Se conseguirmos fazer investimentos em políticas públicas e voltar atenção à causa animal para a base, com uma mudança cultural desde cedo, conseguiremos resultados. Não criticando, mas como exemplo, aprova um projeto aqui proibindo a soltura de fogos, mas nunca aconteceu nada. Por que a lei não é eficaz, ela não pega e acaba caindo em desuso, até por falta fiscalização. Se tem uma mudança cultural, conscientizando as crianças de que fogos de artifícios com estampido prejudicam animais, não precisa ter um projeto proibindo.
 
O que pode trazer de sua experiência como delegado para sua atuação no Congresso?
Delegado Bruno Lima: Não me considero da bancada da bala, porque minha forma de enxergar a segurança pública é olhando para a base. Se falarmos de projeto de alimentos, estamos falando de segurança pública; se vamos falar de cultura, falaremos de segurança pública. Estou fazendo e pretendo fazer ainda mais a capacitação das Guardas Civis Municipais (GCMs), com um trabalho integrado com a Polícia Civil; treinamentos e melhora no armamento. Para evitar o que aconteceu em Capivari (em que bandidos atacaram guardas com fuzis), precisamos ter nossos guardas com melhor armamento, para não depender da Polícia Militar (PM). Obviamente que, por ser um órgão do estado, a PM precisa atuar, mas se temos uma guarda equipada, podemos fazer frente à criminalidade. A realidade é uma só. Onde o Estado não está, onde não há a presença da família e dos órgãos de governo, a criança vai se enveredar para o caminho do crime. Se ela está passando fome ou vendo os pais enfrentando dificuldades, pode ter certeza que o resultado vai ser a criminalidade.
 
Você é autor do ‘Programa Estadual de Combate à Fome’. Quais outros projetos nessa área serão desenvolvidos?
Delegado Bruno Lima: Costumo falar que as pautas que trago são experiências pessoais e também vivenciadas enquanto delegado e deputado. Essa lei especifica era uma situação que sempre observava nos plantões, de pessoas passando fome. Já temos na Assembleia Legislativa um projeto para a criação de um banco de alimentos para acabar com o desperdício de comida. Queremos evitar o excesso de alimentos, como por exemplo, nas escolas. É um absurdo saber que tem escolas que acabam descantando alimentos por conta da grande quantidade, tal como ocorre em restaurantes. Queremos tentar unificar recursos de grandes empresas, mercados, com produtos próximos da validade, para avançar nessa questão da fome. Esse projeto, inclusive, devemos aprovar agora e pretendo atuar nesse ponto também em Brasília, não apenas com a lei, mas também com investimentos na cidade. Indaiatuba, por exemplo, não tem um banco de alimentos, mas já estamos fazendo esse estudo, sobre como desenvolvê-lo e como levar à mesa da população.
 
A construção da barragem do Piraí deve exigir mais recursos para sua conclusão. Como deputado, o que pretende fazer?
Delegado Bruno Lima: Vou sentar com o Rogério Nogueira, que é nosso parceiro aqui na região, e recurso não será problema. Sabemos da dificuldade do abastecimento e quero auxiliar nesse projeto.
 
Um dos grandes problemas na cidade de Salto está na saúde pública. Como vê essa situação?
Delegado Bruno Lima: A pauta da saúde me toca, mas não gosto de explorar isso politicamente, porque eu perdi dois avós que passaram pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É um sistema que eu não uso, mas quero olhar com bons olhos. Dinheiro para a saúde tem, mas tem de ser bem empregado, por exemplo, fazendo serviços decentralizados. Estive com o pessoal do Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC) recentemente e eles falam que precisam de recursos. Cabe a nós falar com o governador, com o presidente, para mandar recursos. É um absurdo a situação de munícipes daqui (Salto) precisarem ser atendidos lá (em Indaiatuba). Vou sentar com o prefeito e ver o que está faltando. É o equipamento público? É problema com o prédio? Dentro das articulações, do diálogo, conseguimos trazer recursos. Só não entrega quem não corre atrás.
 
Acredita que modelos de consórcio poderiam facilitar, como por exemplo, um hospital para atender toda a região?
Delegado Bruno Lima: Temos o exemplo de Osasco com o Hospital Regional. É um baita de um exemplo para tentarmos trabalhar na região e não ficar com esses problemas. Indaiatuba reclama pela demanda, enquanto aqui em Salto a população se sente prejudicada por ir até lá. Os modelos de consórcio na saúde é uma saída. Vamos conversar com os governos estadual e federal, e alinhar com os deputados aqui da região. Projetos bons para a população não têm de ter um ‘pai’. Ele precisa ter pais. Não adianta eu sozinho iniciar um movimento para a construção de um hospital regional. É preciso ter a força de todos.
 
