Como nomes da "nova política" de 2018 se saíram em 2022 – Gazeta do Povo

0
48

Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
O Sua Leitura indica o quanto você está informado sobre um determinado assunto de acordo com a profundidade e contextualização dos conteúdos que você lê. Nosso time de editores credita 20, 40, 60, 80 ou 100 pontos a cada conteúdo – aqueles que mais ajudam na compreensão do momento do país recebem mais pontos. Ao longo do tempo, essa pontuação vai sendo reduzida, já que conteúdos mais novos tendem a ser também mais relevantes na compreensão do noticiário. Assim, a sua pontuação nesse sistema é dinâmica: aumenta quando você lê e diminui quando você deixa de se informar. Neste momento a pontuação está sendo feita somente em conteúdos relacionados ao governo federal.
A eleição de 2022 trouxe resultados variados a expoentes da “nova política” que se consagraram ao lado de Jair Bolsonaro (PL) em 2018.
O presidente da República, líder desse movimento, segue na busca pela reeleição, mas recebeu no primeiro turno pouco mais de 43% dos votos, ante 46% obtidos no primeiro turno de quatro anos atrás.
Em compensação, outro nome que se apresentou como membro da “nova política” em 2018, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), conseguiu vencer agora a eleição logo em primeiro turno, panorama diferente do que houve na eleição passada. Em Santa Catarina, por outro lado, o governador Carlos Moisés (Republicanos) fracassou ao tentar a reeleição: não conseguiu nem mesmo avançar ao segundo turno.
No Legislativo, nomes como Carla Zambelli (PL) e Bia Kicis (PL) conseguiram a reeleição à Câmara fazendo mais votos que em 2018. Eduardo Bolsonaro (PL) também se reelegeu, mas com menos da metade dos votos da eleição anterior.
Enquanto isso, Joice Hasselmann (PSDB) perdeu mais de 1 milhão de votos em relação à eleição passada e não conseguiu a reeleição e Janaina Paschoal (PRTB) fracassou ao tentar o Senado e Alexandre Frota (PSDB), ao buscar vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo.
O grupo que ficou conhecido como “nova política” em 2018 tinha como principal característica o fato de ter nenhuma (ou pouca) trajetória na vida partidária e eleitoral. Além disso, muitos deles eram apoiadores do então candidato Bolsonaro, que se apresentou como um nome alternativo na corrida presidencial – apesar de, na ocasião, já contar com quase três décadas de mandatos eletivos.
Outro componente que uniu grande parte dos integrantes da “nova política” é o fato de muitos deles terem uma atuação intensa nas redes sociais, com páginas populares no Facebook e canais robustos no Youtube.
A “nova política” de 2018 se distribuiu por diferentes cargos e por todas as regiões do Brasil, situação que se repetiu em 2022.
Confira a seguir o desempenho, em 2022, de alguns dos membros da “nova política” e um comparativo com suas votações de quatro anos atrás.
Mesmo tendo sido filiado a nove partidos e exercendo mandatos contínuos desde 1989, o presidente Jair Bolsonaro se candidatou ao Palácio do Planalto em 2018 apostando na imagem de “outsider” da política e adversário de forças como PT, MDB e PSDB. O então candidato conseguiu criar um grupo aguerrido de seguidores. Grande parte deste conjunto segue ao lado de Bolsonaro; outros se distanciaram ou mesmo passaram a fazer parte da oposição formal ao presidente.

