Conheça Paulo Turra, sucessor de Felipão no Athletico – Um Dois Esportes

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“Tenho certeza que a gente vai evoluir bastante, até porque os jogadores já estão mais adaptados. O nosso modelo de jogo não é fácil pro jogador, porque exige muito da parte física e da parte mental. Mas estando mais adaptados, a tendência é melhorarem”.
A frase acima, cunhada por Paulo Turra, bem que poderia resumir a transição do gaúcho de 49 anos de auxiliar-técnico de Felipão no Athletico para o cargo de treinador da equipe principal na temporada 2023.
Depois de terminar o Brasileirão na sexta colocação e parar no Flamengo na final da Libertadores, o Furacão estaria no caminho para resultados ainda melhores no próximo ano, agora com Turra à frente do projeto e Scolari na função exclusiva de diretor.
A afirmação dada em entrevista à TV Gazeta, no entanto, aconteceu quatro anos antes, no fim de 2018. Na época, Turra começava a ganhar destaque como escudeiro no Palmeiras, quando chegou a comandar o time em alguns jogos na campanha do título da Série A.
Mas mesmo em contextos diferentes, o conceito é rigorosamente o mesmo. Com pensamento futebolístico muito similar ao do pentacampeão, Turra deve exigir muito do elenco (fisicamente e psicologicamente, como deixou explícito anteriormente) para encaixar seus toques pessoais ao modelo de jogo rubro-negro.
“A gente é esperto, pega alguma coisinha de um ou de outro, mas eu tenho a minha própria filosofia. Meu perfil de técnico é o que exige muito dos jogadores, não sou um sargentão que no grito exige, mas exijo muita organização dentro e fora de campo, em todos os aspectos”, explicava o treinador, oito anos atrás, em sua apresentação no Avaí.
Sai Felipão, entra Turra. Na prática, no dia a dia, porém, pouco muda na rotina do CT do Caju a partir de agora. “O Paulo Turra já é acostumado com os jogadores, já participa diariamente e dá os treinos pra gente junto com o Felipão. Enfim, já está acostumado, já sabe, tem o perfil total para ser o treinador, então isso é muito tranquilo”, garantiu o atacante Pablo, em declaração recente.
Membro da comissão de Luiz Felipe Scolari desde o fim de 2016, Turra tem ‘pós-graduação’ no estilo do mestre. O que vai precisar resgatar é o protagonismo de liderar um grupo de atletas, coisa que não faz desde que deixou o Cianorte, onde conquistou a Divisão de Acesso do Paranaense de forma invicta.
“Além de uma pessoa de excelente caráter, um cara do bem, é um treinador muito exigente e detalhista. Vive futebol 24 horas. Na época, não tínhamos analista e o Paulo, pessoalmente, fazia chegar nos atletas tudo que ele precisava sobre os adversários, preparava o jogo como poucos”, lembra Adir Kist, diretor de futebol do Leão do Vale do Ivaí.
“Além dele estudar bastante o adversário, ele também pedia para que nós, atletas, estudássemos quem a gente iria enfrentar, que víssemos as características de todos os rivais. Quem quer buscar algo a mais, tem que fazer isso. E eu me identifiquei desde o começo com ele por causa disso”, reforça o lateral-direito Celsinho, dirigido pelo treinador gaúcho na época do Cianorte, em entrevista à ESPN.
No início deste ano, Paulo Turra lançou um livro sobre tática em parceria com Leonardo Monteiro. “O futebol que não se vê” trata de ações dentro do jogo que, na maioria das vezes, passam despercebidas pelo grande público, mas podem ser de vital importância em uma partida.
Esse lado mais acadêmico, aliás, foi fundamental para que Turra tivesse a chance de ingressar na comissão permanente de Scolari. Enquanto tinha as primeiras experiências no banco de reservas, Turra sempre conciliou os estudos e estágios.
Tanto que, quando foi chamado, já havia completado a Licença Pro, nível máximo da CBF Academy e requisito para poder trabalhar na liga chinesa, quando a comissão brasileira liderava o Guangzhou Evergrande.
“Ele se credenciou, tem conhecimento e competência. Teve a felicidade de fazer o curso da CBF e desde então ficou trabalhando com o Felipão. Fez uma pós-graduação que o deixa totalmente em condições de assumir a vida solo. Está na hora, até”, pregava Flávio Murtosa, eterno escudeiro de Felipão, meses antes da confirmação do voo solo de Turra no Athletico.
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