COM GOLAÇO DE RICHARLISON BRASIL GARANTE FAVORITISMO.

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O caminho para o hexa começou da melhor forma possível. No estádio de Lusail, palco que abrigará a final da Copa do Mundo, o Brasil estreou diante da Sérvia e mandou a zebra trotar longe daquele gramado. Ao contrário das rivais Argentina e Alemanha, a Seleção Brasileira venceu por 2×0, nesta quinta-feira (24), e mantém firme os planos de passar sem sustos da fase de grupos no Catar.

E para quem nunca havia disputado uma partida de Copa do Mundo, Richarlison fez da vitória sobre a Sérvia um belo cartão de visitas. O atacante do Tottenham, da Inglaterra, balançou as redes duas vezes, uma no oportunismo e outra no puro talento, e mostrou por que Tite não abriu mão de sua escalação no time titular.

O treinador foi a campo com uma escalação ofensiva. Colocou Vinícius Jr. em campo, sacando Fred, volante, e recuando Lucas Paquetá para a posição. Com isso, o ponta do Real Madrid atuou pelo lado esquerdo do ataque, enquanto Neymar ficou na posição clássica de um camisa 10.

Essa escalação pode ser considerada inédita porque, apesar da formação do meio-campo já ter sido testada, a linha de defesa estava diferente. Em setembro, no amistoso contra Gana, o penúltimo antes do Mundial, as laterais foram ocupadas por Éder Militão e Alex Telles, enquanto hoje Alex Sandro e Danilo preencheram suas posições habituais.

E a escolha por Vini Jr. tinha um principal objetivo: apostar na boa fase do jovem jogador, que estreou em Copas do Mundo, e, taticamente, abrir espaços na defesa sérvia. Como era esperado, o adversário impôs à Seleção algumas dificuldades. A começar pela estatura da equipe europeia, que  tem média de 1,88m e dificulta na movimentação de bola aérea tanto ofensiva quanto defensiva. A saída era, de fato, buscar jogadas em velocidade para quebrar a linha de marcação armada pelo técnico Dragan Stojkovic, com cinco homens.

Nos dez primeiros minutos, o jogo foi muito disputado no meio-campo, sem chances para qualquer um dos lados. Dali em diante a Seleção cresceu, minou as investidas da Sérvia e passou a ter a bola, chegando a bater mais 60% de posse em quase toda a primeira etapa.

Com a bola, a equipe tinha dificuldades para passar da linha de marcação, tanto que a primeira finalização próxima do gol saiu apenas aos 34 minutos e foi fácil para o goleiro Vanja Milinkovic-Savic encaixar.

Antes disso, outra oportunidade de dentro da área saiu com uma infiltração de Vini Jr. nas costas da defesa sérvia, mas Vanja saiu do gol para tirar a bola rasteira e levou a melhor mais uma vez. De fora da área, as chances saíram dos pés de Neymar, que tentou gol olímpico, e Casemiro, ambos sem levar perigo à meta adversária.

Na defesa, Alisson pouco tocou na bola e a cobertura pelas laterais também funcionou. A Sérvia não finalizou nenhuma bola na meta brasileira

O segundo tempo voltou como terminou o primeiro, com a diferença de que dessa vez o Brasil finalmente furou o bloqueio sérvio. Vinícius Júnior a todo momento chamava jogadas individuais pelo lado esquerdo, e foi de lá que saíram os gols.

No primeiro, Neymar carregou pela meia-lua e tocou na área para Vini Jr, que bateu de chapa, Vanja deu rebote e Richarlison, que não tinha finalizado no jogo até então, fez valer a máxima do centroavante: no lugar certo e na hora certa. O camisa 9 só precisou deixar a perna, a bola bateu e entrou na rede. Brasil 1×0 aos 16 minutos.

Daí em diante a Seleção passou a encontrar muito mais facilidade de chegar ao ataque, ao passo em que a Sérvia fez duas substituições imediatas, decorrentes da necessidade de abrir o time para buscar o ataque. E então só deu Brasil.

O jogo ficou de vez na mão do Brasil quando Vinícius Jr. partiu pela esquerda, cruzou na área e Richarlison fez um golaço. Disparado o mais bonito da Copa do Mundo até aqui. Foi um gol para apresentar Richarlison àquele torcedor que só vê futebol de 4 em 4 anos. O camisa nove matou a bola, girou e acertou o voleio na meta da Sérvia. 2×0 no placar e caminho aberto para a vitória.

Tite aproveitou a vantagem para mexer no time, colocou em campo outros nomes do ataque como Gabriel Jesus, Rodrygo, Antony e Martinelli. Além de Fred, que entrou no meio-campo no lugar de Paquetá.

A Sérvia estava vendida e pouco assustou até o apito final. A partida mostrou a força coletiva do Brasil, que tem muito equilíbrio entre defesa e ataque e, nas individualidades, pode desequilibrar muito o jogo. Contra qualquer adversário.

Mudanças e preocupação

Apesar da vitória do Brasil, nem tudo terminou bem no estádio de Lusail. O camisa 10 da seleção, Neymar, saiu machucado por conta de uma lesão no tornozelo. Em um dos lances de ataque na segunda etapa, Neymar recebeu um carrinho próximo a área e a dividida acabou tirando o atacante do final do jogo.

Na saída para os vestiários, o jogador passou mancando, sem a chuteira do pé direito, e fazendo gelo a todo o momento. Ainda não há informações sobre a gravidade da lesão nem se ela afastará Neymar do próximo jogo, contra a Suíça, na segunda-feira (28).

Além da mudança de Neymar, que saiu para a entrada de Antony, o técnico Tite promoveu muitas mudanças no ataque da seleção e, de todos os nove nomes que foram convocados ao Catar, apenas Pedro não entrou em campo.

Rodrygo havia entrado no ligar de Vini Jr. minutos antes e, com a saída do camisa 10, atuou centralizado no lugar de Neymar. Pela esquerda, Tite colocou Martinelli e, no lado oposto, Antony entrou no lugar de Raphinha. O autor dos dois gols do Brasil no jogo, Richarlison também foi substituído e deu lugar a Gabriel Jesus, como centroavante.

Apesar do alto volume de mudanças, Tite conseguiu manter a equipe em cima da Sérvia e ainda criou diversas chances antes do apito final. Para o duelo contra a Suíça, resta saber se o treinador vai retornar coma equipe mais ofensiva, mantendo Vini no time titular, ou se Fred retorna à posição de segundo volante pelo meio.

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