Chico Alves: Diretor da PRF tem responsabilidade sobre ataques a agentes – UOL Confere

Colaboração para o UOL, em São Paulo
07/11/2022 19h22
Em participação no UOL News na noite de hoje (7), o colunista Chico Alves falou sobre os ataques dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) a agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
No município de Rio do Sul, em Santa Catarina, bolsonaristas usaram barras de ferro para agredir os agentes. Ao menos dois policiais se feriram. Já em Novo Progresso, no Pará, equipes da PRF foram recebidas a tiros por manifestantes. A ocorrência deixou ao menos um agente ferido.

O jornalista chamou os bolsonaristas radicais de “bandidos se fazendo de patriotas” e afirmou que o diretor-geral da PRF tem responsabilidade sobre os ataques.
Ainda na avaliação de Chico Alves, como as manifestações de cunho golpista foram toleradas logo no início —a partir de 30 de outubro, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —bolsonaristas foram se sentindo incentivados e animados para manter os atos ilegais por todo o país.
“Quando outras equipes chegam para cumprir a lei, são recebidas com esse tipo de violência. É mais uma responsabilidade do diretor-geral, que desde o início se mostrou leniente com as manifestações. Assim como se mostrou rigoroso demais no último dia 30”, falou ele. O jornalista estava se referindo às ações da PRF que dificultaram a ida de eleitores, especialmente do Nordeste, para votar.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) disse, na noite de hoje (7), durante entrevista ao UOL News, haver clima para a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição para elevar os gastos do governo Lula e, assim, conseguir viabilizar as propostas da nova gestão.
Segundo o parlamentar, o Orçamento apresentado por Jair Bolsonaro (PL), que perdeu a disputa à reeleição, obrigatoriamente precisa de ajustes, uma vez que não tem recursos para, por exemplo, Farmácia Popular e merenda escolar.
“Independentemente de qualquer coisa, esse é um Orçamento que já teria de ser objeto de uma série de adequações. De acordo com o que está no Orçamento, poderíamos pagar no máximo um Bolsa Família de R$ 400, e não de R$ 600, valor que Lula e Bolsonaro prometeram para a população”, falou.
“Existe um ambiente político de diálogo. Estamos fazendo um esforço grande de envolver todos os partidos políticos nesse debate. É natural que o governo que ganhou a eleição busque adequar o orçamento ao programa que foi vitorioso na eleição.
PEC da Transição: Negociação com Lira será mais política do que econômica, diz Chico Alves

No UOL News, o colunista Chico Alves também falou sobre a PEC da Transição. Na avaliação do jornalista, a negociação com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, será mais política do que econômica.
Isso porque, argumentou o colunista, o mercado já tem precificado o Orçamento, ou seja, o valor a mais que a PEC vai colocar para o novo governo gastar.
“Eu acho irônico quando cobram responsabilidade fiscal [do novo governo] depois de um governo [de Jair Bolsonaro] que estourou todos os limites de teto de gastos. A voz do mercado são os indicadores, e o que nós vimos foi a bolsa em alta e o dólar em baixa, o que mostra que o mercado está aceitando bem essa negociação”, avaliou.
“O grande problema nessa negociação vai ser mais política: saber o que Lira vai querer em troca para apoiar o projeto. Esse viés político talvez seja o mais complicado nessa negociação.”
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