Depois de ameaças, Simone Tebet passa a 'morar' em São Paulo – Correio do Estado

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Intimidações ocorreram desde que senadora sul-mato-grossense, que disputou o Planalto, resolveu apoiar o presidente eleito Lula
21/11/2022 18h00
Celso Bejarano e Beatriz Feldens
Senadora seguiria em São Paulo – Foto: Arquivo / Correio do Estado
Duas semanas atrás, Simone Tebet, senadora do MDB, informou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD de Minas Gerais, que estava recebendo ameaças, até mesmo de mortes, via redes sociais e, a partir dali, em viagens fora de Brasília, a parlamentar sul-mato-grossense, passou receber escolta da Polícia Legislativa, a que cuida da segurança dos parlamentares do Congresso Nacional. Detalhes sobre as ameaças, contudo, não foram divulgadas nem pela senadora nem pela Polícia Legislativa.
Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, no domingo, a parlamentar, que disse antes que as intimidações ocorreram desde que ela anunciou apoio ao presidente Lula, no segundo turno, deu uma dica de onde teria partido as ameaças.
Ao Fantástico, Simone disse estar morando por estes dias em São Paulo.
“Eu fico aqui de segunda a quinta [no Congresso Nacional]. Quinta à noite, eu vou para o estado. Era Mato Grosso do Sul, hoje está um pouquinho difícil. As pessoas lá estão tendo dificuldades de entender o meu posicionamento. Mas – assim – é a minha terra. Há uma sabedoria no interior do Brasil, seja do Nordeste, do Sul do Brasil, onde for”, afirmou Simone à reportagem do Fantástico.
Hoje, quando longe do Congresso Nacional, Simone segue para São Paulo. Antes, porém, ela viajava para Campo Grande. Semana passado circulou na imprensa rumores de que a senadora estaria interessada em mudar o domicílio eleitoral para o estado paulista, contudo, por meio da assessoria de imprensa, ela desmentiu a notícia.
O Correio do Estado tentou falar com a senadora acerca da questão das ameaças, em Brasília e o marido dela, o deputado estadual licenciado, Eduardo Rocha, do MDB, mas não conseguiu. A assessoria da senadora apenas confirmou as ameaças, já Rocha, não retornou as ligações, embora os recados deixados em seu aparecelho celular.
Semana passada, a assessoria de Tebet, em Brasília, informou ao Correio do Estado que, logo depois do primeiro turno das eleições, ela ficou sem segurança, pois a equipe da Polícia Federal (PF) acompanhava ela enquanto candidata no primeiro turno, mas ficou restrita apenas enquanto concorria ao pleito. Ela ficou em terceiro lugar, atrás de Bolsonaro e Lula.
Acrescentou a assessoria: “de fato a senadora solicitou segurança legislativa. Que é concedida ao parlamentar, mediante solicitação, para quando não estiver em Brasília”, disse a assessoria, que reiterou que as ameças mais agressivas ocorrem de maneira on-line.
A assessoria confirmou, ainda, que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, autorizou a escolta a Simone, que, desde entao, passou a contar com segurança quando fora de Brasília.
Ao marido de Simone, o jornal tentou contatos por telefone e WhatSapp, onde foram deixados recados, pela manhã e à tarde desta segunda-feira, mas não houve retornou.
Depois da eleição de Lula, a senadora se juntou à equipe de transição do petista. E, por redes sociais, atacou o movimento antidemocrático de eleitores de Bolsonaro, que trancaram estradas pelo Brasil, inclusive em Mato Grosso do Sul.
Em crítica aos manifestos, a senadora deu o recado por redes sociais: “o momento agora é de paz e união. É preciso pôr fim no ódio e divisão que só fazem mal ao nosso país e às famílias”.
O mandato de Simone expira no dia 31 de janeiro. Há a possibilidade de a senadora assumir um mandato no governo de Lula, conforme comentários de emedebistas e petistas.
Na entrevista do Fantástico, ela falou de projetos futuros, um deles o de concorrer, de novo, à Presidência da República.
“Eu acho que a nossa missão não terminou. Essa frente precisa ser ampliada para que em 2026, seja quem for o próximo presidente da República, seja um presidente democrata, de preferência uma mulher. Não precisa ser eu. Quem sabe uma mulher negra, para mostrar a cara do Brasil”, afirmou a senadora.
Já o marido, Eduardo Rocha, afastou-se do mandato de deputado estadual em dezembro do ano passado para assumir o cargo de secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica do governador de MS, Reinaldo Azambuja, do PSDB. Ele rejeitou à reeleição e, então, fica sem mandato a partir do fim de dezembro.
Até agora, ele nada falou sobre a possibilidade de assumir uma secretária do governador eleito, Eduardo Riedel, também tucano.
