Conselho da Flórida proíbe redesignação de gênero em adolescentes, em vitória para governador republicano – Extra
Dentro de algumas semanas, os médicos da Flórida, no Sudeste dos Estados Unidos, estarão proibidos de realizar qualquer procedimento de redesignação de gênero em menores de 18 anos após o Conselho Médico do estado ter votado a favor da decisão, informaram veículos da imprensa local. Os pacientes que já estão sob tratamento ficam isentos da nova norma.
A medida, aprovada por seis votos a favor e três contra, impedirá que os médicos façam cirurgia de mudança de gênero ou prescrevam tratamentos hormonais e similares a menores de 18 anos, segundo o The New York Times. Os métodos auxiliam os pacientes que lutam contra a disforia de gênero: a sensação de angústia comum a pessoas cuja identidade de gênero difere do sexo biológico.
A decisão tomada pelo Conselho Médico da Flórida, órgão que regula a profissão no estado americano, é uma vitória para o governador Ron DeSantis, que busca a reeleição nas eleições de 8 de novembro.
O republicano, que nomeou os 14 membros do Conselho Médico, criticava há meses o tratamento de redesignação de gênero em adolescentes, um dos campos de batalha dos conservadores americanos. Na semana passada, durante um debate contra o seu rival democrata, Charlie Crist, DeSantis disse que "grande parte da disforia [de gênero] se resolve por si só quando [as crianças] viram adultas", comparando os métodos atuais à castração química de adolescentes.
Em agosto, seu governo já havia proibido financiamento pelo Medicaid, seguro de saúde americano disponibilizado aos mais pobres, dos tratamentos de redesignação de gênero para todas as idades. Várias instituições médicas do país, como a Academia Americana de Pediatria, defenderam os tratamentos atuais contra a disforia de gênero.
No entanto, a Agência de Administração Sanitária da Flórida considera que vários tratamentos contra esse transtorno são experimentais e poderiam ter "potenciais efeitos prejudiciais em longo prazo", segundo um comunicado publicado em junho.
Os estados americanos de Arkansas e Alabama já aprovaram leis que proíbem que os médicos conduzam tratamentos de redesignação de gênero em adolescentes, mas as legislações foram suspensas por determinação judicial.