Coluna na Folha: Em feito inédito, Lula obtém outra vitória e já governa – UOL Confere
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM. No UOL, Reinaldo trata principalmente de política; envereda, quando necessário – e frequentemente é necessário -, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.
Colunista do UOL
23/12/2022 18h47
Sempre presto atenção às advertências muito severas feitas por colunistas desta Folha e de outros veículos sobre os males que aguardam o Brasil em razão de escolhas equivocadas que Luiz Inácio Lula da Silva já teria feito, e a PEC da Responsabilidade Orçamentária seria uma delas. Divirjo com admiração — nem sempre, é verdade —, de braços dados com Romain Rolland: não permito que o “pessimismo da inteligência” meu e dos meus pares turve de todo o “otimismo da vontade”. Não é raro que me encante com suas certezas tornadas sentenças, como se estivessem a ver o futuro além dos juros futuros. E eu cá, num mar de dúvidas, percebo que quase “não tenho par nisto tudo nesta terra”. Espantam-me tanta destreza nas predições e a ousadia de anunciá-las.
Não me lembro de ter lido a previsão de que, 52 dias depois de vitória apertada, o líder petista, na condição de eleito, realizaria a proeza de aprovar a tal PEC ainda durante o plantão do governo derrotado — este que opera no modo “golpe, silêncio e lágrimas” –, o que garante ao futuro presidente condições mínimas de governabilidade, permitindo a correção de um Orçamento delinquente. Há mais: o texto autoriza também que se fechem as contas da atual gestão. Quem nem assumiu o cargo arca com a fatura do caloteiro fiscal e institucional ainda no poder. Já viram isso antes?
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Mas e a farra com recursos públicos, conforme a denúncia dos varões e varoas de Plutarco de Valdemar Costa Neto e do Novo, esses arautos do Evangelho Fiscal?” Parte do berreiro é matemática criativa, a misturar extrateto, receitas extraordinárias, grana esquecida no PIS-Pasep (nem dinheiro público é), doações a universidades (idem)… “Lula tem de cortar gastos”, insistem. Um pouco de pudor! Por ora, ele está pagando as contas de Bolsonaro. O pessimismo da inteligência, para ser virtuoso, há de se distinguir dos maneirismos da má vontade, do mero discurso ideológico e do papo de especuladores e de suas tentações influentes.
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Íntegra aqui
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
Reinaldo Azevedo
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