Com Grupo City, Bahia se aproxima da Libra, mas diverge na distribuição de receitas – Máquina do Esporte
O Bahia, que passa por um processo de transição após a aprovação da criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube pelos sócios e a venda de 90% desse ativo ao City Football Group (CFG), tem acompanhado as discussões tanto da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) como da Liga Forte Futebol (LFF), que buscam a formação de uma liga nacional a partir da temporada de 2025.
“Vejo como muito boas as iniciativas, tanto da Libra como do Forte Futebol. Vejo algum nível de maturidade nos trabalhos. Mas acho que ainda há alguns desafios a serem alcançados, por exemplo uma repartição mais justa de verba e alguns mecanismos de governança que precisamos alcançar”, afirmou Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.
A principal crítica do dirigente é na divisão das receitas obtidas pela futura liga. Segundo o estatuto da Libra, a partilha será 40% de maneira igualitária, 30% por performance e 30% por engajamento, com cinco critérios: média de público nos estádios, base de assinantes de cada time no streaming, número de seguidores nas redes sociais, audiência na TV aberta e tamanho da torcida.
Já a Liga Forte Futebol (LFF), outro grupo que congrega clubes das Séries A e B, propõe um modelo em que 50% da receita seja distribuída igualmente entre os clubes, 25% por desempenho e 25% por audiência. A LFF também pede que não haja tanta disparidade entre os times com maior e menor remuneração.
Apesar de estar mais próximo do grupo da Libra, a crítica do dirigente não se limita à proposta sobre distribuição de receitas com direitos de transmissão e patrocinadores da futura liga.
“A Libra estabeleceu, em seu estatuto, que qualquer alteração precisa [da aprovação] da unanimidade dos membros. Na minha leitura, isso quer dizer que não vai haver alterações, que elas estão praticamente congeladas”, analisou.
“O ingresso na Libra passa a ser de adesão. O clube que entrar vai ter um trabalho muito grande para propor mudanças. Isso, para mim, é defeito, mas acredito que possa melhorar”, acrescentou o mandatário.
Atualmente, a Libra conta com a adesão de 16 clubes, sendo 10 da Série A (Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vasco) e 6 da Série B (Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Ponte Preta e Vitória).
Já a LFF conta com 24 agremiações, sendo 9 times da divisão de elite (América-MG, Athletico-PR, Atlético-MG, Coritiba, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás e Internacional), 11 clubes da Série B (Atlético-GO, Avaí, Ceará, Chapecoense, CRB, Criciúma, Juventude, Londrina, Sport, Tombense e Vila Nova), além das 4 equipes que caíram neste ano para a Série C (Brusque, CSA, Náutico e Operário-PR).
Outros times, além do Bahia, permanecem neutros. ABC e Botafogo-SP, que subiram da Série C para a Série B neste ano, também não oficializaram participação na Libra ou na LFF.