China vai escolher novas lideranças neste fim de semana – TradeMap

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Foto: plavi011 / Shutterstock.com
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O Partido Comunista da China vai escolher, a partir deste domingo (16), quem serão as próximas lideranças do grupo e, consequentemente, do país. A expectativa do mercado é que o presidente da China, Xi Jinping, mantenha o cargo e conquiste um terceiro mandato de cinco anos, ajustando sua forma de governar, mas sem alterar as políticas contra a Covid-19.
As decisões sobre a liderança serão tomadas durante o Congresso Nacional do Partido Comunista. Serão eleitos 350 membros para o Comitê Central, e deste grupo serão selecionados 25 integrantes para compor o chamado Politburo, órgão que toma as decisões do partido.
Desse grupo reduzido, são escolhidos sete integrantes para fazer parte de uma cúpula decisória – o Comitê Permanente – e um nome para ser o secretário-geral do Politburo. É esse cargo, que equivale ao de presidente do partido, que Xi Jinping ocupa há dez anos.
Até alguns anos atrás, seria obrigatório Xi deixar a presidência. No entanto, ele conseguiu alterar as regras e eliminar o limite de mandatos. Por isso, sua recondução ao cargo é considerada o cenário mais provável. Ainda assim, há espaço para surpresas no Congresso, segundo o Wells Fargo.
“Xi ser nomeado secretário-geral pela terceira vez seria significativo e provavelmente significaria que as prioridades dele mudarão para algo mais estratégico e voltado a deixar legados”, afirmou o banco americano em um relatório.
Os indícios sobre que tipo de mudanças podem vir nos próximos anos estarão tanto no relatório que será publicado no decorrer do Congresso quanto no discurso de Xi a respeito do documento.
Em 2017, quando conseguiu o segundo mandato, Xi consolidou suas ideias sobre como conduzir a China, sob o termo “pensamento”, que historicamente tem sido usado pelo partido para se referir à ideologia de Mao Tsé-Tung, fundador da China como a conhecemos hoje.
“Se Xi usar novamente este termo, pode ser um sinal de que está comprometido primariamente com seu legado de longo prazo”, destacou o Wells Fargo.
“Se ele mencionar objetivos de longo prazo, como o avanço da iniciativa Cinturão e Rota, em vez de fazer referência a contribuições de líderes anteriores do partido, entenderemos isso como um sinal de que ele pretende ficar no poder por um longo período”, acrescentou.
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A permanência de Xi no comando da China pode significar, entre outros fatores, que ele dará mais foco nos próximos anos às relações internacionais.
As relações entre os chineses e os americanos, por exemplo, estão tensas há anos, mas ao garantir um terceiro mandato Xi pode deixar de lado as preocupações com assegurar seu poder no partido para reconstruir laços com os Estados Unidos, disse o Wells Fargo.
Taiwan seria outro foco de um próximo governo de Xi. Até 2027 haverá eleições tanto na ilha quanto nos Estados Unidos, que tem sido um defensor mais explícito da independência de Taiwan nos últimos anos.
O Wells Fargo ressalta que o Congresso Nacional do Partido Comunista é uma plataforma voltada mais especificamente para reconfigurar o comando da China, e menos voltada à reformulação de políticas de governo.
Por isso, “não achamos que a política de Covid Zero para conter o vírus será suspensa neste fim de semana, nem achamos que será abandonada logo após o Congresso”, ressalta o banco.
Outras instituições financeiras também acham pouco provável mudanças nesta política.
Chetan Ahya, economista do Morgan Stanley para a Índia e o Sudeste da Ásia, ressaltou que o país está mais propenso a ser forçado a mudar de postura em relação à forma como combate a pandemia por causa de fatores econômicos.
“O desemprego entre os jovens está em 19% e nosso indicador sobre o crescimento dos salários desacelerou de 9% ao ano antes da Covid para 2,2% ao ano. Essas questões são exacerbadas pelo efeito das exportações mais fracas e dos problemas no setor imobiliário”, disse Ahya em um relatório.
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Os bloqueios à mobilidade adotados pela China para limitar a disseminação da Covid-19 agravam esses problemas, e a única forma de melhorar a situação – dada a perspectiva de recessão em outras grandes economias em 2023 – é afrouxar as medidas, acrescentou o economista.
Para Ahya, várias etapas precisam ser vencidas antes de a China voltar a funcionar sem os bloqueios. Primeiramente, seria necessário aumentar as doses de reforço da vacina contra a Covid-19, em especial entre os mais velhos. Depois, mudar a percepção pública sobre a doença e, em terceiro lugar, aumentar a oferta de equipamentos e tratamento médico nos próximos três a seis meses.
“Achamos que as autoridades vão conseguir adotar um plano de reabertura na primavera [no Hemisfério Norte] de 2023”, disse.
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