Cena Política: As pesquisas de Pernambuco e do Brasil. O que está em jogo, de verdade? – JC Online

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Cenário é incerto, tanto no Brasil quanto no estado, e o voto será dado num ambiente em que pode mudar tudo sobre o futuro.
Eleitores e eleitoras, seu voto nunca foi tão importante. A frase clichê se aplica bem este ano porque, tanto em Pernambuco quanto no Brasil, o sentimento do eleitor que se dirige à urna neste domingo será um fazedor ou desfazedor de destinos. Muito mais do que em eleições anteriores porque se você analisar as pesquisas de primeiro turno em 2018 na reta final vai perceber que, ali, o aperto era menor. Por mais que os criadores de versões alternativas à realidade tentem descredibilizar as pesquisas sérias, elas captaram o sentimento do eleitor naquele ano, nas vésperas da votação, sim. Agora, tanto a pesquisa Ipec estadual quanto a nacional mostram uma incerteza sobre o resultado que não se tinha em 2018 nesse nível. Em 2018 havia certeza de segundo turno e, agora, pode acabar tudo em uma votação só.
Primeiro, os números nacionais. E, aqui, vale lembrar, são votos válidos. Eles são apresentados no mesmo formato em que serão divulgados ao saírem da urna no domingo. Lula (PT) está com 51%; Bolsonaro (PL) 37%; Ciro Gomes (PDT) 5%; Simone Tebet (MDB) 5%.
Aqui, o eleitor vai decidir se Lula merece ser presidente sem passar por uma segunda etapa de votação ou se Bolsonaro deve ter uma chance para insistir (por meios democráticos, diga-se).
Ciro e Tebet estão fora do jogo? Para vencer, sim. Mas, sem eles, Bolsonaro pode não ter chances de reverter o resultado e a eleição acaba.
Contra o bolsonarismo joga pesado o cansaço do eleitor. Como transformou o Brasil em praça de guerra por quatro anos, o atual presidente é incapaz de garantir ao brasileiro que ele terá algum sossego para cuidar da própria vida sem ter que ficar discutindo as bobagens sobre comunismo, ideologia de gênero e armas que viraram trincheira dele. Esses tiroteios criados pelo bolsonarismo invadiram a mesa de jantar dos brasileiros, as famílias, os amigos e todos estão muito cansados.
Por outro lado, tentar acabar com essa guerra significa ter que eleger em primeiro turno, como nunca antes na história desse país, um ex-presidente que foi preso por corrupção e ainda responde a processos neste âmbito. Mesmo quando era quase unanimidade, Lula nunca conseguiu ser eleito em primeiro turno. Será agora? Ele conseguir isso neste momento, dirá muito sobre o nível de cansaço do brasileiro, mais do que sobre suas qualidades. 
A pergunta é: por causa deste cansaço, é justo expor o Brasil a uma eleição curta em que pouco se discutiu com objetividade o Brasil e muito se brigou e se atacou no nível pessoal? O que cada um deles, Lula e Bolsonaro, propuseram ao país, além do “vote em mim para evitar ele”?
Agora, os números estaduais. Marília (SD) alcançou 38%; Raquel (PSDB) 17%; Miguel (UB) 17%; Danilo (PSB) 12%; Anderson (PL) 12%. Há pesquisas qualitativas apontando uma simpatia do eleitor com a ideia de ter duas mulheres no segundo turno pela primeira vez e isso tem reforçado a posição de Raquel.
Já se esperava um crescimento nessa reta final de Miguel e Danilo, por causa da força das estruturas. Miguel está no partido com o maior volume de dinheiro do Brasil para a campanha, Danilo tem a máquina estadual ao seu lado. Só o primeiro conseguiu o resultado esperado nessa véspera e empatou com a ex-prefeita de Caruaru.
Se Danilo não chegar ao segundo turno, será preciso que se faça uma reflexão profunda sobre os motivos que proporcionaram o que era improvável alguns meses atrás, os socialistas ficando pelo caminho. O PSB precisará se recolher e entender onde errou nos últimos anos.
Se Anderson não conseguir reagir ao ponto de sair dessa quinta posição, também precisará passar por uma reflexão sobre a certeza do voto evangélico e bolsonarista que foi tão repetida por ele.
Se Miguel interromper o crescimento e não ultrapassar Raquel, será necessário reavaliar até que ponto o chamado voto de estrutura é tão importante, para além do sentimento das pessoas.
E, se Raquel ficar pelo caminho, talvez seja o momento de ela pensar se não concentrou demais a campanha em determinadas regiões e demorou a chegar em áreas essenciais, como a populosa Região Metropolitana do Recife. Mais, será o momento de refletir se não deveria ter embarcado como aliada no palanque de alguém.
O que o eleitor estará decidindo neste domingo é quais candidatos terão que passar por essa reflexão após o resultado que deve ficar mais claro por volta das 20h30. É quem vai para o segundo turno contra Marília e quem vai para a cadeira do terapeuta na segunda-feira.

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Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Atua há 19 anos em Rádio, TV, Impresso e Internet. Editor-chefe e apresentador da TV Jornal/SBT por 10 anos. Comunicador na Rádio Jornal por 8 anos. Atualmente é colunista de política do Sistem
Localidade:Recife
Telefone:34136288
Cargo:Colunista de Política
Cursos:Gradução em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, MBA em Ciência de Dados e Inteligência Artificial pela PUC-RS
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