De Senna a Vettel: como foram todas as decisões da Fórmula 1 em Suzuka – Grande Prêmio

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O GP do Japão retorna ao calendário após três anos, será a próxima etapa do Mundial de Fórmula 1 e pode marcar o segundo título da carreira de Max Verstappen. O holandês da Red Bull pode levantar o bicampeonato com quatro corridas de antecedência caso vença em Suzuka e o rival Charles Leclerc, da Ferrari, chegar abaixo do terceiro lugar.
Apesar de perder espaço entre as provas decisivas do calendário nos últimos tempos, Suzuka é uma dos circuitos mais marcantes da Fórmula 1, especialmente por já ter recebido 11 decisões de título e consagrando diversos grandes nomes do esporte, como Ayrton Senna, Michael Schumacher e Sebastian Vettel.
O GRANDE PRÊMIO relembrou todas as decisões de campeonato da Fórmula 1 em Suzuka desde que o circuito estreou no calendário em 1987:
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Suzuka estreou na Fórmula 1 em 1987 e foi colocada justamente como a penúltima etapa do campeonato. Após um ano de domínio, a Williams tinha a dupla de pilotos na briga pelo título, com o brasileiro Nelson Piquet liderando, com 73 pontos, enquanto o inglês Nigel Mansell vinha logo atrás, com 61.
Mansell vinha em alta pelas vitórias recentes na Espanha e no México, mas viu o campeonato de 1987 terminar de forma absolutamente anticlimática ainda na sexta-feira. O inglês sofreu um forte acidente durante a classificação e foi vetado pelos médicos de todo o fim de semana. Como não poderia mais alcançar os 73 pontos de Piquet, o brasileiro foi campeão por antecipação sem precisar correr.
A temporada de 1988 foi marcada pelo início da épica rivalidade entre o brasileiro Ayrton Senna e o francês Alain Prost. Os pilotos formaram a dupla da McLaren, que com o icônico MP4/4, chegou em Suzuka, na penútima etapa do ano, com 13 vitórias em 14 corridas.
Prost chegou ao Japão na liderança do campeonato com 84 pontos, enquanto Senna tinha 79. O sistema de pontuação daquela temporada só contava os 11 melhores resultados do ano, descartando os cinco piores, o que acabava beneficiando Senna, que teve mais abandonos e provas fora dos pontos, enquanto Alain acabou precisando descartar pódios. O cenário criou a chance de título ao brasileiro no Japão.
Apesar de largar da pole-position, Senna teve um problema e viu o carro morrer, caindo para o fundo do pelotão. Com uma grande pilotagem de recuperação em uma pista de condições mistas, Ayrton superou o francês, que sofria de problemas de câmbio, na volta 27, e partiu para a vitória. O brasileiro foi aos 87 pontos, enquanto Prost ficou com 84, e só poderia somar mais 3 tentos por conta dos descartes, e por ter menos vitórias, amargou o vice.
Um ano depois, Prost e Senna desembarcaram em Suzuka com a rivalidade bastante quente, mas com um cenário mais favorável ao piloto francês, que encarou um ano mais regular apesar de ter menos vitórias e tinha 76 pontos contra 60 do brasileiro.
Para vencer o campeonato, Ayrton precisava de vitórias em Suzuka e também na última etapa do ano, em Adelaide, na Austrália. Apesar da pole com mais de 1s de vantagem para o rival, o brasileiro acabou superado na largada e precisou de uma prova de perseguição contra o rival francês.
Eis que, na volta 47, aconteceu um dos momentos mais explosivos da história da Fórmula 1. Com mais ritmo na saída da curva 130R, Senna deu um mergulho para ultrapassar Prost por dentro na chicane, mas o francês fechou a porta e os carros colidiram. Um abandono duplo daria o título a Prost, mas o brasileiro religou o motor e, com ajuda dos fiscais de pista, retornou para a pista.
