Corrupção moral – Diário do Poder
Fragilidade, o teu nome é mulher! Esta exclamação, saída de Shakespeare, bem simboliza o grau de respeito com o qual as mulheres deveriam ser tratadas. Já não é de hoje, porém, que a realidade é outra, como tristemente constatou Montesquieu ao lamentar que “o desrespeito pelas mulheres tem sido constantemente o sinal mais indicativo da corrupção moral”.
É assim que no Brasil 25% das mulheres são vítimas de violência doméstica. Em São Paulo recente pesquisa constatou que uma em cada três mulheres sofre agressões em casa.
Na Suíça especialistas denunciaram que a violência doméstica é uma ameaça mais séria para a sociedade do que o crime organizado. Constatou-se que uma a cada cinco mulheres é vítima de abusos físicos ou sexuais pelo menos uma vez na vida.
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No México, segundo li, “a Pesquisa Nacional sobre Violência contra as Mulheres, realizada pela Secretaria de Saúde, registrou que pelo menos 60% das mulheres têm sido vítimas de algum tipo de violência durante suas vidas por parte do marido ou algum outro membro de suas famílias”.
Enquanto isso a BBC alertou que “a violência doméstica é um problema crescente no Reino Unido, com 830 casos registrados a cada dia”. Aliás, lá maridos batem nas suas esposas até em comemoração a jogos de futebol: “a violência doméstica cresceu 31% durante a Copa do Mundo, segundo anunciou o Ministério do Interior”.
Na Índia divulgou-se que “37% das mulheres casadas são vítimas de violência por parte dos maridos” – em Bihar este vergonhoso índice alcançou 59%!
No Japão noticiou-se que “a Polícia registrou 18.236 casos, um aumento de 8% em relação ao ano anterior”. Ou seja, um problema dramaticamente crescente.
No Irã uma mulher chegou a ir aos tribunais pedindo uma ordem judicial que limitasse o número de surras que levava de seu marido. Entrevistada a respeito do caso ela assim declarou: “sei que meu marido é violento, esta é a natureza dele. Eu só quero que ele me prometa que as surras acontecerão no máximo uma vez por semana, pois já não estou suportando apanhar todos os dias”. O marido também foi ouvido pela reportagem: “eu bato nela porque uma esposa deve temer o marido e desta forma eu a obrigo a me respeitar”.
Pois é. A humanidade quer ir a Marte mas ainda não conseguiu conviver civilizadamente nem dentro de casa!
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo
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