Diplomação de Lula se aproxima e movimento pró-Bolsonaro segue – Diário Popular

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Protesto
03/12/2022 08:30
Foto: divulgação – DP – Apoiadores do presidente sustentam que Lula teria sido “descondenado” para poder concorrer e disparam críticas ao ministro Alexandre de Moraes
Por Michele Ferreira
michele@diariopopular.com.br

Barracas, banheiro químico, bandeiras do Brasil e uma faixa com o dizer Somos patriotas e não golpistas. Passados mais de 30 dias do resultado das eleições, segue o acampamento de apoiadores do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), em frente ao quartel do 9º Batalhão de Infantaria Motorizada (9º BIMtz), no bairro Fragata. Questionado, o grupo não mencionou nenhuma data para deixar o local. Em meio a ânimos exaltados, os militantes refutam a afirmação de que o movimento é antidemocrático e, entre os argumentos, voltam a insistir em dois pontos: a adulteração das urnas eletrônicas e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria impedido de concorrer.

Em 18 minutos de entrevista – ou tentativa de – garantiram não haver lideranças para se pronunciar oficialmente em nome do manifesto. Ao serem abordados pela equipe de reportagem, passaram a dividir opiniões sobre falar ou não com o Diário Popular e, em meio a xingamentos disparados entre si e também em direção ao DP, foi possível obter algumas declarações – após a mediação de dois homens mais jovens.
“Ninguém quer mais este comunismo desgraçado. Ninguém quer mais este ladrão, vagabundo, que quebrou o país, com fraudes. É vergonhoso”, afirmou um dos rapazes. “Ou seja o povo fez papel de palhaço, fazendo campanha e tal, onde já tava tudo armado”, complementou, ao sustentar convicção da adulteração do resultado de 30 de outubro. A posição ganhou coro de outro militante: “Nós sabemos que estas urnas são porcas. Não quiseram fazer as urnas descentes. E nós temos um cidadão que se chama Alexandre de Moraes, que não permite que se faça essa avaliação”, cutucou, ao se referir ao ministro, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Por que ocupação prolongada é permitida?
A afirmação de que o local onde estão instalados pertence ao Exército, como chegou a ser dito no final da tarde de quinta-feira, não se confirma. Quem assegura é o secretário de Transporte e Trânsito de Pelotas, Flávio Al-Alam. Ao mencionar que a área é municipal, explica que parte integra o canteiro central da avenida Duque de Caxias e parte está no retorno da via. O ponto, portanto, não é patrimônio militar.
Ao ser indagada, entretanto, do porquê a permanência do grupo é permitida, já que o espaço é público, a Prefeitura se pronunciou através de nota: O grupo em questão encontra-se no canteiro da avenida, sem causar transtorno ao trânsito ou infringindo o direito de ir e vir. Também não foi constatada iniciativa de invasão ou intenção de posse, assim como prática de venda ilegal de produtos. A prefeitura, juntamente com os órgãos de segurança, monitora a situação, que se repete também em outros municípios do País.
Quando questionado se a decisão do governo não poderia ser interpretada como incentivo para outros cidadãos também se instalarem em lugares públicos, conforme seus interesses, o Executivo preferiu não responder.

Presidente do PL em Pelotas garante não integrar movimento
O presidente do diretório municipal do Partido Liberal, Marcelo Bagé, reforçou a posição de que não existem partidos políticos nem entidades por trás da mobilização no bairro Fragata. “Não estou participando do movimento. Prefiro não comentar”, sustentou. Em áudio disparado em grupos de WhatsApp, em 1º de novembro, entretanto, Bagé chegou a fazer uma provocação: “… a indicação agora é fincar o pé na rua”. Na mesma oportunidade, comentou, inclusive, que iria providenciar banheiro químico para o pessoal que já estava em frente ao quartel.
Na tarde da última sexta-feira, o presidente do diretório admitiu que o áudio foi repassado por ele, mas garantiu que fazia parte de um convite para realizar orações em frente ao 9º BIMtz; momento de que nem teria participado. “Repito: não estou organizando nem participando dos movimentos”.

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O professor de Direito Constitucional da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Samuel Chapper, é taxativo: não há sequer necessidade de ter formação jurídica para afirmar que as manifestações são rigorosamente antidemocráticas. Basta consultar qualquer dicionário de Português, convida o professor: “Antidemocrático, que se opõe à democracia. Contrário ao sistema de governo cujos governantes são eleitos por meio de eleições populares, pelo voto do povo”, afirma.

Ao não aceitar o resultado legitimamente alcançado nas urnas, e preconizando o desrespeito, um crime está sendo cometido – reitera o advogado, com quase quatro décadas de atuação. “O curioso, e a meu ver patético, é que se está a questionar apenas um dos turnos das eleições. Metaforicamente, como estamos em tempo de Copa do Mundo, é como em uma partida de futebol querer a anulação apenas do segundo tempo, no qual eu perdi o jogo”.

Sistema eleitoral é confiável
Além de sofrer fiscalização de entidades, como Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público (MP), Polícia Federal (PF), Forças Armadas, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), partidos políticos e departamento de Tecnologia da Informação (TIs) de universidades, o sistema não é passível de ataques físicos. A urna é capaz de reconhecer programas falsos e não é conectada à internet. A etapa de totalização e apuração dos votos também pode ser devidamente controlada, já que há a emissão dos boletins de urna, logo que encerrada a votação. É possível comparar, portanto, este conteúdo com os resultados publicados pelo TSE, seção a seção.

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