Após trocar a asa dianteira, Senna retornou apenas cinco segundos atrás do italiano Alessandro Nannini, da Benetton, e ultrapassou o piloto para sair com a vitória nas voltas finais. Porém, o Ayrton acabou desclassificado por ter cortado a chicane após o acidente com Prost, com o argumento de que o piloto não completou toda a distância da corrida. Veio o tricampeonato para o francês.
Mais um ano, e mais uma decisão entre Senna e Prost. Antes mesmo de conquistar o título de 1989, o francês anunciou que trocaria a McLaren pela Ferrari, e os pilotos chegaram na penúltima etapa do ano como os únicos brigando pelo título, assim como nos anos anteriores. Desta vez, Senna teve um ano menos conturbado e liderava o campeonato com 78 pontos contra 69 de Prost, que tinha de vencer as corridas finais para conquistar o tetra
Ayrton derrotou o rival na classificação e cravou a pole-position, mas se mostrou extremamente insatisfeito pela posição de largada ser no lado sujo da pista. Apesar de pedir a troca pela FIA, o brasileiro teve o pedido negado.
Prost, largando na parte limpa, tomou a primeira posição na largada. Quando os pilotos chegaram na curva 1, Senna, em outro dos momentos mais marcantes da história da F1, mergulhou por dentro e deixou o carro na Ferrari do francês, causando um choque e levando os dois pilotos para a caixa de brita, encerrando ali o campeonato, já que Alain não conseguiria reverter a pontuação na Austrália.
1991 teve Suzuka mais uma vez como palco de uma decisão de título, mas com um ator diferente em comparação aos anos anteriores. Ayrton Senna agora teve a companhia do inglês Nigel Mansell, da Williams, na briga pelo título. O brasileiro dominou a primeira metade da temporada, mas viu o “Leão” crescer na reta final. Mesmo assim, a vantagem do brasileiro era confortável, com 85 pontos contra 69 do inglês, que tinha de vencer no Japão para manter as chances de título vivas.
O pole-position da corrida foi Gerhard Berger, companheiro de Senna na McLaren, que manteve a ponta na largada, com o brasileiro em segundo e o inglês em terceiro. Apesar de muita pressão de Mansell, Senna pôde comemorar o tricampeonato mundial logo na volta 10, quando o inglês errou na curva 1 e rodou a Williams, parando na caixa de brita.
Suzuka só foi voltar a receber uma disputa de título cinco anos depois, em 1996, justamente na primeira vez em que virou a prova de encerramento da temporada da Fórmula 1. Após uma temporada inteira dominada pela Williams, a dupla de pilotos formada por Damon Hill e Jacques Villeneuve chegou na reta final brigando pelo título. O inglês tinha 87 pontos, contra 78 do canadense, que precisava de um cenário bastante improvável para levar a taça
Villeneuve até fez a parte no sábado, anotando a pole-position, mas despencou logo na largada, vendo o rival assumir a liderança. Na volta 36, uma de suas rodas traseiras se desprendeu do carro, causando o abandono e consagrando Hill, que ainda venceu a corrida, como campeão.
Mika Häkkinen, da McLaren, e Michael Schumacher, da Ferrari, praticamente monopolizaram a temporada de 1998 da Fórmula 1, que voltou a ter Suzuka como o palco de encerramento, após o final bombástico de 1997 acontecer em Jerez de la Frontera, na Espanha. Nas 15 corridas disputadas até então na temporada, Mika tinha 7 vitórias contra 6 de Michael.
O finlandês chegou ao Japão com uma liderança de 4 pontos sobre Schumacher depois de uma vitória no GP de Luxemburgo. A tabela mostrava 90 a 86 para o piloto da McLaren. Os pilotos deram um show na classificação do GP do Japão, com tempos 1s mais rápidos que o do terceiro colocado David Coulthard. O alemão levou a melhor e foi pole.