Bolsonaro concorreu em 2022 ainda com uma abordagem de ser diferente dos demais membros da cúpula política nacional, mas foi às urnas filiado a um partido do Centrão, o PL, e coligado com outros dois do mesmo bloco: Republicanos e PP.
Filho do presidente da República, Eduardo Bolsonaro já tinha mandato quando venceu as eleições de 2018. Era deputado federal, eleito por São Paulo em 2014. Porém, sua votação exponencialmente entre uma eleição e outra: foi de 82 mil votos em 2014 para 1,8 milhão em 2018. Tal evolução foi estimulada pela figura do pai, que foi também o mais votado em São Paulo na disputa presidencial.
O deputado foi reeleito agora em 2022, mas com menos da metade dos votos obtidos há quatro anos.
Governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema era um empresário bem-sucedido em seu estado e entrou para a campanha de 2018 com poucas perspectivas. Até poucas semanas antes da votação, estava bem atrás dos favoritos Fernando Pimentel (PT) e Antonio Anastasia (então no PSDB). O quadro chegou a fazer com que setores do PT estimulassem o voto em Zema, para tirar Anastasia do segundo turno, mas quem acabou fora do segundo turno foi Pimentel. Zema foi o mais votado no primeiro turno e venceu sem dificuldades o segundo.
Agora em 2022, venceu com mais facilidade, sendo eleito já no primeiro turno.
Bombeiro militar e advogado, Moisés foi eleito em 2018 governador de Santa Catarina logo em sua primeira disputa eleitoral. Chegou ao cargo filiado ao PSL e com discursos alinhados ao do presidente Bolsonaro. Aos poucos, porém, foi se distanciando do presidente da República e expondo posicionamentos contrários aos da base conservadora, combatendo ao preconceito à população LGBT e fazendo críticas ao uso de agrotóxicos. Mas, membro do Republicanos, também não chegou a romper com o eleitorado de direita.
Agora em 2022, Moisés ficou na terceira posição e não conseguiu passar ao segundo turno.
Soraya Thronicke foi eleita em 2018 no Mato Grosso do Sul sob o mote de “a senadora de Bolsonaro”. Advogada, havia se destacado anos antes em movimentos de rua locais que protestavam contra o PT e pediam o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Começou sua trajetória no Congresso ao lado de Bolsonaro e foi vice-líder do governo no Congresso. Aos poucos, porém, foi se distanciando do chefe do Executivo, processo que atingiu seu ápice na CPI da Covid-19. Permaneceu no PSL após o rompimento de Bolsonaro com a sigla e acompanhou a fusão do seu partido com o DEM para a formação do União Brasil. Foi escolhida às pressas pela sigla para se candidatar a presidente.
Soraya ficou na quinta posição no primeiro turno das eleições presidenciais, mas, como está em meio de mandato no Senado, tem mais quatro anos garantidos em Brasília.
Em 2018, a jornalista Joice Hasselmann foi uma das mais ferrenhas apoiadoras de Jair Bolsonaro e expoente do “Bolsodoria”, movimento que grudou a imagem do então candidato a presidente com João Doria, que disputava o governo de São Paulo pelo PSDB. Chegou à Câmara com a segunda maior votação nacional para a Casa e foi nomeada por Bolsonaro sua líder no Congresso. A harmonia com o presidente durou pouco e Joice passou a ser alvo corriqueiro dos aliados do presidente. Candidatou-se à prefeitura de São Paulo em 2020, sem sucesso, e depois migrou para o PSDB.
Na atual eleição, Joice fez uma fração minúscula dos votos de 2018 e não conseguiu a reeleição à Câmara.
Uma das principais responsáveis pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, a advogada e professora universitária Janaina Paschoal foi eleita deputada estadual em 2018 com a maior votação para o cargo em todo o país. Antes disso, chegou a ser cotada para concorrer como vice de Jair Bolsonaro. Ao longo do seu mandato, alternou ciclos de aproximação e afastamento do presidente da República.
A falta de uma aproximação mais definitiva foi o que tirou dela o rótulo de candidata “oficial” de Bolsonaro ao Senado, o que coube ao ex-ministro Marcos Pontes (PL). Ele foi eleito senador e ela ficou apenas na quarta posição.