Qual sua ligação com os políticos saltenses?
Delegado Bruno Lima: Hoje, eu preciso admitir que conheço pouco e preciso conhecer mais. Como eu vim para a região recentemente, um cuidado que tive foi não fazer coisas próximas pela região para não parecer de cunho eleitoreiro. Fiz algumas reuniões com protetores de animais, sabemos da demanda e farei um bate-papo com o Poder Executivo. É fácil o político vir a uma cidade próxima de uma eleição, prometer algo e não voltar mais. Eu quero fazer diferente e estar presente. Temos muito a ajudar e estou à disposição para ajudar a cidade, não apenas na causa animal. Estarei aqui para colaborar.
 
Como será sua atuação diante das divisões partidárias entre o novo presidente e o novo governador do Estado?
Delegado Bruno Lima: Uma das minhas maiores vantagens é que não levanto bandeira partidária nem ideológica. Vou ter um bom trânsito em Brasília, pelo fato de estar em um partido bem orgânico, para conseguir fazer captação de recursos não só das minhas emendas, mas também junto aos ministérios. Em São Paulo, da mesma forma. O partido apoiou o novo governador, o que também deve facilitar o trânsito. Acredito que conseguiremos trazer muito mais recursos para a região, não apenas por essa flexibilidade, mas também por conseguir entregar resultados. Eu vou discutir pautas e deixo a discussão pessoal ou partidária de lado.
 
Como enxerga o trabalho da nova geração de políticos, a qual você faz parte?
Delegado Bruno Lima: Vejo que essa nova geração de políticos tem uma abordagem incisiva e até desrespeitosa. Eu não. Cheguei à Assembleia Legislativa e fiz questão de procurar aqueles que eram mais velhos que eu, que tinham mais mandatos e falei que queria entregar resultados, não querendo criar inimizade. Com isso, estou indo para o quinto projeto aprovado. Vejo que isso deu resultado e vou levar isso para o Congresso. Falar que apresentei mil projetos de lei não vai resolver nada no prato da dona Maria que está passando fome e está sem água na torneira. Minha ideia é apresentar projetos com uma articulação montada, com um número de votos necessários para a aprovação e com os pareceres das comissões, prontos para avançar. Meu partido ajuda muito porque tem uma bancada expressiva e já vamos indicar que precisamos aprovar os projetos.
 
E como pretende trabalhar novas ideias em meio a um grande número de políticos mais experientes?
Delegado Bruno Lima: Não gosto de falar em velha política. É uma política estabelecida e que temos de copiar aquilo que fazem de positivo e rechaçar o que deu negativo. Vou tentar trazer um novo, mas um novo de qualidade, já que atualmente o novo tem sido muito mais discurso e o resultado efetivo para a população é nenhum.
 
A população vê com descrédito o trabalho do político. Como mudar esse conceito?
Delegado Bruno Lima: A população está cem por cento certa. No pouco tempo que tenho de política, vi motivos de sobra para esse desânimo. Mas a expectativa é mudar isso com o trabalho. Não devemos comemorar o resultado das eleições. É um encargo, uma missão. A maioria comemora porque vai ficar encostado e só reaparecer em 2026, essa é a realidade. Legal, deu certo, mas na segunda-feira é dia de trabalho. Temos de dar esse exemplo, especialmente essa geração nova. A população não quer mais ver o velho político fazendo as mesmas coisas erradas, mas também não quer o novo político proferindo insultos o dia inteiro. Tem de haver uma mudança qualificada, que deve ser feita com o exemplo.
 
Como começou na política?
Delegado Bruno Lima: Sou advogado de formação e delegado de polícia. Nasci e fui criado em São Paulo, trabalhei durante seis anos como delegado de polícia no 13ª DP da Casa Verde, até que em 2018 eu recebi um convite e fui incentivado por um grupo de amigos a sair candidato como deputado estadual. Não tenho ninguém da minha família na política e nunca tinha saído candidato a absolutamente nada, e mesmo assim fui eleito e assumi o posto em 2019. Foi uma ação de amigos, parceiros e redes sociais, com os quais consegui 103 mil votos. Até por conta do mandato, comecei a conhecer outras cidades e cheguei até essa região, pela qual acabei me apaixonando e tive a vontade de vir morar aqui, não apenas fazer o trabalho político e ajudar com recursos. Queria ter a presença física por aqui. Vim ser padrinho de casamento em Indaiatuba, acabei conhecendo a cidade, me apaixonei e nunca mais voltei para São Paulo. Estou aqui há um ano e meio, mas já tinha passado um tempo em Campinas, que por questões logísticas facilitava meu trabalho.
 
Além de político, você mantém sua função como delegado. Acha possível conciliar funções?
Delegado Bruno Lima: Dá para dividir funções, até pela quantidade de demandas, mas é difícil. Porém, pelo momento político que estamos vivendo no país, acho que deve haver uma exclusividade. Pela carência da população, pelas dificuldades regionais, é difícil falar que o político trabalha um dia na semana. Precisamos cobrar um pouco mais de exclusividade nas funções públicas.
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