Schumacher, que além de tudo precisava que Häkkinen terminasse em terceiro ou abaixo, viu o carro morrer em uma largada abortada e foi obrigado a partir do fundo do grid, promovendo Mika para a pole-position. O finlandês largou e liderou a prova com tranquilidade, enquanto Michael fez uma das pilotagens mais insanas da carreira, ultrapassando todo o pelotão e aparecendo em terceiro. Porém, o alemão passou a Ferrari sobre alguns detritos e viu o pneu traseiro direito estourar, abandonando a prova e vendo Mika levar o título pela primeira vez.
A temporada 1999 da Fórmula 1 foi absolutamente insana, e chegou na etapa final, em Suzuka, com mais um duelo entre McLaren contra Ferrari. Häkkinen veio para defender o título, mas agora com um novo oponente: o norte-irlandês Eddie Irvine, que tomou o protagonismo em Maranello após Schumacher sofrer graves lesões na perna em um acidente no GP da Inglaterra e perder boa parte da temporada.
É bom lembrar que o Japão quase não recebeu a decisão de título naquela ocasião. Isso porque Irvine e Schumacher foram desclassificados do GP da Malásia, prova em que fizeram dobradinha, por uma irregularidade nos bargeboards, o que deu momentaneamente o título a Häkkinen. Porém, a Ferrari apelou contra a decisão da FIA no tribunal e reinstaurou os resultados, colocando Irvine na liderança do Mundial com 70 pontos, contra 66 de Häkkinen.
Na corrida, Schumacher fez a pole, com Häkkinen segundo e Irvine apenas em quinto. O finlandês superou o alemão logo na largada e partiu para uma vitória tranquila, já que a dupla da Ferrari não tinha condições de igualar o ritmo da McLaren na ocasião. Mika venceu, e com Irvine em terceiro, conquistou o bicampeonato com uma diferença de apenas 2 pontos.
O Japão voltou a ser penúltima etapa da temporada após a Fórmula 1 realocar a sensação Malásia para o encerramento do campeonato de 2000, que voltou a ter Michael Schumacher e Mika Häkkinen na briga pelo título. Após um ano de equilíbrio e trocas na liderança em diversos momentos, o alemão ganhou um gás extra após vitórias na Itália e nos Estados Unidos, chegando em Suzuka com 88 pontos, contra 80 de Mika.
Schumacher anotou a pole-position em Suzuka, mas foi surpreendido por Häkkinen logo na largada. A prova foi se desenhando de forma bastante estratégica, e o alemão conseguiu retomar a ponta na segunda rodada de pit-stops, partindo para a vitória, finalmente conquistando o terceiro título mundial e quebrando um jejum de títulos da Ferrari que persistia desde 1979.
2003 foi o último ano em que o Japão encerrou a temporada da Fórmula 1, e foi em grande estilo. Após Michael Schumacher levar o tetra e o pentacampeonato com o pé nas costas, viu uma temporada mais equilibrada e a ascensão de um jovem Kimi Räikkönen, que mesmo com uma McLaren defasada, chegou na decisão do título com chances matemáticas.
Apesar de um ano equilibrado, Schumacher abriu boa vantagem com as sensacionais vitórias na Itália e nos Estados Unidos, e desembarcou em Suzuka com 92 pontos, contra 83 de Räikkönen.
O alemão até tinha um cenário tranquilo para a conquista do hexacampeonato, mas teve uma classificação ruim e ainda se envolveu em acidente com Takuma Sato durante a corrida. De qualquer forma, ainda remou para ser oitavo, enquanto Räikkönen foi o segundo. Veio o sexto título do alemão com 2 pontos de vantagem.
A vez mais recente vez em que o GP do Japão decidiu o título foi em 2011. Na ocasião, era apenas a 15ª das 19 etapas do campeonato, mas o domínio de Sebastian Vettel, da Red Bull, era tão grande que o alemão chegou em Suzuka com chance de levantar o bicampeonato. Ele tinha 309 pontos contra 185 de Jenson Button, da McLaren.
Button até fez o papel que precisava e conseguiu vencer a corrida em Suzuka, mas com Vettel terminando em terceiro, descontou apenas 10 pontos da vantagem e viu o alemão levantar o caneco com quatro etapas de antecedência.
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