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Política
Debate é motivado por ação que tramita na Corte
21/11/2022 21h00
STF debate situação de moradores de rua Foto: Fábio Rodrigues / Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou hoje (21) uma audiência pública para debater a situação da população de rua no Brasil. O debate é motivado por uma ação sobre o assunto que tramita na Corte.
Durante o primeiro dia de audiência, representantes de órgãos públicos, movimentos sociais e entidades da sociedade civil defenderam a adoção de medidas para mitigar as condições degradantes das pessoas que vivem nas ruas, como falta de abrigo e alimentação, atendimento médico e exposição à violência.
As entidades também contestaram apreensões de bens pessoais e documentos em ações de zeladoria realizadas pelos municípios.
Roseli Kraemer Esquillaro, representante do Movimento Nacional de Luta para População em Situação de Rua, relatou o atual cenário dessas pessoas e defendeu medidas em prol do trabalho e da educação como portas de saída dessa situação.
“Poucos têm acolhimento. A maior parte está na rua, em baixa e altas temperaturas. A gente está na rua 24 horas por dia. Quem está na rua é vagabundo? Não. Viver na rua é caro. É caro estar na rua e ter que se alimentar, precisar de água, banheiro e banho. Se não são as pessoas que ajudam a gente desde o início desta pandemia, com banho, documentos, com tudo, mais gente estaria morta na rua”, disse.
O representante do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, Robson César Correia de Mendonça, disse que o poder público é o maior violador dos direitos da população de rua. Segundo ele, as pessoas necessitam de atendimento de todas as secretarias estaduais, e não somente de auxílio do serviço social.
“A Constituição garante que a população em situação de rua tem direito a saúde, moradia e trabalho. A população é tratada como extraterrestre. Quando se pensa em questão habitacional, se pensa para quem ganha um salário mínimo. Quando busca o setor de saúde é precário, assistência social está deteriorada e albergues são verdadeiros lixos. A população quando chega lá é humilhada”, afirmou.
A defensora pública Fernanda Penteado Balera, representante da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep), disse que há uma “crise humanitária” envolvendo a população de rua no Brasil. Ela também condenou a retirada de pertences pessoais, como cobertores, mochilas e documentos, durante operações de zeladoria.
“Esse grupo de pessoas é caracterizado por extrema pobreza e, por não ter moradia, é extremamente diverso, tem mulheres, crianças e idosos. É a periferia urbana que se organiza nos centros e faz da rua o seu local de sobrevivência. Muitas vezes trabalhando, catando material reciclável, fazendo trabalhos informais, olhando carros”, afirmou.
Na ação protocolada em maio deste ano no STF, o Psol, a Rede e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) pediram que a Corte reconheça o estado de coisas inconstitucional da conjuntura das pessoas em situação de rua. Não há prazo para decisão do relator do processo, ministro Alexandre de Moraes.
O reconhecimento é uma medida que visa declarar que o Poder Público não está cumprindo seus deveres para proteger quem está em situação de vulnerabilidade, como direito à moradia, saúde e dignidade.
Segundo as legendas, dados do Instituto de Economia Aplicada (Ipea) mostram aumento de 140% no número de pessoas em situação de rua entre 2012 e março de 2020, passando de 92,5 mil para 221,8 mil, além do agravamento após o início da pandemia de covid-19.
Entre as medidas solicitadas ao Supremo, os partidos pedem a destinação emergencial de vagas na rede hoteleira para pessoas em situação de rua, garantindo o ressarcimento dos custos. Em caso de insuficiência de vagas, devem ser destinados espaços em escolas, estádios ou barracas montadas pela defesa civil.
Além disso, segundo os partidos, devem ser definidos limites para as ações de zeladoria urbana, como proibição de operações em dias chuvosos e frios, permitindo ainda que as pessoas possam recolher documentos e bens pessoais.
Os partidos pedem ainda que cidades e estados sigam a Política Nacional para a População em Situação de Rua, definida pelo Decreto 7.053/2009.
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Leucoplasia
O procedimento foi feito sob anestesia geral e teve biópsia para analisar se havia indícios de malignidade no pedaço extraído
21/11/2022 19h39
Lula foi submetido a cirurgia neste domingo Arquivo
A cirurgia à qual o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva submeteu-se para a retirada de uma lesão nas cordas vocais durou 40 minutos, foi feita sob anestesia geral e teve biópsia “em tempo real” para analisar se havia indícios de malignidade no pedaço extraído, contou o médico Luiz Paulo Kowalski, cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Sírio-Libanês que fez parte da equipe que realizou o procedimento.
De acordo com o especialista, que também é professor titular de cirurgia de cabeça e pescoço da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a cirurgia teve início por volta das 20 horas de domingo, 20, e ocorreu sem complicações. 
O presidente eleito teve alta na manhã desta segunda, 21, cerca de 12 horas após a conclusão da operação. A lesão, chamada de leucoplasia, foi descoberta no dia 12 de novembro durante avaliação de rotina.
