Copa do Mundo renova paixão por futebol e movimenta escolinhas na capital alagoana – Tribuna Hoje

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Matrículas aumentaram no último mês; bom desempenho da seleção no mundial pode estimular surgimento de novos craques
A paixão por futebol faz parte da cultura nacional. Independente da época, sempre há interesse pelo assunto. Mas em tempo de Copa do Mundo o tema extrapola os limites, é assunto em todos os lugares e até quem nunca assiste vira torcedor. Em Maceió as escolinhas de futebol estão sentindo esse impacto no último mês, alta de matrículas e movimento aquecido provam que o bom desempenho da seleção brasileira no mundial podem estimular o surgimento de novas gerações de craques.

Alex Barros, proprietário escolinha do Vasco, comemora o crescimento. “Normalmente nesse período temos uma grande baixa devido as férias escolares. Porém, vem nos surpreendendo devido às procuras e matrículas que estão acontecendo. Algo próximo a 30% a mais que o normal”.

O professor Eduardo Góes explica esses números. “O futebol está muito em ênfase nesse período desde o dia 20 de novembro, devido ao tempo inteiro estar sendo transmitido jogos e mais jogos de alta qualidade. A Copa acabou sendo favorável pra gente nesse ponto em que muitos daqueles que tinham um pequeno interesse acabaram despertando ainda mais, tendo mais vontade”.

Alex Barros conta que as pessoas entram por conta da Copa, mas costumam continuar. “Atividade física é muito importe para as crianças, principalmente após esse período difícil [de pós-pandemia]”. Em sua escolinha, muitos alunos seguem carreira profissional. “Temos alguns atletas que estão encaminhados em alguns clubes do Brasil, como CSA, CRB, Flamengo, Grêmio e Retrô”.

O professor complementa. “Não digo descobertos, mas digo que foram desenvolvidos. Porque muitos desses talentos já são natos, já existem dentro deles. Lá na escolinha eles puderam desenvolver ainda mais o seu lado profissional, o lado técnico e tudo isso que envolve futebol. Muitos jogadores já saíram de lá. Um exemplo próximo que eu posso falar é o Mateuzinho que hoje joga nas categorias de base do CSA. Recentemente foi campeão alagoano Sub-20”.

E essa relação com os ídolos é estimulada. “Quando o Vasco veio jogar em Maceió nesse ano, levamos os nossos garotos para o hotel onde tiram fotos, pegaram autógrafos e bateram um papo com os jogadores”.

O primeiro contato pode ter sido por conta da copa, mas a expectativa é que continuem devido ao desenvolvimento nas aulas. “Alguns desses que entraram não tinham tido tanto contato assim com o futebol. A grande maioria chega lá com alguma experiência, mas nesse período tenho visto que o interesse veio para algumas crianças que ainda não tinham tido tanto contato assim. Tinham tido pouco contato e aí viu a escolinha, estava perto da Copa do Mundo e associou uma coisa à outra, tomou interesse. E aí a previsão é que pra janeiro e fevereiro no decorrer de 2023 esses alunos continuem pelo trabalho que está sendo feito”.

Sonho de ser atleta profissional exige treino intenso e dedicação

Vladimir Rosa é pai de Mateus. Ele foi o principal incentivador para a entrada do filho na escolinha. “Quando ele era bem pequeno, antes dos cinco anos, a gente percebeu que ele gostava de bola e chutava direitinho, todo mundo falava. Nós procuramos, encontramos a escolinha do Vasco e ele entrou um mês antes de completar seis anos. A iniciativa principal era minha, mas porque a gente viu que ele levava jeito”.

Na Copa do Mundo, a família se reúne ainda mais em torno do futebol. “Todos os jogos da Copa nós temos assistido juntos, a família. E por ele, assistiria todos. Ele acompanha outras seleções, sabe o modo de jogar de cada seleção, Matheus praticamente conhece todos os times do mundo. Ele acompanha todos os bons jogadores. E uma coisa que eu acho bastante legal da parte dele é que, por exemplo, como joga no meio-campo, ele sempre procura ver bons jogadores que atuam nessa posição pra ver as jogadas e o modo de jogar de cada um pra se espelhar”.

Com uma média de cinco treinos na semana, jogando também às vezes nos finais de semana em campeonatos, Matheus é fã do Neymar e é visto pelo pai como “praticamente um profissional”. Orgulhoso, Vladmir compartilha com o filho o sonho do futebol. “O sonho de ser atleta profissional é dele, mas seria uma satisfação muito grande ver meu filho jogar em um clube de futebol, virar um atleta profissional de futebol. Não quero tirar o incentivo dele de estudar, mas digo pra todo mundo que a alegria de ver ele se tornar atleta seria maior do que ver ele se formar numa faculdade, porque eu sou apaixonado por futebol”.

O jovem atleta respira futebol desde criança. “A maioria dos presentes que recebia era tudo bola de futebol, começaram a ver que eu tinha futuro”. Apesar da rotina intensa, ele garante que não tem do que reclamar. “Era cansativa no começo. Mas hoje já fui me acostumando e hoje se tornou algo divertido”.

Jogar na Copa do Mundo é um projeto para o futuro. “É o sonho de muitas crianças, inclusive eu. Mas tem que ser um passo de cada vez. Começando pela base, clube e depois, algum dia, uma Copa do Mundo”.

O professor Eduardo reforça que é um processo intenso e mais difícil do que parece. “Para se tornar um jogador profissional, esses alunos precisam de bastante dedicação. É um sonho assim que é um pouco complicado porque no Brasil o futebol é algo que é extremamente valorizado, muito visto e muita gente tenta ascender por este meio. Não é algo impossível, mas que precisa de bastante dedicação”.

Ele volta a citar o exemplo Mateuzinho, que já passou pela escolinha do Vasco e hoje está nas categorias de base do CSA. “Um dia, quando era mais novo ele precisou se afastar dos colegas, dos amigos e teve que viajar pra ir a outro estado tentar também ser jogador lá. Aí, com isso, depois de um tempo ele retornou, fez testes aqui nos times locais, no caso no CSA, e acabou ficando por lá. Mostrou qualidade, desempenho e também muita vontade de querer vencer e acabou conseguindo estar muito próximo de se tornar um jogador profissional. Já está na categoria de base, está com projeção muito alta pra se tornar profissional. Isso é apenas um exemplo dos alunos que passam por lá, mas que mostra que não é algo impossível”.
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