Como o charuto da vitória na NBA virou um investimento para Tiago Splitter – Pipeline

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Por Manuela Tecchio — São Paulo
13/01/2023 14h48 Atualizado 13/01/2023
Tabaco e esportes não parecem uma combinação óbvia, mas as estrelas de NBA têm tradição unindo as duas coisas. Sempre que vencem uma partida importante, os atletas degustam um bom charuto. Foi assim que Tiago Splitter, que venceu a liga americana de basquete pelo San Antonio Spurs em 2014, conheceu o trabalho do compatriota Luciano Meirelles, uma experiência que acabaria em investimentos.
“Em 2013, já jogava pelo Spurs e fomos para a final contra o Miami. Comprei várias caixas de charuto para comemorar, mas faltavam um ou dois jogos ainda. A gente perdeu e joguei tudo no lixo. Eram cubanos, dominicanos, várias caixas do que tinha de melhor”, lembra Splitter, que quis evitar repetir a sina no ano seguinte, quando também disputaram a final da NBA.

“Fomos novamente para a final, mas não comprei nada porque deu azar. Quando cheguei no vestiário, depois da vitória, tinham vários charutos excelentes lá. Só um tempo depois, num almoço em Los Angeles, vim a conhecer o brasileiro que mandou de presente.” Era Meirelles.
Tiago Splitter, brasileiro campeão da NBA: marca de charutos na Nicarágua — Foto: Arquivo pessoal
Com a aproximação, Splitter se tornou sócio da Luciano Cigars. Em novembro, a americana ATL Cigar Co entrou para o cap table e ficou responsável pelo marketing e distribuição. Com a entrada da sócia americana, a Luciano Cigars agora controla todo o processo de produção e venda, do plantio do fumo à chegada nas prateleiras.
Só nos Estados Unidos, a marca está presente em mais de mil lojas. O charuto é um produto artesanal, feito à mão e distribuído em pequenas remessas. A fábrica fica na Nicarágua, assim como a maior parte dos 60 hectares plantados de tabaco pela empresa.

A Luciano Cigars exporta anualmente três milhões de charutos, que chegam às lojas de nove países, na Europa e nos EUA, principalmente, por US$ 20 cada em média. O portfólio inclui 22 diferentes tipos de produto. Em 2022, o faturamento da companhia chegou a US$ 40 milhões.
Outras verticais também vêm sendo exploradas pela empresa. Hoje, a marca está em processo de expansão para aumentar em 30% a capacidade do tabaco em rama. O produto tem outras aplicações que não o fumo, em especial na indústria farmacêutica. Suas propriedades são essenciais na fabricação de alguns antibióticos e anti-inflamatórios, assim como na produção de bactericidas agrícolas e em pesquisas científicas.
Morando em Nova York para trabalhar como coach assistente dos Nets, Splitter conta que a marca deve continuar focada nos mercados do Norte. “A gente não distribui no Brasil porque é um mercado ainda muito pequeno, extremamente burocrático e dominado pelo charuto cubano. Pensamos várias vezes em fazer essa expansão, mas a verdade é que a gente não dá conta do mercado americano. Nós dois temos essa vontade, mas seria por pura paixão".
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