De 'CPI do Sertanejo' a Lollapalooza, política invadiu os palcos em 2022 – UOL

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‘Tua Nobre Presença à Lembrança’, colagem em saco plástico de lixo de Mulambö Pedro Victor Brandão
É difícil que eventos culturais e grandes artistas tenham escapado da discussão política em 2022. A disputa presidencial era, afinal, também decisiva para a cultura. Com um ministério rebaixado a secretaria de um lado e a promessa de retomar uma agenda artística de outro, as campanhas invadiram os palcos neste ano —e os famosos também invadiram as campanhas.
A voltagem política e o peso das redes sociais já estavam dados antes mesmo de os artistas começarem a angariar votos para seus candidatos.
Ainda na esteira da discussão sobre a Lei Rouanet, pintada como essa fonte de abundância para um grupo exclusivo de artistas, a principal discussão do ano das políticas culturais foi o movimento que acabou conhecido como “CPI do Sertanejo”, embora nenhuma CPI tenha sido instaurada.
O cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, resolveu criticar uma tatuagem no “tororó” de Anitta e zombou que não dependia do incentivo cultural já que seus cachês “quem paga é o povo”. A frase dita num show em Mato Grosso desencadeou uma série de investigações de shows milionários pagos com recursos públicos de prefeituras.

Muitos deles são de artistas sertanejos, que apoiam em peso Jair Bolsonaro. É um caso raro de grupo artístico que apoia mais o presidente do que o agora reeleito Luiz Inácio Lula da Silva —e esse ringue político só se enfatizou no resto do ano.
O próprio Bolsonaro tentou duelar com os artistas que se posicionavam a favor do petista, o que se mostrou um grande tiro no pé.
Ele chegou a acionar o Tribunal Superior Eleitoral contra a organização do festival Lollapalooza por suposta propaganda eleitoral irregular em benefício de Lula, depois de a artista Pabllo Vittar fazer o “L” no palco. O resultado da ofensiva? Dezenas de artista no mesmo evento mostrando apoio ao presidente eleito então ainda candidato.
Bolsonaro, no entanto, acabou por dar o tom de uma disputa por protagonismo que se daria num ringue jurídico. Ludmilla, Nando Reis, Daniela Mercury, Juliette, Manu Gavassi e Maria Gadú foram alguns dos artistas alvos de ações durante a campanha eleitoral, acusados de violar normais eleitorais.

Neste caso, todos se posicionaram a favor de Lula. Mas as denúncias, no fim, não recaíram só em atos pró-Lula. Bolsonaro também teve sua participação na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no interior paulista, enquadrada como showmício pelo PDT, o partido de Ciro Gomes.
Toda a movimentação pareceu uma extensão de uma disputa que marcou os quatro anos do bolsonarismo na Cultura. Mario Frias, ex-secretário especial da Cultura que se elegeu deputado federal neste ano, e todo o alto escalão da área sob Bolsonaro com frequência entravam em discussões com grandes artistas em redes sociais.

Segundo analistas que acompanham o movimento, é uma forma que essas figuras têm de ganhar ainda mais projeção entre seguidores num ano em que o entretenimento se consagrou como o centro da audiência. Não à toa, o apoio de Anitta à campanha de Lula foi visto como uma conquista grandiosa —ainda que a artista tenha sumido da discussão política na reta final.
A temperatura só subiu nas plataformas. Os dedos fazendo o “L” a favor de Lula em vídeos acabaram ganhando um rival já na reta final do primeiro turno das eleições, quando uma série de sertanejos resolveu finalmente se posicionar a favor de Bolsonaro.
Enquanto isso, demandas urgentes para o governo federal se empilhavam. A crise generalizada do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional se agravou ainda mais e a Lei Rouanet ficou ainda ainda mais concentrada. O principal mecanismo de fomento do cinema brasileiro também ficou em xeque no Orçamento de 2023.
A aprovação das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc após vetos do presidente Jair Bolsonaro, com um aporte para o setor nunca antes visto, também chegou a ser brevemente sufocada com o adiamento dos repasses previstos pelos dois mecanismos.

É por isso que, nesse ato final da gestão de Bolsonaro, a expectativa para que a gestão petista jogue luz sob a área só cresceu. Lula responde a isso com frequência e voltou a prometer o restabelecimento do Ministério da Cultura no país em seu discurso de vitória.
As nomeações da artista Margareth Menezes para comandar a pasta e de João Jorge para dirigir a Fundação Cultural Palmares, um dos maiores ringues ideológicos dos bolsonaristas nos últimos anos, sinalizaram um alento ao setor.

Era esperado que as eleições de 2022 sepultassem o combate à cultura que esteve no cerne do governo de Bolsonaro —com tentativas de censura em editais públicos, desidratação da Lei Rouanet e desmonte de conselhos que mantinham as políticas culturais em pé.
Mas também no restabelecimento da cultura em sua plenitude as disputas políticas já deram as caras. Menezes levantou críticas de uma ala do Partido dos Trabalhadores, que desejavam um nome que consideravam mais técnico.
A primeira indicação da futura ministra, que desejava Zulu Araújo, ex-presidente da Palmares, como seu secretário-executivo também não deu certo. Rosângela da Silva, a Janja, mulher do presidente eleito, quis um secretário de cultura do próprio partido, o historiador Márcio Tavares, no cargo.
Existe um caminho aberto para que a Fundação Nacional de Artes, Ancine e outras autarquias especializadas em cultura e patrimônio voltem a operar após quatro anos de estrangulamento. Também há um aporte histórico de R$ 3 bilhões para chegar com a Aldir Blanc, que deve movimentar ainda mais o setor, e a expectativa de que a Rouanet volte a operar sem a longa demora que se tornou regra para aprovação dos projetos. Mas outras disputas virão.
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