Corrupção em Maracaju: Vereadores afastados podem retomar cargos em janeiro de 2023 – Correio do Estado
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INTERIOR DE MS
Parlamentares devem votar Lei de Diretrizes Orçamentárias e outros projetos
12/12/2022 15h10
Ana Clara Santos
Corrupção em Maracaju: Vereadores afastados podem retomar cargos em janeiro de 2023
Os vereadores afastados da Câmara Municipal de Maracaju devem ficar fora de seus cargos até o dia 05 de janeiro, quando uma nova decisão judicial deve ser tomada. Até lá, os suplentes, que serão empossados nesta terça-feira (13), devem ocupar as cadeiras vagas.
Alvos da Operação Black Money, deflagrada pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) na quarta-feira (7), os parlamentares afastados são investigados pelo desvio de R$ 23 milhões da Casa de Leis.
Dentre os oito vereadores suspensos está o então presidente da Câmara Municipal, xxxxx, que foi substituído pelo vice-presidente Gustavo Veterinário, que se reuniu com os demais parlamentares e suplentes na manhã desta segunda-feira (12).
Por meio da assessoria de comunicação, os suplentes que devem assumir são Daniel Ruiz (DEM), Célio Franco de Oliveira (MDB), Vergínio da Silva (MDB), Rudimar Oliveira Lautert (MDB), Maria das Graças Alves de Lima (MDB), Nelson José dos Santos (PSDB), Rosane Jung (PSDB) e Odair Robert Schwinn (Patriota).
Com receita estimada e despesa fixada em R$ 404,5 milhões, os vereadores deverão votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). De acordo com a assessoria, o valor soma o orçamento fiscal e de seguridade social.
Além da LDO, os parlamentares devem limpar a pauta de projetos até o dia 16 de dezembro,já que o recesso parlamentar de fim de ano se inicia no dia 19.
A Polícia Civil deflagrou a terceira fase da Operação Dark Money para apurar o desvio de verbas públicas por meio de uma conta bancária clandestina que teria sido aberta em nome da prefeitura da cidade.
As investigações apontam que o esquema foi orquestrado durante a gestão do ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja, que foi chefe do Executivo entre de 2017 a 2020.
Em entrevista ao Correio do Estado, a delegada Ana Cláudia Medina, que coordenou a operação explicou que a conta paralela existe pelo menos desde 2019, que servia para movimentar valores sem controle dos órgãos fiscais do município.
“Na gestão de 2019 e 2020, foram movimentados valores em uma conta paralela, que foi criada para movimentar uma folha de pagamento de servidores de forma clandestina e, também, para o pagamento de fornecedores sem qualquer tipo de licitação”, detalhou Medina.
Ao que tudo indica pelo menos 11 vereadores dos 13 que exerceram mandatos entre 2019 e 2020 participavam do esquema de corrupção. Destes 11, oito acabaram sendo reeleitos para uma nova gestão, mas estão com as atividades na Câmara Municipal suspensas por, pelo menos, 30 dias.
segurança
Ao todo, há 39 câmeras instaladas nas principais ruas da região comercial, as quais são monitoradas pela Guarda Civil Metropolitana 24 horas por dia, a semana toda
13/12/2022 09h30
Primeiras câmeras de monitoramento na região central foram instaladas em 2015; hoje, são 39 e o número deve passar de 100 em breve Gerson Oliveira
Câmeras de segurança não têm inibido a prática de roubos e furtos na região central de Campo Grande. Segundo levantamento feito pelo Correio do Estado com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e publicado nesta segunda-feira (12), o Centro foi o bairro mais perigoso no mês de novembro.
Procurada pela equipe de reportagem, a Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes) respondeu, em nota, que “o sistema de videomonitoramento inibe, previne e dá resposta aos atos ilícitos”.
Ao todo, há 39 câmeras na região central, que foram instaladas no período de oito anos, desde quando o sistema foi aderido por meio de convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Segundo o levantamento, porém, mesmo com a tecnologia, foram registrados 80 boletins de ocorrência de furtos na região, e em outros locais da Capital a média de casos fica abaixo de 20 registros. O Centro também tem mais ocorrências de roubos e homicídios do que os outros bairros de Campo Grande.
Enquanto o Centro registrou 16 boletins de roubo em novembro, o segundo bairro com mais notificações é o Amambaí, com 6 boletins.
Desde que foi instalado, em 2015, o videomonitoramento, segundo a secretaria, flagrou aproximadamente 3 mil ocorrências. “Funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, com efetivo especializado no monitoramento”, informa a nota.
A Guarda Civil Metropolitana (GCM) é responsável pela operacionalização do sistema, monitorando as imagens capturadas pelas câmeras, que são de alta definição.
Em reportagem publicada pelo Correio do Estado em outubro de 2021, a prefeitura declarou que as câmeras de segurança instaladas na Rua 14 de julho ajudavam a reduzir a necessidade da presença física de guardas.
