Copa do Mundo no Catar foi um erro, diz Blatter, ex-presidente da Fifa – Placar

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O ex-presidente da Fifa Joseph Blatter, recentemente absolvido em um caso de corrupção que havia causado seu banimento do futebol, afirmou que a escolha do Catar para sediar a Copa do Mundo de 2022 foi “um erro”. O suíço de 86 anos, que comandou a entidade que governa o futebol mundial entre 1998 e 2015, deu sua primeira entrevista desde que se livrou das acusações de fraude, em julho deste ano.
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“Foi um erro”, disse Blatter ao jornal suíço Tages-Anzeiger. “Na época, nós acordamos no Comitê Executivo da Fifa que a Rússia deveria sediar a Copa de 2018, e os Estados Unidos, a de 2022. Seria um gesto de paz se os dois velhos oponentes políticos tivessem sediado a Copa, um seguido do outro”.
Blatter era o presidente da Fifa quando o Comitê Executivo da entidade decidiu em 2010, em uma votação repleta de polêmicas e suspeitas de compra de votos, que o Catar seria a sede do Mundial deste ano. O país é alvo de críticas em âmbito internacional por questões como acusações de trabalho escravo na construção dos estádios e leis discriminatórias que desrespeitam os direitos de minorias, como a comunidade LGBTQIA+.
“É um país muito pequeno. O futebol e a Copa do Mundo são muito grandes para isso. Eu só posso repetir que dar o evento para o Catar foi um erro, e eu fui responsável por isso como presidente na época. Agora que a Copa está chegando, eu estou feliz que, com algumas exceções, nenhum jogador esteja boicotando o torneio”, prosseguiu Blatter, que ainda fez críticas ao atual mandatário da Fifa, Gianni Infantino.
“O que eu fico pensando é: por que o novo presidente da Fifa está morando no Catar? Ele não pode ser o líder da organização local da Copa do Mundo. Esse não é o trabalho dele. Existem dois comitês organizadores para isso: um local e outro da Fifa”.
Blatter foi banido do futebol pela própria Fifa depois que veio à tona um pagamento de 2 milhões de francos suíços (cerca de 11 milhões de reais) que ele fez ao francês Michel Platini, então presidente da Uefa, em 2011. Os dois alegaram que a quantia era parte de um “acordo de cavalheiros” por serviços de consultoria prestados por Platini à Fifa. Neste ano, ambos foram absolvidos das acusações de corrupção por um tribunal suíço.
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