BYD fecha acordo para 3 fábricas na Bahia e pode assumir complexo da Ford – UOL

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Jornalista, Jorge Moraes trabalha com o segmento automotivo desde 1994. Presente nos principais salões internacionais, é editor do caderno de Carros no Diário de Pernambuco, diretor e apresentador do programa Auto Motor na Band, e âncora do programa CBN Motor na rádio CBN Recife.
Colunista do UOL
01/11/2022 11h06
Desde os primeiros anúncios de que entraria no mercado brasileiro, a gigante chinesa BYD demonstrava que não seria mais uma marca estrangeira com um representante no país para vender meia dúzia de automóveis importados. A maior fabricante de carros elétricos no mundo tem planos ousados e começou a dar os primeiros passos.
As revendas estão sendo inauguradas nas capitais em praticamente todos os estados e mais modelos elétricos e híbridos começam a chegar. É a hora de preparar o terreno para a próxima etapa.

E essa fase será fabricar os carros e as modernas baterias no Brasil. Para isso a BYD investirá R$ 3 bilhões na instalação de três fábricas na Bahia, gerando 1.200 empregos diretos durante o período de implantação. Esse é o protocolo de intenção assinado.
As unidades produzirão chassis de ônibus e caminhões elétricos, veículos de passeio elétricos e híbridos, além de processar lítio e ferro fosfato, de acordo com o protocolo de intenções assinado entre a BYD do Brasil, subsidiária da empresa chinesa no país, e o Estado da Bahia.
Conforme o cronograma, todas as unidades começam a ser implantadas em junho de 2023. Duas delas devem estar concluídas em setembro de 2024, com início de operação em outubro. A terceira tem conclusão prevista para dezembro do mesmo ano, com início de operação em janeiro de 2025.
A implantação de uma indústria química para processamento de lítio e ferro fosfato constitui, de acordo com o protocolo, a primeira fase do empreendimento. Esta unidade utilizará como insumos o lítio extraído no Brasil. A produção desta planta será exportada para a China.
Em paralelo com a indústria química, será implantada a fábrica de chassis para produção de ônibus e caminhões elétricos, sendo que a produção de ônibus elétrico será para abastecer o mercado das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
A produção de veículos de passeio elétricos e híbridos compreende a terceira fase do acordo. O protocolo prevê ainda que a BYD também analisará a viabilidade da importação de veículos acabados pelo porto de Salvador.
A reportagem apurou que uma das pendências é onde as fábricas serão implementadas. A probabilidade maior, porém, é que a BYD assuma a instalação da Ford em Camaçari, onde seriam produzidos os carros de passeio híbridos e elétricos.
A empresa chinesa é especulada desde 2021 para assumir as instalações da Ford – fechadas desde que a marca norte-americana anunciou o fim de sua produção local, em janeiro daquele ano.
Caso seja confirmado, será a última fábrica da Ford a ser negociada. A empresa do oval azul já havia vendido suas unidades produtivas em Taubaté e São Bernardo do Campo, ambas em São Paulo, para a construtora São José. Em ambos os casos, a ideia é utilizar o local para a implementação de um centro de logística.
A contribuição do Estado da Bahia para viabilização do empreendimento inclui a concessão de incentivos fiscais até 31 de dezembro de 2032, de acordo com a legislação tributária estadual. Os benefícios baseiam-se na Lei nº 7.537/99 que institui o Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da Bahia (Proauto), e na Lei nº 7.980/2001 e Decreto n.º 8.205/2002, estaduais, que institui o Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica (Desenvolve).
Entre as contrapartidas assumidas pela BYD estão a elaboração de um plano de negócios detalhado, que deverá ser aprovado pelo Estado. A empresa irá promover o treinamento e a capacitação de mão de obra especializada, prioritariamente local, a ser aproveitada no processo fabril.
Deverá ainda, a cada seis meses após a assinatura do protocolo e até a entrada em operação das unidades industriais, informar à Secretaria de Desenvolvimento Econômico sobre o estágio do empreendimento e a previsão de implantação.
A BYD também deverá priorizar a contratação de empresas estabelecidas na Bahia para a realização das obras civis, contratação dos serviços e aquisição dos insumos necessários à implantação e operação do empreendimento, priorizando fornecedores locais e obrigando-se a disponibilizar a lista completa dos serviços a contratar e dos insumos a adquirir, o que contribuirá para o adensamento da cadeia produtiva dentro do estado.
Outra contrapartida estabelecida é a adesão ao Projeto Estadual de Incentivo à Primeira Experiência Profissional – Estágio, Aprendizagem e Ocupação Formal (Projeto Primeiro Emprego).
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Jorge Moraes
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