Segundo a nota enviada na época, “a região central de Campo Grande possui um sistema de videomonitoramento que reduz o custo com pessoal e torna-se mais eficiente à medida que grava as imagens, aumentando a área de atuação da Guarda”.
Porém, não foi o que demonstrou o levantamento feito pela matéria.
As câmeras têm 450 metros de alcance, geram imagens em 360º e são dispositivos day/night (dia e noite). As imagens são armazenadas por 30 dias e podem ser requeridas pelas autoridades do Judiciário e da segurança pública como fonte de investigação criminal.
De acordo com o comandante do 1º Batalhão, tenente-coronel Avelar, que atende a região central e que foi ouvido pela reportagem, a região central é a mais monitorada da cidade.
“O trabalho tem surtido resultados positivos quando os crimes ocorrem na área central, nossas viaturas estão diuturnamente realizando rondas e abordagens, com o objetivo de coibir atos criminosos, chegamos a cumprir em um único dia 4 mandados de prisão”, declarou Avelar.
Conforme Daiane Sampaio, que trabalha em uma lanchonete que fecha após o horário comercial, uma colega dela já foi assaltada na região ao sair do trabalho.
“Mesmo tendo câmera e tudo mais, é arriscado. Às vezes, passa uma viatura, mas não tem segurança aqui na região”, disse.
Segundo o Projeto Reviva Centro, ainda serão instaladas 112 câmeras no Centro.
Na Rua Rui Barbosa, serão instalados mais 27 equipamentos de monitoramento e 75 câmeras no quadrilátero do Centro. Nas cinco estações de ônibus que estão sendo finalizadas, mais 10 câmeras de reconhecimento facial serão posicionadas nesses pontos.
Com a chegada das festividades de Natal e Ano-Novo, a segurança na região comercial do Centro foi intensificada. A Operação Boas Festas começou na segunda-feira (5) e segue até o dia 9 de janeiro.
Saiba: O comércio da Capital terá horário ampliado até 23 de dezembro. Desde ontem (12), as lojas estão funcionando até as 22h.
Aos domingos, a abertura pode ser das 9h às 18h. Na véspera de Natal, no dia 24, o comércio ficará aberto até as 17h. Já no dia 31 de dezembro, quem quiser fazer compras tem até as 16h.
Os comércios que estão dentro dos shoppings e centros comerciais localizados nos hipercenters também poderão abrir as portas das 9h às 18h.
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violência
Em números absolutos, de janeiro a 11 de dezembro, 883 crianças de até 12 anos sofreram violência sexual no Estado
13/12/2022 09h00
Preso por estupro e morte de criança, homem tem histórico de violência e passagem pela polícia Gerson Oliveira
Os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) são alarmantes: de 1.849 casos de estupro registrados em Mato Grosso do Sul neste ano, quase metade das vítimas era criança.
Em números absolutos, de janeiro a 11 de dezembro, 883 crianças de até 12 anos e 614 adolescentes entre 13 e 17 anos sofreram violência sexual no Estado. Juntos, os dois públicos representam 80,9% do total de casos de estupros registrados até o dia 11 deste mês.
O promotor de Justiça titular da 69ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, Marcos Alex Vera de Oliveira, relatou ao Correio do Estado que em quase todos os casos de estupro o autor se aproveita da pouca idade das vítimas, da dificuldade delas em relatar os abusos e até mesmo do temor reverencial para cometer os crimes.
“Tanto que o maior porcentual de vítimas de crimes sexuais é do sexo feminino e possui idade entre 5 e 11 anos”, disse.
Em Campo Grande, as 286 crianças de até 12 anos violentadas sexualmente representam 53,4% dos 535 casos de estupro registrados na Capital de 1º de janeiro até domingo (11).
Em seguida, os adolescentes aparecem em 22,2% dos casos registrados, com 119 vítimas de até 17 anos, conforme os dados da Sejusp.
Oliveira destaca que na imensa maioria dos casos os crimes de violência sexuais são praticados no seio familiar. Ou seja, a maioria dos autores possui, de alguma forma, relação de convivência doméstica e familiar com a vítima e se aproveita justamente dessa condição para praticar os crimes.
“Às vezes, os sinais de abuso dentro de casa, apesar de evidentes, não são entendidos ou devidamente observados por outros integrantes do seio familiar, que tem o dever de proteção para com a vítima. Portanto, é possível afirmar que a negligência das famílias também contribui para esse tipo de delito”, frisou Oliveira.
O caso mais recente de estupro em Campo Grande foi registrado na noite de domingo (11). Conforme consta no boletim de ocorrência, uma criança de 11 anos foi espancada, estuprada e assassinada dentro de sua residência, no Bairro Nossa Senhora das Graças, na região da Vila Nasser.
