Como evitar a Covid nas viagens de férias, segundo especialistas – UOL

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Para muitos brasileiros, este é o momento para arrumar as malas e aproveitar as férias. Após mais de três anos de pandemia, as viagens devem, porém, ser planejadas com mais rigor do que antes da Covid-19, alertam especialistas.
Em tempos de coronavírus, são itens obrigatórios na bagagem máscaras e carteirinhas de vacinação da família com o esquema completo contra a Covid. O álcool em gel também é importante, mas como medida de higiene geral.
Especialistas ouvidos pela Folha dão dicas de como evitar a Covid-19 nas viagens de férias. A primeira lição já começa em casa: se estiver com sintomas gripais, adie o passeio.
Para o biomédico Roberto Martins Figueiredo, conhecido como dr. Bactéria, os locais de hospedagem deveriam exigir o certificado de vacinação, para ajudar a conter os casos de Covid.
Ele recomenda a fazer o teste um dia antes da viagem, mesmo sem sintomas, se nos últimos sete dias houve contato com alguém infectado pelo coronavírus. Caso o exame dê negativo, é recomendável ainda repeti-lo após 48 horas.
Os ambientes de aeroportos, ele lembra também, são propícios para a transmissão do coronavírus, inclusive para o encontro de outras variantes que nem sequer estavam no Brasil até o momento.
Por isso, antes de programar a viagem, o ideal é pesquisar a situação do país a ser visitado e nunca abrir mão da proteção facial, cobrindo nariz, queixo e boca.
“A máscara só deve ser retirada quando for imprescindível, e brevemente, como no raio-X, para controle de passaporte e alimentação a bordo, por exemplo. A [máscara do tipo] PFF2 é a melhor, mas em deslocamentos mais longos ela pode ser desconfortável. Neste caso, a pessoa pode optar pela cirúrgica descartável”, orienta Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Nos países de destino, vale o bom senso. “Em ambientes fechados e aglomerados, use máscara independentemente da orientação da autoridade sanitária local, porque a dinâmica da Covid é muito rápida. É melhor prevenir do que se infectar”, reforça Araújo.
Para viagens nacionais, as recomendações são as mesmas. Consulte as regras locais e se há algum decreto em vigor. No Brasil, estados como Bahia e Piauí retomaram o uso obrigatório da máscara em ambientes fechados. Na capital paulista, a medida vale no transporte público —informação importante para quem estará na cidade para assistir à Corrida de São Silvestre e aos shows do Réveillon da Paulista.
“Um metro é a medida de risco para que você fique exposto à secreção de outra pessoa. Neste caso, vale a pena o uso da máscara mesmo que esteja num ambiente aberto, como uma praia. Ainda sobre a praia, se você estiver longe de aglomeração, somente com o seu núcleo familiar por perto, a máscara é dispensável”, diz Araújo.
Em hotéis e pousadas, é preciso ter atenção com a higiene, de forma geral. Toalhas e roupas de cama mal lavadas podem transmitir Mpox (novo nome da varíola dos macacos), alerta o infectologista.
“Observe se a higiene é recorrente, se o quarto é limpo de forma adequada, se as roupas de cama e as toalhas são trocadas e se o aspecto é bom”, diz.
“Em termos de Covid, por exemplo, restaurante com janelas fechadas e sem ventilação é um lugar de risco. Prefira as refeições em áreas abertas. Idosos, doentes crônicos e vulneráveis devem programá-las em horários mais vazios e locais arejados.”
A falta de renovação do ar não é só perigosa para Covid, mas para qualquer doença respiratória, lembra dr. Bactéria. “O ar deve ser renovado seis vezes a cada hora. Tecnicamente é o recomendável em alguns locais fechados. Com portas e janelas abertas você consegue isso”, explica.
Para uma experiência saudável nos hotéis e pousadas, também é necessário que esses locais promovam a diminuição de filas no check-in e check-out, ofereçam luvas para os clientes se servirem em bufês e conscientizem os funcionários sobre o uso de máscaras, principalmente no trato com pessoas.
O biomédico aconselha o turista a observar também se há álcool em gel nas áreas comuns do hotel ou pousada.
“É mais um cuidado, mas não pode virar neurose. Álcool em gel é para ser utilizado quando não houver pia próxima. Lavar as mãos adequadamente, com água e sabão, diminui em 91% a contaminação; com o álcool em gel, o máximo é 85%. Não vale lavadinha psicológica, só nas pontas dos dedos, e nem usar a torneira como água benta, que dá duas batidinhas e nem abre direito”, afirma dr. Bactéria.
Outra dica é secar as mãos com papel-toalha, em vez de usar aparelhos de ar quente comumente instalados em banheiros públicos.
“O ar quente para secar as mãos aumenta a quantidade de bactérias e vírus em 270%. Ele pega as bactérias presentes no banheiro e concentra na sua mão. Além disso, a energia que você usa para secar a mão no ar agride a natureza muito mais do que as folhas de papel para secar as mãos”, opina.

O químico Bruno Mena, mestre e doutor em físico-química pela Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com a Universidade de Padova, na Itália, chama a atenção também para a importância da higienização correta de lugares como academias, playgrounds e piscinas.
De acordo com Mena, a utilização da tecnologia de ozônio para descontaminação nestes locais é a ideal.
“O ozônio é muito mais potente, se comparado ao cloro e ao álcool, no combate a bactérias, aos vírus e fungos. Essa atuação se dá no ar que respiramos e nas superfícies”, afirma.
– Esteja com a vacinação em dia
– Use máscara
– Informe-se sobe a situação do local de destino
– Mantenha medidas de higiene
Nos hotéis e pousadas
– Álcool em gel nas áreas comuns é importante, mas se houver pia prefira lavar as mãos com água e sabão
– Seque as mãos com papel-toalha
– Preste atenção na higiene da roupa de cama e das toalhas
– Verifique se os funcionários usam máscara
– Nos restaurantes é recomendável usar luvas descartáveis ao se servir em bufês
– Faça as refeições em locais bem arejados
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