Com impulso do minério e política econômica no radar, Ibovespa … – TradeMap

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O Ibovespa engatou a segunda alta consecutiva nesta quarta-feira (18), ancorado por mineradoras e siderúrgicas, além da ampliação da recuperação dos papéis de bancos vistos na véspera.
No cenário político, o mercado digere as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre “brigar” para que o IR (Imposto de Renda) seja isento para ganhos de até R$ 5 mil, com contrapartida do aumento da taxação dos mais ricos.
O desempenho positivo da Bolsa brasileira contrasta com as quedas nos principais mercados globais, com investidores observando de perto os dados da temporada de balanços corporativos do quarto trimestre de 2022, além de digerir a divulgação do Livre Bege pelo Fed (banco central norte-americano).
O principal índice da B3 encerrou o dia em alta de 0,71%, aos 112.228 pontos e R$ 20,20 bilhões em volume negociado.
O desempenho faz o Ibovespa ampliar a alta da semana para 2,10%, enquanto desde o início do ano, a valorização acumula 2,27%, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap.

Após dias de aparente tranquilidade em Brasília, Lula voltou a mexer com o humor dos investidores ao confirmar que a reforma do IR deve aumentar a isenção para ganhos de até R$ 5 mil. Para compensar o corte da receita, o plano prevê o aumento das alíquotas para quem recebe mais.
Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que a primeira parte da reforma tributária desenhada pelo novo governo deve ser votada até julho.
Em evento com sindicalistas nesta quarta-feira (18), o presidente também afirmou que concorda com a criação de um mecanismo para reajustar o salário mínimo levando em conta também o crescimento do PIB.  Ao mesmo tempo, ressaltou que herdou um país “destruído” e que mudanças exigem muita negociação.
“Não tem canetaço, tem construção”, declarou. “Vamos construir um entendimento. A partir daqui vamos construir isso na mesa de negociação.”
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Para os analistas da Terra Investimentos, as declarações de Lula impactaram de forma negativa no mercado por dar novo fôlego ao temor pela saúde fiscal do país.
“A indicação foi vista com receio pelo mercado, pois significaria uma diminuição na capacidade de arrecadação do governo num momento de gastos crescentes”, escreveram Régis Chinchila e Luis Novaes.
Empresas expostas ao minério de ferro subiram em bloco diante do avanço da commodity no mercado global. A tonelada do mineral negociada na bolsa de Dalian teve alta de 0,90%, cotada a US$ 124,43, impulsionada pela expectativa de reabertura da economia chinesa.
O movimento fez CSN Mineração (CMIN3) subir 4,41%, enquanto Gerdau (GGBR4) e o seu braço de metalurgia (GOUA4) valorizassem 3,28% e 2,89%, respectivamente. A Vale (VALE3), papel com maior peso no Ibovespa, subiu 1,31%.
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Destaque também para as empresas de construção civil após dados operacionais do quarto trimestre animarem os investidores. A EzTec (EZTC3) avançou 3,82%, enquanto Cyrela (CYRE3) subiu 2,56%. Fora do Ibovespa, a Tenda (TEND3) disparou 17,01%.
A alta, porém, foi puxada pela EcoRodovias (ECOR3), que subiu 5,02%. Ainda no grupo de altas 3R Petroleum (RRRP3) fechou com avanço de 3,95%. O movimento destoa da queda do barril do tipo Brent, que abriu o dia em alta, mas inverteu o sinal e perdeu 1,35%, cotado a US$ 84,76.
As ações da Petrobras seguiram o mesmo caminho de queda do Brent. Os papéis preferenciais caíram 1,76%, enquanto os ordinários perderam 1,28%.
Para Rafael Scardua, sócio da Matriz Capital, a queda das ações da estatal também tem relação com o movimento da FUP (Federação Única de Petróleo) e Anapero (Associação Nacional do Petroleiros Acionista Minoritário da Petrobras) de tentar barrar o pagamento de dividendos previstos para amanhã.
“Entendo que o fato gera instabilidade no mercado da petroleira e investidores com aversão a risco começam se desfazer do ativo”, informou.
O grupo de queda foi puxado pelo setor varejista, ainda repercutindo o colapso da Americanas (AMER3), que há uma semana informou a existência de “inconsistências financeiras” na ordem de R$ 20 bilhões.
A rede varejista puxou a fila, com queda de 8,42%, enquanto Via Varejo (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) recuaram 6,67% e 6,07%, nesta ordem.
Desde que a Americanas reportou que descobriu o rombo, que na verdade era de R$ 40 bilhões, o papel acumula uma baixa de mais de 80%. O caos visto com a varejista colocou em xeque a posição das concorrentes no setor.
Contudo, a ação da Magalu conseguiu se descolar do movimento, e teve avanço de mais de 40% do dia 12 de janeiro até ontem.
Os principais mercados globais fecharam no campo negativo, com investidores analisando novos dados da inflação americana e a divulgação do Livro Bege.
No caso da inflação, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) do país caiu 0,5% em dezembro ante novembro, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho. O resultado pode indicar uma desaceleração da economia do país.
Já o documento do Fed alertou que a inflação alta continuou a reduzir o poder de compra dos consumidores, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho manteve-se apertado, com dificuldades na contratação de mão de obra.
A sinalização reforça a leitura de que, apesar de dados mais fracos das atividades nos EUA, a política monetária deverá seguir apertada por mais tempo.
Com isso, o Dow Jones caiu 1,81%, o S&P 500 perdeu 1,56% e a Nasdaq desvalorizou 1,24%. Na Europa, o Euro Stoxx 50 fechou estável.
Além disso, os investidores americanos continuam acompanhando a temporada de balanços do quarto trimestre.
Ontem, o Goldman Sachs e o Morgan Stanley reportaram seus números. Para Jennie Li, estrategista de ações da XP, o primeiro desapontou o mercado com o pior lucro por ação da última década, quase 40% abaixo das expectativas.
“Por outro lado, o Morgan Stanley superou expectativas com um resultado impulsionado pelo segmento de Wealth Management“, completou a estrategista. Na quinta-feira (19), a Netflix divulgará seus números e dará início aos balanços das big techs. Na próxima semana, Microsoft e Tesla reportarão os resultados.
Seguindo a baixa dos mercados globais, os criptoativos também inverteram para o campo negativo após um rali que fez o Bitcoin (BTC) subir quase 30% desde o início do ano.
Por volta das 17h25, o BTC perdia 0,60% em comparação as últimas 24 horas, a US$ 21.275, de acordo com dados da plataforma TradeMap. Na mesma hora, o Ethereum (ETH) tinha queda de 1,17%, negociado a US$ 1.569.
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