Caminhos da Reportagem – Cacau, uma história ainda escrita na Bahia – Empresa Brasil de Comunicação

0
163

Ex.Saúde, Presidente, Governo
O cacau do sul da Bahia participa da história do país há mais de 250 anos e chegou quase ao fim na década de 1980, quando a vassoura-de-bruxa, doença causada por um fungo nos cacaueiros, devastou as plantações.
Hoje, a região ressurge no cenário nacional mais uma vez como zona cacaueira, mas focada nas amêndoas de qualidade, nos formatos de produção e na preservação ambiental. As mudanças trazem novos ares para um modelo que, no passado, ficou marcado pela escravidão e pelos coronéis do cacau.
O fruto foi levado para a Bahia para substituir as plantações de cana-de-açúcar no século 18, que entravam em decadência, e logo se adaptou ao clima quente e úmido do estado. Tanto que, em 2018, a região conquistou o selo de indicação geográfica com nome Sul da Bahia, que destaca a tradição e qualidade diferenciada do cacau produzido ali.
A Yrerê é uma das fazendas que carregam a história do cacau. Foi uma sesmaria doada pela coroa portuguesa em 1818 para uma família de alemães. O atual proprietário, Gerson Marques, é o primeiro dono fora da linha sucessória da família. Comprou o local há 24 anos e se especializou em produzir cacau fino e orgânico, além de explorar o turismo de experiência. Produz cerca de 400 arrobas de amêndoas por ano. Para o produtor, após a vassoura-de-bruxa na região, a quantidade deixou de ser meta. “O caminho que nos resta é o da alta especialização, da alta qualidade, vender cacau a um preço que vale a pena”, afirma.
Na fazenda, os turistas percorrem quase todos os processos de produção do chocolate, que é chamado pelo proprietário de tree to bar (da árvore à barra), numa alusão ao conceito beans to bar (da amêndoa à barra), em que todo o processo é transparente para o consumidor. Ali, eles conhecem a plantação de cacau, provam o fruto, acompanham a secagem das amêndoas e, depois, participam de uma degustação dos vários tipos de chocolate produzidos na fazenda.
Segundo a gerente regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Ilhéus, Claudiana Campos, a estratégia é produzir uma amêndoa de qualidade, fugindo do formato de commodity (produto primário com cotação em mercados internacionais), que é a venda em grandes quantidades, mas sem tanta qualidade. “Hoje, já vendemos um produto de qualidade para chocolatiers (profissionais especializados em chocolates) e indústrias do mundo inteiro, com muitas amêndoas premiadas em concursos nacionais e internacionais”, diz.
Em 2019, o Brasil foi reconhecido como produtor de cacau fino de aroma para exportação, pela Organização Internacional do Cacau. Essa amêndoa representa 3% da produção brasileira, conforme dados da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). A meta é chegar a 10%.
O controle de qualidade é rígido. Em Ilhéus, é feito pelo Centro de Inovação de Cacau (CIC), onde fica o Chocolab, laboratório que emite laudos para atestar se as amêndoas daquela safra estão no padrão da IG Sul da Bahia. No local, são feitos testes com a matéria-prima e também sensoriais de sabor, aroma e textura do chocolate. A norma da IG prevê percentual de 3% de defeitos nas amostras, uma norma mais rígida que as internacionais.
Cerca de 4 mil produtores fazem parte da Associação Cacau Sul Bahia, que podem usar o selo da IG. Segundo o diretor executivo da instituição, Cristiano Sant’ana, os associados também podem usar a marca de chocolate Sul Bahia, uma produção coletiva. Por meio de um QR Code na embalagem do produto, é possível ter acesso às informações da matéria-prima, nome do produtor, localização geográfica e padrão de qualidade daquele lote.

Um dos associados é o assentamento Dois Riachões, formado por 40 famílias que produzem em uma área de 160 hectares. Rubens Dário de Jesus diz com orgulho que eles são os primeiros produtores da agricultura familiar a conseguir o selo de Indicação Geográfica. Para ele, a certificação permite agregar valor ao produto e, para o consumidor, saber a procedência, a cadeia produtiva daquele chocolate e também a qualidade da matéria-prima.
Uma mudança de vida não só para as famílias do assentamento, como também em todo o processo de trabalho com o cacau. A produtora Delineia Batista dos Santos lembra de como era o trabalho dos pais nas plantações das grandes fazendas. “Sempre tinha alguém que ficava ali, vigiando o trabalho deles, porque não podiam chupar o fruto do cacau.” Quem era pego fazendo isso, era demitido. “Meus pais começaram a saber, a sentir o sabor do fruto do cacau, depois que nós viemos para o assentamento.”
Além de plantar, processar e vender as amêndoas de cacau, as famílias do assentamento também fazem o próprio chocolate para venda, com o nome Dois Riachões. São produzidos chocolates com 70% e 56% de cacau, com certificações não só da IG, mas também orgânica e de agroecologia.

Estar presente em todo o processo – da plantação à comercialização direta ao consumidor – quebra um ciclo de dois séculos. “A vida toda a gente trabalhou no cacau, mas nunca ganhou dinheiro com ele. Agora, conseguimos desenvolver o modelo que é rentável para o agricultor, que consegue ter uma qualidade de vida vivendo no campo”, conclui Rubens Dário.
O episódio Cacau, uma história ainda escrita na Bahia do programa Caminhos da Reportagem e vai ao ar no próximo domingo (6), às 22h, na TV Brasil
Segundo o ministro Aroldo Cedraz, os documentos fornecidos pela Caixa demonstraram que o banco cumpriu os ritos de governança empresarial antes de ofertar a linha especial de crédito.
O sambista Arlindo Cruz é o principal homenageado na data, porque, segundo a Central Única das Favelas, em sua obra musical, sempre valorizou o lugar de onde veio.
Em nota, o governo brasileiro celebrou a escolha. A Corte é o principal órgão judicial da ONU e tem como função principal deliberar sobre questões jurídicas entre Estados.
Dólar caiu para o menor valor em mais de dois meses. A bolsa de valores subiu pela terceira vez desde segunda-feira (31) e fechou a semana com alta de mais de 3%.
Filho mais velho de Tom Jobim, Paulo enfrentava há dez anos um câncer de bexiga e estava internado há três semanas para tratamento de  complicações da doença.
A decisão foi tomada na ação na qual o ministro determinou, na segunda-feira (31), o total desbloqueio das rodovias federais que registraram paralisações de caminhoneiros.
Segundo diretor, a Petrobras não teve acesso à representação do MPF junto ao TCU, que pede a suspensão imediata da distribuição de dividendos antecipada pela empresa.
Cumprida a etapa do simulado, diretor de Exploração e Produção da Petrobras disse que a expectativa é ter a licença e dar sequência à perfuração na margem equatorial.
Ação da Polícia Federal visou reprimir o compartilhamento e a posse de mídias com conteúdo de abuso sexual infantil e resultou na prisão em flagrante de um homem.
Segundo o Inmet, Amapá, Pará, Tocantins, Ceará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia deverão ser os estados mais afetados.
Conheça nossos aplicativos nas lojas online da iTunes e Google

source

Leave a reply