Diretores do Banco Central Europeu reforçam política de aumento de juros – Bloomberg Línea Brasil

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Joachim Nagel, do BC alemão, e o holandês Klaas Knot indicaram que mais aumentos serão necessários para levar a inflação para a meta
Supermercado na AlemanhaEnquanto os países da Europa vivem maior inflação dos últimos 20 anos, membros do Conselho do BCE avisam que taxas de juros não devem cair tão cedo(Bloomberg/Krisztian Bocsi)
Bloomberg — O Banco Central Europeu (BCE) deve continuar com o aumento das taxas de juros e a redução de seu balanço para garantir que as expectativas de inflação não se descolem e exijam resposta política mais agressiva, de acordo com o membro do Conselho do BCE Joachim Nagel.
Aumentos nas taxas devem continuar depois de outubro, disse Nagel nos corredores das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, nos Estados Unidos. Com as tensões nos mercados de energia, há “riscos significativos de alta” nas perspectivas de inflação, ele disse, acrescentando que os preços na Alemanha vão provavelmente subir a uma taxa anual de 7% no ano que vem.
“Mais aumentos nas taxas de juros serão necessários para trazer a taxa de inflação de volta a 2% no médio prazo – não apenas na reunião de política monetária no final de outubro”, disse Nagel, que também é presidente do Bundesbank, o BC alemão. “O tamanho das etapas das taxas de juros e o quanto vamos aumentá-las vão ser medidos em cada caso pelos dados atuais e sua importância para as perspectivas de inflação.”
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Espera-se que o BCE aumente sua taxa de depósito de longo prazo em 0,75 ponto até o fim deste mês, levando-a a 1,5%. Investidores acreditam que eventualmente a taxa chegará a 3%.
“O Conselho do BCE não deve desistir tão cedo”, disse Nagel. “Quanto mais tempo a inflação ficar alta, maior o risco de que as expectativas de inflação de longo prazo fiquem acima da meta.”
“Se as expectativas de inflação se desancorarem no lado da alta, as taxas de juros teriam que subir ainda mais ou ainda mais rápido e os custos macroeconômicos de trazer a inflação de volta ao nível desejado também seriam maiores”, disse ele. “Este é um cenário que nós, no Conselho do BCE, queremos evitar.”
Nagel argumentou que os diretores também terão que reduzir a carteira de títulos de 5 trilhões de euros do BCE (US$ 4,9 trilhões) e disse que está comprometido em abordar essa etapa no Conselho do BCE “em tempo hábil”.
Sobre a economia alemã, Nagel disse que a produção econômica pode cair “significativamente” no quarto trimestre e nos primeiros três meses de 2023. As últimas projeções do FMI preveem contração de 0,3% no próximo ano.
O BCE só deve diminuir o ritmo dos aumentos das taxas de juros quando chegar a um nível neutro, com aumentos maiores nos próximos meses, disse o membro do Conselho do BCE, Klaas Knot.
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Ele falou neste sábado (15) na conferência do Grupo dos 30 no FMI em Washington. O banqueiro central holandês disse que, com os riscos de alta para a inflação, ele está “totalmente convencido” de que o BCE precisa fazer mais do que apenas remover o estímulo. Mas assim que o BCE chegar a um nível de taxas nos próximos meses que não deve estimular nem restringir a economia, ele pode agir com mais cautela.
“Quanto mais subirmos e quanto mais perto estivermos de restaurar uma perspectiva confiável de que a inflação volte para a meta, menores serão as etapas da taxa”, disse neste sábado (15), o membro do BCE Klass Knot, durante reunião do Grupo dos 30 do FMI(Bloomberg/Ting Shen)
“Quanto mais subirmos e quanto mais perto estivermos de restaurar uma perspectiva confiável de que a inflação volte para a meta, menores serão as etapas da taxa”, disse Knot.
Com as taxas neutras, Knot também disse que o BCE terá que considerar a redução de seu balanço, limitando o reinvestimento de ativos em vencimento. Isso ajudaria a transmitir uma política monetária mais apertada e garantir que todos os instrumentos funcionem na mesma direção, mas deve ser feito “gradualmente”.
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