Com vitória de Lula, mercado enfrenta dias de 'sobe e desce' – Monitor Mercantil

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Com a vitória de Lula, o mercado econômico enfrenta mais dias de “sobe e desce”. O dólar comercial, por exemplo, fechou em queda de 2,54%, cotado a R$ 5,166. Já o pregão do Ibovespa fechou em alta de 1,31%, aos 116.037,08 pontos.
Já o volume de crédito com recursos livres para pessoas jurídicas atingiu R$ 1,3 trilhão em fevereiro de 2022, com alta de 1,9% no mês e de 17,5% em relação a fevereiro de 2021. Para 2023, espera-se um crescimento de 7% no montante total de crédito utilizado no Brasil.
Para Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e Country Manager da Savel Capital Partners, empresa que viabiliza crédito internacional para negócios brasileiros através de fundos de dívida estruturada nos EUA e Europa, o mercado de crédito não considerou que a eleição de Lula tenha sido negativa ou um fracasso.
“Precisamos olhar com cautela. Se haverá a cooperação da equipe sucessora na área econômica. No momento não é possível fazer nenhuma análise. Atualmente estamos num momento de alta de juros. A taxa Selic está em 13,75% ao ano. Mas, por agora, não há como dizer se a vitória nas eleições será boa ou ruim para o mercado de crédito. Também seria assim se o Bolsonaro tivesse vencido”, explica Luciano.
Segundo o empresário, o crédito internacional continua com uma tendência fortíssima para acesso das médias e grandes empresas.
“Independente do presidente, a escassez de crédito no Brasil perdurará por um longo tempo. No Brasil nós temos um oligopólio dos bancos, uma alternativa para as médias e grandes empresas é terem um acesso ao crédito internacional via EUA e Europa”, diz.
Aporte de Capital Internacional (ACI), é uma linha de crédito internacional para médias e grandes empresas brasileiras. É um empréstimo que é viabilizado através de fundos nos EUA e Europa. Esse capital internalizado no Brasil através da Lei 4.131 do BC possibilita que capital estrangeiro ingresse no país, e fica disponível para o empresário poder investir em sua empresa.
“Enquanto uma empresa de médio porte dificilmente encontra crédito fácil para seu desenvolvimento aqui no Brasil, em outros países a história é diferente. No nosso país, por exemplo, é impossível uma empresa aportar acima de 30% de seu faturamento, por conta da legislação vigente. Já nos EUA e na Europa esse limite não existe, conclui Luciano Bravo.
Já para Samuel Torres, consultor financeiro da fintech Onze, o mandato de Lula pode ter impactos relevantes nos investidores, dependendo. O principal ponto de atenção está no ponto de vista fiscal, já que durante a campanha, Lula fez uma série de promessas que têm impacto direto nas contas públicas, como: manter o Auxílio Brasil em R$ 600, reajustar o salário mínimo acima da inflação e isentar o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“Para cumpri-las, Lula terá que revogar o ‘Teto dos Gastos’. Se isso, de fato, ocorrer e não for criada uma nova âncora fiscal que restrinja os gastos do governo, a principal consequência pode ser um nível de inflação mais alto nos próximos anos e, consequentemente, taxas de juros mais altas”, afirmou Torres.
O analista ressalta que o cenário favorece os investimentos em renda fixa e tende a prejudicar a renda variável, principalmente se as medidas do novo governo não fizerem o país retomar uma maior taxa de crescimento. Já em relação ao câmbio, com uma inflação mais alta, a tendência nesse cenário é o real se desvalorizar em relação ao dólar.
“Para implementar tais políticas, Lula depende de aprovação no Congresso, o que tende a ser bastante complicado em decorrência da composição do Legislativo após as eleições de 2022”, finaliza Torres.
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