Ciro Nogueira diz não querer aderir a Lula, mas não se oporá a desejo do PP – Metrópoles

Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e Paulo Cappelli
03/11/2022 2:00, atualizado 03/11/2022 11:10
Chefe do PP e ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira tem dito que não quer aderir ao governo Lula. Contudo, nessas conversas, faz a ressalva de que não teria como vetar esse movimento caso seja a vontade da maioria do PP.
A afirmação foi feita nesta terça-feira (1/11) a pessoas próximas, numa conversa sobre participar ou não do futuro governo.
Ciro Nogueira é presidente licenciado do partido e foi um dos pilares da campanha de Bolsonaro este ano.
O dirigente comandará a transição de governo com o PT. Segundo aliados, isso não significa aproximação com petistas, mas apenas uma participação institucional.
Emissários de Lula e de Arthur Lira, um dos principais nomes do PP, já começaram a conversar. O presidente da Câmara busca o apoio do PT para permanecer à frente da presidência da Câmara no biênio 2023-2024.
Logo após o TSE oficializar a vitória do petista no pleito eleitoral, Lira parabenizou o adversário, em um gesto visto com bons olhos por Lula.
Ciro Nogueira Lima Filho, nascido em 1968, é um empresário, advogado, político e presidente licenciado do Partido Progressista (PP). Natural de Pedro II, no Piauí, é o atual ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro Hugo Barreto/ Metrópoles
O ministro da Casa Civil, Ciro NogueiraArthur Menescal/Especial Metrópoles
Em 2006, após se filiar ao Partido Progressista (PP), foi eleito para novo mandato de deputado federal. Em 2010, se candidatou ao Senado e venceu a eleição com mais de 600 mil votos, se reelegendo em 2018Igo Estrela/Metrópoles
Em 2016, Nogueira foi acusado por Cláudio Melli Filho, da Odebrecht, de ter recebido propina para as campanhas políticas que fez em 2010 e 2014. Além disso, o senador também teria recebido dinheiro da Construtora UTC para favorecê-la em obras públicas Igo Estrela/Metrópoles
À época, a Polícia Federal (PF) pediu o indiciamento do político ao Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa de Nogueira nega qualquer irregularidadeIgo Estrela/Metrópoles
As investigações da PF, finalizadas em abril de 2022, apontam que o empresário Joesley Batista supostamente pagou propina ao PP em troca de apoio para a reeleição da então presidente Dilma Rousseff (PT)Igo Estrela/Metrópoles
Em depoimento à PF, Joesley disse que o pagamento da propina envolveu a entrega de uma mala com R$ 500 mil ao então senador Ciro NogueiraIgo Estrela/Metrópoles
Nesse meio tempo, Nogueira foi nomeado pelo presidente Bolsonaro para o comando da Casa Civil, mesmo respondendo a três inquéritos no STF. Eliane e Silva Nogueira Lima (PP-PI), mãe de Ciro, assumiu o lugar do filho no Senado Federal após ele se tornar ministroIsac Nóbrega/PR
Além das polêmicas mencionadas, Nogueira também viu o nome envolvido em outros problemas. Um deles, inclusive, revelado pelo Metrópoles em setembro de 2021, aponta que Ciro Nogueira omitiu três empresas à Justiça EleitoralArthur Menescal/Especial Metrópoles
Trata-se das empresas JJE Agenciamento de Seguros e de Serviços LTDA., Speed Marketing e Comunicações e Speed Produtora. Juntas, as companhias têm capital social no valor de R$ 135 milIgo Estrela/Metrópoles
Advogados especialistas em direito eleitoral veem irregularidades na situação. Eles afirmam que o ministro pode ser enquadrado pelos crimes de ocultação de bens e/ou falsidade ideológicaIgo Estrela/Metrópoles
No fim de 2021, segundo a Folha de São Paulo, Eliane, mãe de Ciro, destinou R$ 46,9 mil de sua cota parlamentar para gastos com combustível de avião. Ocorre que ela não tem avião, quem tem é o filho – um Beech Aircraft B200 de R$ 2,8 milhõesReprodução
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