Cidadania de filhos de Bolsonaro vira debate no Parlamento italiano – UOL Confere

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Jamil Chade é correspondente na Europa há duas décadas e tem seu escritório na sede da ONU em Genebra. Com passagens por mais de 70 países, o jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparência Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Vivendo na Suíça desde o ano 2000, Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti. Entre os prêmios recebidos, o jornalista foi eleito duas vezes como o melhor correspondente brasileiro no exterior pela entidade Comunique-se.
Janaína Cesar
25/11/2022 17h13

Em sessão plenária que aconteceu esta manhã na câmara de deputados, em Roma, o governo italiano informou que o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro pediram para entrar na lista de espera para obtenção da cidadania italiana.
A informação pedida por Angelo Bonelli, um dos líderes do movimento Europa Verde e parlamentar da Aliança Verde e de Esquerda, que viu no pedido de cidadania uma possível movimentação para escapar de processos no Brasil.

Segundo o relator Gianmarco Mazzi, o Ministério de Relações Exteriores da Itália – órgão ao qual foi direcionado o questionamento – foi informado que Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente Jair Bolsonaro, pediram em 2020 para entrar na lista de espera para fins de reconhecimento da cidadania italiana, e que naquele momento apresentaram os comprovantes de residência em Brasília.
A questão da cidadania italiana dos Bolsonaro veio à tona dia 7 de novembro quando os irmãos foram flagrados na saída da embaixada italiana em Brasília. O senador chegou a emitir uma nota dizendo que sair do país não é uma opção para ele. Mas, diferentemente do que foi informado pelo relator, ele disse na nota que o processo havia começado em 2019.
Dia 10, Bonelli apresentou uma interpelação parlamentar questionando o Ministério das Relações Exteriores sobre o caso. O político italiano também quis saber se o presidente Bolsonaro também teria entrado com o pedido. Mas o relator Mazzi esclareceu que não houve nenhum pedido feito por Jair Bolsonaro nesse sentido.
Mazzi disse que Eduardo e Flávio entregaram alguns documentos e o processo está em análise para verificar se existem os requisitos estabelecidos pela lei italiana para concessão da cidadania. “Ressalto que o reconhecimento da cidadania italiana iure sanguinis não prevê atividade de avaliação discricionária por parte da administração que examina o pedido, mas apenas a verificação de que o interessado possua os requisitos estabelecidos pela lei”.
Ao final da leitura, Bonelli replicou pedindo para que o clã Bolsonaro não fosse privilegiado diante do trâmite burocrático em questão de tempo, visto que o processo de cidadania pedido no exterior pode levar até dez anos. “Pedi que não fosse dado um caminho preferencial a Eduardo e Flávio Bolsonaro e que o governo verificasse cuidadosamente se eles possuem realmente requisitos para haver a cidadania, considerando as questões críticas que expus na interpelação como, por exemplo, a proximidade com os assassinos de de Marielle Franco”, disse Bonelli a reportagem de Uol.
Na interpelação, o deputado lembrou da proximidade de Bolsonaro com a primeira-ministra Georgia Meloni e com o Vice-Primeiro Ministro, Matteo Salvini e reafirmou que o presidente e seu partido foram responsáveis pela devastação da Floresta Amazônica e pela violação dos direitos humanos e, por isso, está em julgamento por crimes contra a humanidade, com o Senado brasileiro iniciando um “estado de acusação”.
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