Diretor do Grupo Globo vê ‘faroeste’ se não houver negociação coletiva de direitos de TV: – FogãoNET

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17/11/22 às 11:01
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Por FogãoNET
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O futebol brasileiro mudou nos últimos anos. Especialmente quando se fala em direitos de TV. Antes concentrada em uma emissora, a transmissão teve a entrada de novos players e concorrentes. Diretor do Grupo Globo, Gustavo Poli deu sua opinião sobre o assunto em entrevista ao canal “Resenha com TF”.
Poli acredita que a melhor saída é uma negociação coletiva.
– Mudou a lei, agora tem a lei do mandante. Teoricamente um clube pode fechar a partir de 2024 só com a Amazon. Mas quando vende 19 jogos para a Amazon, são só os em casa, provavelmente vão estar só lá. Os direitos vão ser da plataforma. Há um valor não precificado que a TV aberta traz que é colocar para milhões de pessoas ao mesmo tempo sem elas precisarem pagar. Vai ser um grande dilema. Se caminhar para negociação não coletiva, diferente do que é lá fora, o problema é que alguns clubes se acostumaram a ganhar bem mais que os outros. O comprador sempre foi o culpado. O pessoal culpava muito, “paga mais para Flamengo, Corinthians, Palmeiras…” Mas isso vem do Clube dos 13. Agora está se formando Liga, a notícia que tenho é que está se repetindo. Não tem ninguém botando arma na cabeça de ninguém. Se os clubes não entenderem que o negócio é coletivo… Você vai para uma corrida, um cara está com Fórmula 1, o outro está com Stock Car, o Fórmula 1 vai ganhar sempre. Se o clube vai ganhar R$ 300 bilhões e o outro R$ 50 quem vai ganhar? O cara vai pagar salário para os melhores jogadores. É uma reflexão que os clubes devem fazer, inclusive Flamengo e Corinthians, que o valor é o campeonato – frisou o diretor.
– Estamos vendo nos últimos anos que começou a ficar desigual, tem dois ou três times ganhando. Claro que SAFs podem mudar isso. Não sabemos o que vai acontecer com o Bahia. Se o Grupo City colocar 10% ou 20% pode virar o maior clube do Brasil, mas não sabemos se vai. Como o Ronaldo vai fazer com o Cruzeiro? Reinventar para a Primeira Divisão. Se Vasco e Cruzeiro olharem para o Botafogo, vão ver que precisam de comprar time novo. O Botafogo comprou e penou, andou patinando ali embaixo. A transição da SAF do Botafogo foi durante a temporada. E o clube nunca teve uma estrutura extracampo muito boa, CT, CT de base, Vasco e Cruzeiro têm estruturas melhores. Tudo está caminhando para haver mais SAFs. É um momento de muita mudança, mas para o torcedor tem esse desafio – acrescentou.
Gustavo Poli ainda fez uma reflexão sobre o futuro das transmissões.
– Quando se revoluciona o meio de distribuição de transmissão, durante muito tempo eu brincava “cuidado com o que você deseja”. Você sabe que vai comprar o jogo do seu time e ver, não sei se vai ter isso no futuro, só o Premiere, comprar um negócio só. Essa escolha é do vendedor, vai querer faturar o máximo possível. Mas não é só um vendedor. Se não se entenderem, vira faroeste. E é nossa tradição, os clubes não se entenderem. Tem Libra, Forte Futebol, no fundo a discussão é divisão de direitos, porque alguns acham que merecem ganhar mais porque têm mais torcida. Se olhar no futebol e nos outros esportes no mundo, não se caminha assim. Mas aqui talvez se caminhe – completou.

Fonte: Redação FogãoNET e Resenha com TF
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