A atual deputada federal Bia Kicis era pouco conhecida do público nacional quando se elegeu em 2018. Na ocasião, ela se notabilizava pelo ativismo que mantinha principalmente nas redes sociais, onde se posicionava como ferrenha opositora do PT e defensora do então candidato Jair Bolsonaro. Foi eleita pelo PRP, mas migrou pelo PSL pouco após a posse e, junto com Bolsonaro, engrossou posteriormente as fileiras do PL. O posicionamento ao lado do presidente foi mantido ao longo de todo o seu mandato. Foi, em 2021, presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.
Nesta eleição de 2022, Bia Kicis mais que dobrou sua votação e reelegeu-se como deputada federal mais votada no Distrito Federal.
A deputada por São Paulo Carla Zambelli também ganhou fama pelo ativismo anti-PT e pró-Bolsonaro, numa trajetória iniciada à época dos protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi uma das fundadoras do movimento Nas Ruas, que prossegue ativo. No Congresso, caracterizou-se por frequentes embates com representantes da esquerda e com ex-apoiadores do governo Bolsonaro.
Nesta eleição, Zambelli reelegeu-se multiplicando votos. Fez 946 mil, mais de 12 vezes a votação de 2018.
O ator Alexandre Frota iniciou sua militância política na década de 2010, também motivado pelo interesse em fazer oposição ao PT e a apoiar o líder Jair Bolsonaro, que começava ali a ampliar sua área de influência. Frota ganhou força na mobilização via internet, na defesa de causas conservadoras como a família tradicional e a “escola sem partido”. Foi eleito deputado federal em 2018 e no início de seu mandato esteve ao lado de Bolsonaro. Afastou-se do governo após a aprovação da reforma da Previdência e, desde então, é crítico ferrenho da gestão.
Filiou-se ao PSDB ainda em 2019 e optou por não disputar a reeleição à Câmara, e sim concorrer a uma vaga de deputado estadual. Porém, não conseguiu se eleger.
Ex-policial militar e professor de defesa pessoal, Daniel Silveira se tornou uma figura nacionalmente conhecida após quebrar uma placa em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco, morta em 2018. Na ocasião, Silveira concorria a uma vaga de deputado federal e estava filiado ao PSL, partido do qual também fazia parte o presidente Jair Bolsonaro. Silveira foi eleito em 2018 e se manteve aliado ao presidente da República durante toda a sua trajetória no Congresso. Acabou recebendo o indulto individual, tecnicamente chamado de “graça constitucional”, concedido pelo presidente Bolsonaro, após ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter feito ameaças a ministros da Corte.
Para disputar agora uma vaga ao Senado pelo PTB, precisou confrontar o partido de Bolsonaro, o PL, que lançou o atual senador Romário à reeleição, e acabou ficando na terceira colocação.
O deputado Kim Kataguiri é um dos principais líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que também surgiu à época das manifestações contra Dilma e posteriormente se posicionou como referência da defesa de pautas liberais. O MBL e Kataguiri nunca fizeram adesão “oficial” a Bolsonaro; em 2018, o hoje deputado dizia que seu candidato à Presidência da República era Alvaro Dias (Podemos). Eles, porém, apoiaram Bolsonaro no segundo turno naquela ocasião. Como deputado, Kataguiri se manteve próximo das pautas de direita, mas contrariou Bolsonaro em diversas ocasiões, a ponto de ter apresentado um pedido de impeachment contra o presidente e ter trocado inúmeras farpas com Eduardo Bolsonaro.
Kataguiri conseguiu se reeleger agora em 2022, mesmo recebendo menos votos que em 2018.
Máximo de 700 caracteres [0]
Ao se cadastrar em nossas newsletters, você concorda com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade, incluindo o recebimento de conteúdos e promoções da Gazeta do Povo. O descadastramento pode ser feito a qualquer momento neste link.
WhatsApp: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
Apenas assinantes podem salvar para ler depois
Saiba mais em Minha Gazeta
Você salvou o conteúdo para ler depois
As notícias salvas ficam em Minha Gazeta na seção Conteúdos salvos. Leia quando quiser.
Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Carregando notificações
Aguarde…
Os recursos em Minha Gazeta são exclusivos para assinantes
Saiba mais sobre Minha Gazeta »

source

Leave a reply