Kowalski explica que a lesão foi retirada por completo e enviada para análise imediata, ainda quando paciente e equipe estavam no centro cirúrgico.
 “Um médico patologista muito experiente fez o que chamamos de exame por congelação e verificou que se tratava de uma displasia leve, de baixo risco”, disse ele, referindo-se às características de uma provável lesão benigna. 
No boletim médico divulgada pelo hospital, a equipe já apontava “ausência de neoplasia”, parecer oriundo da biópsia de congelação e que será confirmado por um exame definitivo.
Em exames de congelação, a amostra removida é congelada e passa por análise do patologista durante a cirurgia, com resultado dado em poucos minutos. Esse tipo de exame é utilizado quando o parecer imediato do patologista é importante para determinar a conduta do cirurgião – por exemplo para que ele saiba se é preciso remover um pedaço maior do tecido caso haja indícios de malignidade.
O resultado do exame definitivo deverá sair entre 24 e 48 horas. “É muito raro o exame definitivo mostrar algo diferente em um caso como esse.
O patologista que fez a análise no momento da cirurgia é muito experiente e não ficou com dúvidas (sobre a presença de células cancerígenas). Eu diria que a chance de malignidade é quase zero”, explicou o médico.
Lesão media 5 milímetros e foi retirada com a ajuda de laser
A cirurgia de Lula foi feita sem a necessidade de cortes externos e contou com o auxílio de um aparelho que usa laser para fazer a remoção da leucoplasia de forma mais precisa.
A parte removida tinha cerca de 5 milímetros, de acordo com o Kowalski. Para efeito de comparação, uma corda vocal tem cerca de 2,5 centímetros.
Segundo o cirurgião, nesse tipo de procedimento, os instrumentos cirúrgicos são inseridos pela cavidade oral. “A gente insere um laringoscópio e um microscópio cirúrgico pelo qual podemos ter uma visualização muito clara do aspecto e dos limites da lesão. Não é feita nenhuma incisão”, explica o médico. “São instrumentos muito delicados. Por isso que, algumas horas depois, o paciente já pode se alimentar e falar, desde que sem exageros.”
O especialista explica que foi usado ainda um aparelho que utilizar laser para fazer o corte da lesão. “É algo que facilita o procedimento por ter um corte muito preciso e cauterizar pequenos vasinhos, o que ajuda na cicatrização”, diz o médico.
O cirurgião contou ainda que foi necessário retirar “um pedacinho” de uma estrutura da região conhecida como falsa corda vocal.
“Ela estava um pouco inchada pelo fato de o paciente já ter passado por radioterapia no passado e pelo uso frequente da voz nas últimas semanas, então tivemos que remover um pedacinho para facilitar a visualização e o acesso à área que seria operada.”
Lula passou por radioterapia em 2011, quando foi diagnosticado com câncer na laringe. Os exames de rotina feitos neste mês mostraram completa remissão do tumor.
Sete profissionais participaram da cirurgia, além da equipe clínica de apoio que ficou de sobreaviso em caso de qualquer intercorrência.
“Pela idade do presidente, temos uma equipe de suporte clínico, liderada pelo dr. Roberto Kalil, mas o procedimento foi muito tranquilo. Ele é um paciente idoso, mas muito saudável”, disse o médico. Lula tem 77 anos.
A equipe médica do Hospital Sírio-Libanês que acompanha Lula optou por remover a leucoplasia para análise e por prevenção, já que esse tipo de lesão tem 10% de chance de tornar-se câncer. 
De acordo com Kowalski, o fato de o presidente já ter tido tumor na laringe em 2011 e ser maior de 65 anos aumentam o risco, por isso a decisão pela remoção.
De acordo com o cirurgião, o presidente não deverá abusar do uso da voz na primeira semana de recuperação e terá que passar por sessões de fonoaudiologia por pelo menos duas semanas. 
“Ele deverá fazer repouso vocal, mas pode conversar normalmente, participar de reuniões e falar ao telefone. O que ele não pode é exagerar, fazer esforço, gritar em discursos, falar por muito tempo, porque isso pode atrapalhar a cicatrização”, explica o especialista. “Mas ele pode continuar participando das atividades de transição, isso não vai atrapalhar em nada, poderá opinar nas decisões. Mas terá que ser mais ouvinte para não forçar tanto a voz”, disse o médico.
A fonoterapia, explica Kowalski, auxiliará o presidente a usar as cordas vocais “com tranquilidade e sem grande esforço”, em especial nesse período de recuperação. Ele deverá começar as sessões nesta terça, 22.
Além dos cuidados pós-operatórios, Lula terá de submeter-se a exames por cinco anos para monitorar o eventual aparecimento de novas lesões. “Ele deverá passar por laringoscopia periódica. No início, será com intervalo de três a quatro meses. Depois de um ano, o período entre um exame e outro poderá ser maior”, comenta o médico.
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