Coluna – A Premier League paralímpica é aqui – CGN

0
57

O futebol de cegos (antes chamado futebol de cinco), ao menos para nós, brasileiros, é uma das modalidades paralímpicas mais populares. Considerando a paixão que a……
Publicado em 11/11/2022 às 08:40
Por Agência Brasil
O futebol de cegos (antes chamado futebol de cinco), ao menos para nós, brasileiros, é uma das modalidades paralímpicas mais populares. Considerando a paixão que a versão convencional mobiliza por aqui, não é difícil entender o porquê. Ao contrário do que ocorre nos gramados, porém, em que os principais atletas se concentram nas competições europeias, o que existe de melhor no esporte adaptado para deficientes visuais está aqui, no Brasil. Portanto, não é exagero dizer que o Campeonato Brasileiro de futebol de cegos equivale, por exemplo, à Premier League, como é conhecida a liga inglesa, a mais badalada do planeta.
Brasil e Argentina são as seleções mais vitoriosas da modalidade. Foram as únicas a ganharem o Campeonato Mundial, disputando entre si cinco das sete finais já realizadas. Os brasileiros são pentacampeões, quatro vezes batendo os hermanos, enquanto eles levantaram a taça em duas ocasiões, superando a equipe verde e amarela em uma delas. Na Paralimpíada, o domínio canarinho é total, com medalha de ouro nas cinco edições – em duas, entre elas a última, em Tóquio (Japão), no ano passado, vencendo os argentinos na final.

Notícias relacionadas:

Brasil tem dia dourado no Mundial de Judô Paralímpico de Baku.Coluna – Seleções de vôlei sentado buscam ouro inédito em Mundial.Coluna – No tênis de mesa paralímpico, Sophia voa rumo ao infinito.Para se ter ideia, os 12 campeões paralímpicos pelo Brasil em 2021 e metade dos convocados pela seleção hermana que foi prata nos Jogos de Tóquio estão no Brasileirão deste ano, que é disputado até domingo (13) no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, com entrada gratuita. Os argentinos representam 50% dos 18 estrangeiros entre os quase 120 atletas com deficiência que estão presentes na competição nacional – os goleiros do futebol de cegos, vale lembrar, têm visão normal.
No time da Associação Gaúcha de Futebol para Cegos (Agafuc), de Canoas (RS), Padilla tem a companhia de Ángel Deldo, capitão argentino. Considerado um dos melhores jogadores do mundo, Ricardinho é um dos brasileiros com os quais os hermanos dividem o vestiário na equipe gaúcha. Os outros são Nonato (autor do gol do ouro paralímpico em Tóquio) e o goleiro Luan. Todos protagonistas da seleção verde e amarela.
“Antes de os argentinos atuarem mais no Brasil, tínhamos uma relação mais fria, porque apenas nos encontrávamos na hora do clássico. Sempre houve respeito, mas a rivalidade é grande. Com a convivência no clube, vamos vendo o outro lado. Não só o do atleta, mas o da pessoa, o caráter, os valores. O Coki e o Ángel são especiais”, declarou Ricardinho.
“O futebol de cegos é muito família. Desfrutamos do jogo e falamos muito com os jogadores brasileiros. O Brasil tem uma excelente seleção, que nos venceu muitas vezes. E é uma sensação curiosa, pois jogamos contra eles na Copa América, em Córdoba [Argentina, há duas semanas], cada um defendendo sua camisa. Agora estamos juntos de novo e celebrando. O gol não tem fronteiras”, comentou Padilla.
A lembrança da Copa América é amarga para os brasileiros, superados pelos argentinos nos pênaltis. Desde 1997, foi apenas a quarta vez, em 26 decisões, que o Brasil perdeu uma final para os hermanos. Nada, porém, que mexa com o ambiente no time gaúcho.

Além da rivalidade

Não é só de Brasil e Argentina que vive o Brasileirão de futebol de cegos. O torneio ainda tem jogadores de Paraguai, Chile, Uruguai, Colômbia e Peru, distribuídos pelas 15 equipes participantes. Entre os veteranos está o paraguaio Hugo Ramírez, que disputa a competição desde 2011. Na edição deste ano, ele defende o time da União dos Atletas Cegos do Distrito Federal (Uniace), de Brasília.
“A seleção do Brasil é a melhor do mundo, então, jogar aqui é um grande privilégio. Crescemos muito tecnicamente, aprendemos com os melhores. Se você quer fazer bem, tem de vir jogar com eles”, declarou Ramírez.
A Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), de Porto Alegre, por sua vez, reforçou-se com o peruano Bryan Bartolo, eleito o craque da Copa América de Córdoba, além de ter sido o artilheiro da competição ao lado do colombiano Jhon González (que também defende a Acergs), ambos com cinco gols. É a primeira vez de Bartolo no futebol brasileiro.

Olho no mata-mata

As quartas de final do Brasileirão de futebol de cegos começam nesta sexta-feira (11), com jogos às 9h, 10h15, 14h e 15h15, sempre no horário de Brasília. No sábado (12), as duas semifinais estão marcadas para 9h e 10h15. Por fim, no domingo, a decisão será às 9h, enquanto a disputa pelo terceiro lugar é disputado na sequência, às 10h30. O CT Paralímpico fica no quilômetro 11,5 da Rodovia dos Imigrantes, na zona sul de São Paulo.
A competição é organizada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) desde 2011. Duas equipes venceram o torneio de lá para cá: a Agafuc e o Instituto de Cegos da Bahia (ICB), de Salvador, ambos com cinco títulos. Os gaúchos são os atuais tetracampeões. Entre os participantes de 2022, três conquistaram a taça em edições anteriores à gestão da CBDV. O time da Associação Paraibana de Cegos (Apace), de João Pessoa, levantou o troféu quatro vezes, o da Associação Mato-Grossense de Cegos (AMC), de Cuiabá, o fez em três ocasiões e a Acergs em uma.
Fonte: Agência Brasil
Whatsapp CGN 9.9969-4530 – Canal direto com nossa redação
Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.
Participe do nosso grupo no Whatsapp
ou
Participe do nosso canal no Telegram
Copyright 2022 CGN ® Todos os direitos reservados

source

Leave a reply