Companheiro de eurodeputada grega confessa envolvimento em suposto esquema de corrupção Catargate – CartaCapital

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Faltam para nos livrarmos do Jair

O caso teve início após uma investigação que descobriu grandes quantias de dinheiro que teriam sido desembolsados para defender os interesses políticos e econômicos do Catar no Parlamento Europeu
O companheiro da eurodeputada Eva Kaili, Francesco Giorgi, confirmou ter envolvimento no suposto esquema de corrupção e ingerência a serviço do Catar e do Marrocos. A informação é divulgada nesta quinta-feira (15) por dois jornais que tiveram acesso aos documentos da justiça belga.
Dois diários – o belga Le Soir e o italiano La Repubblica – revelam declarações do assessor parlamentar Francesco Giorgi à polícia e ao juiz Michel Claise, em Bruxelas. O companheiro da eurodeputada grega Eva Kaili, presa por envolvimento no suposto escândalo de corrupção Catargate, confirmou ter um papel na “organização”.
Giorgi está ligado ao ex-deputado europeu socialista Pier Antonio Panzeri, em cuja casa foram encontrados € 600 mil. Outros assessores italianos tiveram seus escritórios revistados, de acordo com a enviada especial da RFI a Estrasburgo, Juliette Gheerbrant.
Segundo documentos consultados pelos jornais Le Soir e La Repubblica, Giorgi afirmou que seu papel na “organização” era de gerenciar o dinheiro vivo. Ele também apontou duas outras pessoas que teriam sido beneficiadas através de Panzeri: os eurodeputados italiano Andrea Cozzolino e o belga Marc Tarabella – cuja residência foi revistada no último sábado (10), na presença da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.
O mandado de prisão de Giorgi foi confirmado na quarta-feira (14) por Bruxelas. Já Kaili, destituída de seu cargo de vice-presidente no Parlamento Europeu na terça-feira (13), e também excluída do partido grego Pasok, segue detida desde a última sexta-feira (9). Ela foi indiciada e será interrogada na próxima segunda-feira (22). Seus advogados garantem que ela é inocente.
O caso teve início após uma investigação do Ministério Público belga que descobriu grandes quantias de dinheiro vivo que teriam sido desembolsados para supostamente defender os interesses políticos e econômicos do Catar no Parlamento Europeu. Além dos € 600 mil encontrados na casa de Panzeri, operações policiais apreenderam € 150 mil na residência de Kaili e € 750 mil num quarto de hotel alugado pelo pai da eurodeputada.
Já o Marrocos está envolvido no suposto esquema através de seu serviço de inteligência, a Direção Geral de Estudos e de Documentação (DGED). Segundo os documentos que o Le Soir e o La Repubblica puderam consultar, Panzeri, Cozzolino e Giorgi estiveram em contato com a organização e com Abderrahim Atmoun, embaixador de Marrocos na Polônia. Além de Atmoun, dois agentes do serviço de inteligência marroquino são mencionados nesses documentos, mas ainda não se pronunciaram sobre as revelações.
O escândalo tem forte repercussão na Europa. A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, afirmou que o caso se trata de um “ataque” à democracia europeia.
O suposto esquema também escandalizou a opinião pública na Grécia, país assolado por casos de corrupção. Muitas personalidades políticas gregas expressaram seu constrangimento com o suposto envolvimento de Kaili na polêmica.
A Autoridade Grega de Combate à Lavagem de Dinheiro anunciou ter congelado os ativos financeiros de Kaili e de seus familiares. A imprensa grega também destacou as relações entre a eurodeputada e o célebreo magnata greco-russo Ivan Savvidis, dono, entre outros, do clube de futebol Paok, de Tessalônica, e ex-deputado da Duma, Câmara baixa russa.
Ex-apresentadora de TV, Kaili ocupou uma cadeira no Parlamento grego entre 2007 e 2012. Ela foi eleita ao Parlamento Europeu em 2014 do qual era vice-presidente há 11 meses.
(RFI com agências)
RFI
Rádio pública francesa que produz conteúdo em 18 línguas, inclusive português. Fundada em 1931, em Paris.
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