Defensoria premia escolas de Salvador com Selo Antirracista – Notícia – Bahia Notícias
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por Redação
A Defensoria Pública da Bahia (DP-BA) entregou o Selo Escola Antirracista a oito instituições de ensino comprometidas com a educação para as relações étnico-raciais, na terça-feira (22), na sede da Escola Superior da Defensoria (Esdep). Educadores, estudantes, membros da sociedade civil e da Defensoria compareceram ao evento para prestigiar as unidades de ensino e docente comprometidas com a transformação da sociedade brasileira por meio da educação.
“O lugar que falo hoje é de gestora, mas fui uma criança preta e convivi com a realidade do racismo. E hoje ver uma mobilização tão grande para trazer as discussões sobre esse tema de uma forma tão aberta parece um sonho. Um sonho que a gente teve lá atrás e está começando a se tornar realidade”, afirmou Maria Elisabete dos Santos, diretora da Escola Maria Gregória dos Santos agraciada com o Selo Reconhecimento – Prêmio Idanimo.
A escola que funciona na Ribeira e trabalha com a perspectiva do pan-africanismo também recebeu o Selo Inovação e Criatividade na Educação Pública – Prêmio Kerawa. Nessa categoria, foi reconhecida a instituição que, para suprir a ausência de apoio técnico e financeiro de responsabilidade da gestão municipal, adota alternativas e estratégias para implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08.
Idealizadora da Escola Afro-Brasileira Maria Felipa, premiada com o Selo Excelência – Prêmio Ubora, Bárbara Carine contou que a criação da unidade de ensino veio a partir de uma preocupação com a educação da sua filha. A educadora frisou ainda a importância de que crianças brancas conheçam e aprendam sobre a história e cultura africana afro-brasileira e indígena. “É muito adoecedor para elas acharem que estão no centro do mundo. É muito saudável que elas compreendam sobre as memórias ancestrais potentes, positivadas e altivas de pessoas negras e indígenas”, reforçou. “A gente não faz esse trabalho por conta do Selo, mas ele nos valoriza”, completou.
As instituições premiadas na primeira edição do Selo Escola Antirracista foram avaliadas por uma comissão composta por membras natas da Defensoria e convidados. Os requisitos para a concessão da honraria foram distribuídos em cinco eixos, a saber Currículos e Propostas Político Pedagógicas; Gestão Escolar; Formação Docente e Trabalhadores(as) da Educação; Formação Discente e Comunidade Escolar; e Métodos de intervenção contra práticas racistas.
“Nosso objetivo, com esse projeto, foi o de reconhecer o trabalho das escolas de Salvador que estão engajadas na promoção de uma educação antirracista para nossas crianças e adolescentes”, explicou a defensora púbica Gisele Aguiar, coordenadora da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente que, em parceria com a Especializada de Direitos Humanos, criou a Ação Cidadã Infância sem Racismo. “Objetivamos, com o Selo, municiar as escolas com referenciais e indicadores aptos a tornar mais preciso o significado e as implicações da execução das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 no ambiente escolar, garantindo uma educação para o entendimento das diferenças étnicas e raciais, livre de preconceitos”, completou a defensora pública Laíssa Rocha, coordenadora Adjunta do GT de Igualdade Racial.
Abertura da cerimônia de premiação contou com a apresentação de um trecho do espetáculo “Dandara na Terra dos Palmares” da Companhia de Teatro Arte Sintonia. Apresentado pelas artistas Denise Correia e Yandra Góes, a peça discute história, cultura e empoderamento negro. Logo após foram feitas as falas institucionais do defensor público geral, Rafson Ximenes; da ouvidora-geral, Sirlene Assis; e da presidenta da Associação de Defensoras e Defensores (ADEP/BA), Tereza Cristina Almeida.
O chefe da Defensoria, Rafson Ximenez, sinalizou a importância de que as instituições premiadas continuem fortalecendo a educação antirracista e estimulem outras unidades de ensino a seguir o mesmo caminho. “Essa iniciativa de educação em direito, para dar certo, precisa da aceitação e participação de todos vocês que estão aqui”, enfatizou o defensor-geral.
A ouvidora-geral, por sua vez, destacou a importância do movimento de descolonizar as mentes e ter uma nova postura de atuação sobre o sistema racista. “Nós fazemos parte dessa rede que vai construir uma sociedade diferente, mais justa e igualitária para que o futuro dessas crianças seja de fato, com equidade social, igualdade e justiça”, afirmou Sirlene Assis.
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