De acordo com a polícia, a mãe da criança estaria em um bar consumindo bebida alcoólica, enquanto a menina estava em casa cuidando de dois irmãos mais novos, sendo um menino de três anos e um bebê.
Conforme relatado no boletim de ocorrência, ao chegar em casa, a mãe da menina a encontrou caída na cozinha, desacordada, ensanguentada e com diversos ferimentos pelo corpo. As outras crianças estavam em um quarto da residência.
Aos gritos, a mulher começou a chamar pela ajuda de vizinhos, que acionaram o Corpo de Bombeiros Militar de MS. Os socorristas tentaram manobras de reanimação por uma hora, mas a vítima não resistiu aos ferimentos.
A mãe das crianças estava visivelmente embriagada, conforme os policiais. Ela foi presa em flagrante pelo crime de abandono de incapaz. Os dois meninos mais novos foram encaminhados para o Conselho Tutelar.
O caso foi registrado como estupro de vulnerável, homicídio qualificado e abandono de incapaz.
O delegado responsável pela investigação dos crimes praticados contra a criança de 11 anos, Roberto Morgado, afirmou durante coletiva de imprensa na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), na tarde de ontem (12), que um homem de 31 anos confessou em depoimento ter estuprado e matado a menina em sua residência.
Ele foi preso no início da tarde de ontem pelas equipes do Grupo de Operações Especiais (GOE) e da Depca. O homem foi capturado enquanto ia para o trabalho, no mesmo bairro onde os crimes foram praticados.
Durante o depoimento, o suspeito relatou que foi até a casa da vítima porque tinha marcado um programa sexual com a mãe das crianças.
Por já ter feito outros programas sexuais com a mãe da menina, o homem sabia a rotina da casa e que as crianças tinham o costume de ficarem sozinhas.
Conforme o depoimento do suspeito, ao entrar na residência pela porta dos fundos, ele encontrou a menina na cozinha, que aos gritos recebeu do agressor um soco e golpes na cabeça contra o chão.
O homem afirmou que bebeu a tarde inteira antes do crime e que não se lembra de ter mantido relação sexual com a criança. No entanto, a perícia já confirmou a conjugação carnal. O laudo constatou ainda que a menina de 11 anos morreu em decorrência de traumatismo craniano.
O suspeito foi autuado em flagrante por estupro e homicídio. O delegado da Depca, Roberto Morgado, entrou com o pedido de prisão preventiva. “Por conta do histórico de violência do agressor, seria temerário ter ele em liberdade para responder ao processo’’, afirmou o delegado.
O suspeito, que tem passagens pela polícia por violência doméstica e condenação por roubo, deve ser submetido nos próximos dias a uma audiência de custódia.
Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, Mato Grosso do Sul é o décimo estado no ranking de estupros registrados em 2021, com 2.455 ocorrências registradas no ano passado.
Apenas neste ano, segundo dados da Sejusp, 1.849 crimes desse tipo aconteceram em MS, uma média de cinco casos por dia. A cada 24 horas, quatro crianças e adolescentes são estupradas em Mato Grosso do Sul.
Para o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, a segurança pública pode contribuir em duas frentes no combate aos crimes sexuais contra as crianças: a de prevenção dos casos, por meio de campanhas educativas, ou de esclarecimento, alertando a população sobre o que pode ser enquadrado como crime sexual, as elevadas penas para os autores desses crimes, as maneiras de se identificar no próprio seio familiar os indícios de abuso e, por fim, quais são os canais para denúncias existentes.
“Já na segunda frente, o trabalho de investigação e repressão desses crimes, buscando rapidamente o esclarecimento dos fatos e o encaminhamento do resultado da apuração aos órgãos do sistema de Justiça, para responsabilização dos autores”, afirmou o promotor.
De acordo com a psicóloga Izabelli Coleone, é necessário que os pais fiquem atentos a qualquer sinal de mudança no comportamento dos filhos. Atitudes retraídas, dificuldade na comunicação ou isolamento podem ser alguns dos sinais de abuso sexual.
“Quando uma criança entra em sofrimento, independentemente da razão, vemos mudanças no comportamento. Às vezes, ela pode ficar mais retraída, recusar o toque ou ter receio de ficar sozinha se o abusador, por exemplo, faz parte do convívio familiar”, salientou a especialista.
Coleone explica que, além das orientações básicas do dia a dia em família, falando sobre a conscientização do sexo, das doenças e como anda o cenário de abusos sexuais, é importante que os pais pratiquem o acolhimento com os filhos.
“Dessa forma, as crianças vão poder se aproximar de alguém de confiança e relatar o que aconteceu. Dependendo da idade da criança, as informações podem ser dadas de forma lúdica, mas sempre bem clara e de maneira que isso faça sentido, caso venha a ocorrer”, destacou a psicóloga.
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