Diretor da F1 traça paralelo entre Senna, Schumacher e Alonso – UOL
Pat Symonds, atual diretor técnico da Fórmula 1, trabalhou com três campeões mundiais durante seu tempo no ‘Team Enstone’ de 1980 a 2008.
Estando na Toleman, precursora das equipes Benetton e Renault na década de 1980, Symonds era um dos principais engenheiros do time quando Ayrton Senna começou a trabalhar no esquadrão.
Symonds foi engenheiro de corrida de Michael Schumacher em seu primeiro ano – 1994 – e em 1995. Permanecendo em Enstone depois que o alemão se mudou à Ferrari, Pat Symonds trabalhou com o espanhol que viria a se tornar campeão mundial com a Renault em 2005 e 2006: Fernando Alonso.
No Autosport International realizado em Birmingham em janeiro, Symonds traçou um paralelo entre os três campeões mundiais: “Trabalhei com Ayrton, Michael e Fernando”, disse Symonds. “O interessante é que trabalhei com cada um deles com cerca de dez anos de diferença. O mesmo aconteceu com Ayrton nos anos 1980, com Michael nos anos 1990, com Fernando nos anos 2000”.
“O que você deve lembrar é que o que se espera de um piloto nesses três períodos separados é muito diferente. Uma década é muito tempo em qualquer negócio, mas no automobilismo é como um século – tudo muda muito rapidamente.” Symonds falou sobre como as expectativas das equipes em relação aos pilotos mudaram durante esse período.
Michael Schumacher, Benetton B192 Ford and Martin Brundle, Benetton B192 Ford pass Ayrton Senna, McLaren MP4-7A Honda
Fotoğraf: Ercole Colombo
“Quando eu trabalhava com Ayrton na Toleman, ainda não tínhamos dispositivos de coleta de dados. Naquela época, estávamos construindo nossos primeiros mecanismos. Então, confiamos muito no piloto em muitas coisas: que rpm ele estava fazendo no final da reta, se ele estava na marcha certa, a temperatura da água e do óleo, se ele sangrou os radiadores corretamente e coisas assim.”
“Tivemos que pensar em tudo isso taticamente, além de pilotar rápido. Na era Fernando, sabíamos muito mais do que ele em termos desses detalhes sobre o que estava acontecendo com o carro. O mais importante nesse momento é encontrar o piloto que possa interpretar como você adapta a dinâmica do veículo a ele”.
“Michael, por exemplo, era um amante de carros instáveis. Mesmo que você tenha um veículo muito rápido, você precisa ser um piloto muito bom para pilotá-lo. Costumávamos ajustar o carro [de Michael] de forma bastante desigual e seus companheiros de equipe teriam dificuldades por causa disso. Portanto, é realmente difícil julgar um piloto, quem é rápido e por quê, dadas as condições da época”, concluiu.
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